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Crítica

Armadilha | Crítica

Um suspense para dormir no meio e se surpreender com o final

19.07.2012, às 20H37.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H42

A sequência de abertura é promissora. A trilha sonora tensa acompanha um homem misterioso, que desenha traços retos entre plantas baixas e imagens de satélite. Ele levanta, veste um pesado casaco de inverno, com um enorme capuz forrado de pele, e sai. Somos então apresentados ao mocinho. Está frio, é Natal e, conforme ele caminha para o trabalho, a edição mostra o resultado dos planos daquela primeira figura misteriosa: corpos, sangue e um caixa eletrônico.

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Escrito pelo roteirista de Enterrado Vivo, Chris Sparling, Armadilha (ATM, sigla de automated teller machine, o caixa eletrônico em inglês) promete causar o mesmo tipo de angústia causada pelo filme estrelado por Ryan Reynolds em 2010. Três jovens colegas de trabalho - Emily (Alice Eve), Correy (Josh Peck, da série Drake & Josh) e David (Brian Geraghty) - presos em um cubículo, um caixa eletônico no meio de um estacionamento vazio, ameaçados por um homem sem rosto, sob temperaturas de até -15 Cº. Contudo, uma coleção de personagens pré-fabricados (o mocinho, a mocinha, o amigo fanfarrão, o assassino impiedoso sem rosto), atuações fracas, uma direção inexperiente (do estreante David Brooks) e uma síndrome de M. Night Shyamalan, aquela da busca por um final redondo e surpreendente a qualquer custo, transformam os 90 minutos do filme em outro tipo de sofrimento. Uma aflição pelo rolar dos créditos.

A trama se constrói pela oposição entre o planejado (o aparente minucioso plano do homem misterioso) e o acaso, como o caçador que monta a armadilha (daí talvez o título em português) e espera pacientemente por sua vítima. Correy, o agente do destino, é quem convence David a participar da festa de Natal da empresa. O evento leva a uma oportuna carona para a bela Emily, que finalizava o seu último dia no escritório. Correy, porém, resolve acompanhar o "casal" e, sem dinheiro, pede ao amigo que pare no próximo caixa eletrônico. Precisa de dinheiro para comer. A lista de frutos do acaso segue até que, já envolta pela tragédia prevista no início, Emily discursa aos colegas sobre como foram os atos aleatórios da sua vida que a levaram até aquele momento. Tudo estava escrito, em algum lugar.

O spoiler da abertura é o que mantém o filme até o fim. A curiosidade patológica de desvendar de quem eram os corpos, quem consegue escapar, quem é o assassino. As respostas são reveladas aos poucos, mas o grande final surpreendente é preguiçoso e barato. Lançado no formato on demand nos EUA, a estreia de Armadilha nos cinemas brasileiros serve apenas como um boa desculpa. O filme perfeito para se ver com o potencial interesse amoroso (ao contrário de Fausto), assistir ao início promissor, curtir a moça (ou moço) no meio, e acompanhar o final inesperado, sem qualquer compromisso com os planos e acasos do roteiro.

Armadilha | Trailer
Armadilha | Cinemas e Horários

Nota do Crítico
Ruim
Armadilha
ATM
Armadilha
ATM

Ano: 2011

País: EUA, Canadá

Classificação: 14 anos

Duração: 90 min

Onde assistir:
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