O show do Arctic Monkeys em São Paulo mostrou que a nova fase da banda é uma das preferidas de seus fãs. Apesar dos antigos sucessos ainda mexerem com o público, os hits de AM, lançado em 2013, foram os mais cantados em uma Arena Anhembi lotada por quase 30 mil pessoas. Foi uma apresentação sem muita conversa, poucos momentos de simpatia e uma exibição segura de um grupo que se mostra cada vez melhor e digno de ser considerada uma das melhores de sua geração.
O espetáculo começou com o animado The Hives. Pelle, o vocalista, não parou de interagir com a plateia nenhum segundo, nem mesmo quando alguns defeitos técnicos atrapalharam a sequência do show. Conhecidos por serem frenéticos no palco, os suecos esquentaram o clima frio na Arena, que começava a receber uma chuva tímida potencializada pelo vento frio do fim de noite. "Tick Tick Boom", "I Hate To Say I Told You So", "Come On" e "Go RIght Ahead" foram algumas das músicas tocadas.
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Pouco depois das 23 horas, Alex Turner e Cia saudaram o Anhembi sem pompa. Entraram juntos, com acenos discretos e foram direto para seus instrumentosl. E a partir desse momento entregaram um show protocolar, com um set list bem escolhido e sem espaço para surpresas ou improvisos - devido a inegável competência da banda essa atitude não atrapalha em nada. No fundo, o Arctic Monkeys está ali para entregar a música que os fãs queriam, e foi isso que aconteceu. Turner não é um showman de primeira grandeza, mas compensa qualquer falta de interação com uma voz potente e única. Certamente um dos melhores vocalistas internacionais que passou pelo país em 2014.
Foram 19 músicas espalhadas por uma hora e meia de apresentação. O trio inicial foi composto por "Do I Wanna Know?", "Snap Out of It" e "Arabella", todas de AM. O ritmo continua tão dançante quanto as antigas "505" e "I Bet You Look Good On The Dance Floor", mas carregam uma aura mais madura e menos agitada. A mudança de identidade do grupo ficou evidente quando eles saem de "Why'd You Only Call Me When You're High" para "Fluorescent Adolescent". Os traços do Monkeys estão nas duas faixas, mas é como se em pouco mais de cinco minutos fossem apresentadas duas facetas de uma banda. O que importa de fato é que ambas são excelentes e isso ficou claro no show em São Paulo.
