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Crítica

Crítica: A Supremacia Bourne

A Supremacia Bourne

23.09.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H16

A palavra "continuação" tem uma carga negativa, herdada das centenas - ou seriam milhares? - de seqüências cinematográficas que costumam ser infinitamente inferiores à produção original. O mesmo pode ser dito sobre os filmes de verão, longas-metragens criados dentro de gêneros reconhecíveis por demanda de mercado.

A supremacia Bourne (The Bourne Supremacy, 2004), mais uma adaptação da série de romances de Robert Ludlum, desafia todos esses rótulos. É um filme de verão, de ação e espionagem, que continua A identidade Bourne, mas que oferece uma experiência plenamente satisfatória e até certo ponto, inovadora.

A Supremacia Bourne

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O principal trunfo do filme é que ele é quase uma daquelas sessões de cinema 180º. A opção do cineasta Paul Greengrass (Domingo sangrento) pela câmera na mão, sempre tremida, nas cenas de velocidade e pancadaria - destaque para o estrago que uma revista enrolada pode fazer numa luta! - , coloca o público dentro da ação quase como se fosse um comparsa de Jason Bourne. O melhor exemplo disso é uma seqüência de perseguição de carros pelas ruas de Moscou, na qual o cinegrafista vai sentado no banco de trás do automóvel e é possível sentir toda a confusão de uma fuga em alta velocidade. Incrivelmente realista e emocionante, tal cena merece um lugar dentre as mais impressionantes do cinema, mantendo o legado do primeiro filme da série.

Algo cada vez mais raro nos filmes de ação, a trama da nova aventura também agrada.

Depois dos eventos da produção original, Bourne (mais uma vez vivido por Matt Damon) e sua namorada (Franka Potente) vivem tranqüilos e escondidos numa pequena cidade costeira na Índia. O único distúrbio da paz dos dois são os freqüentes pesadelos que o espião sem memória costuma ter. Tais sonhos revelam flashes do passado de Bourne e ele nem desconfia que esses fragmentos serão cruciais para a sua vida atual, já que mafiosos utilizaram sua verdadeira identidade para desviar a atenção da CIA sobre os reais responsáveis de uma conspiração. Assim, uma nova caçada por Jason Bourne começa. No entanto, o que Pamela Landy (Joan Allen), a líder da força-tarefa encarregada do caso na CIA, desconhece é que o altamente treinado ex-espião não é uma presa fácil e em poucos movimentos sai da posição de caça para virar caçador.

A perseguição passa da Índia para Nápoles, Munique, Berlim, Moscou e, finalmente, termina em Nova York. O melhor nesse roteiro é que os cineastas evitaram os marcos turísticos e clichês urbanos e mostram detalhes pouco conhecidos dessas cidades. Na capital da Alemanha, por exemplo, boa parte da ação acontece numa plataforma de trens e Jason Bourne se utiliza da notória pontualidade do sistema de transporte público para escapar de seus perseguidores.

O desempenho de Matt Damon como o agente desmemoriado é mais uma vez excepcional. O restante do elenco (Julia Stiles, Brian Cox e Franka Potente) também repete as boas atuações do original e o novo integrante, Karl Urban, cria um interessante e desafiador personagem como o nêmesis de Jason Bourne.

Com tais atributos, a cinessérie Bourne entra para o seletíssimo hall das franquias que realmente merecem novos capítulos. E que venha The Bourne Ultimatum para fechar a trilogia!

Nota do Crítico
Ótimo
A Supremacia Bourne
The Bourne Supremacy
A Supremacia Bourne
The Bourne Supremacy

Ano: 2004

País: EUA/Alemanha

Classificação: 14 anos

Duração: 108 min

Direção: Paul Greengrass

Elenco: Matt Damon, Brian Cox, Julia Stiles, Joan Allen, Karl Urban, Franka Potente, Marton Csokas, Karel Roden, Tom Gallop, Michelle Monaghan, Oksana Akinshina, Ethan Sandler, Tomas Arana, Tim Griffin, Maxim Kovalevski, Jon Collin Barclay

Onde assistir:
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