A polêmica
sobre Peter Jackson, New Line Cinema e O Hobbit esfriou,
mas não terminou. O CEO do estúdio, Robert Shaye, veio a público - é
a primeira declaração de um chefão da New Line sobre o assunto.
Em entrevista ao SCI FI Wire, ele disse com todas as letras que Jackson não trabalhará nunca mais com a New Line. Ao menos enquanto Shaye estiver dando as ordens como diretor-executivo. Eu não quero fazer um filme com alguém que esteja me processando, resumiu.
Relembrando: a produtora de Jackson, a Wingnut Films, move contra o estúdio um processo relativo à repartição dos lucros de O Senhor dos Anéis: A sociedade do Anel, o primeiro filme da trilogia baseada na obra de J.R.R. Tolkien, que gerou mais de 860 milhões de dólares nas bilheterias mundiais fora lucros com DVD, direitos de exibição e merchandising.
Por conta disso, o estúdio já disse que não quer Jackson dirigindo O Hobbit, projeto baseado no universo de Tolkien que a New Line produz juntamente com a MGM. Tem uma certa arrogância. Não que eu não ache Peter um bom cineasta, nem que ele não tenha contribuído significativamente ao fazer três ótimos filmes. Mas pensar que eu, como funcionário de uma companhia que está no mercado há um bom tempo, e agora é dirigida por um conglomerado, me ocuparia um instante em passar a perna nele...
Ele conseguiu um quarto de bilhão de dólares até hoje com o filme, justificadamente, de acordo com um contrato, e esse cara, que já recebeu um quarto de bilhão de dólares, se volta sem querer discutir a questão e nos processa. Não quero trabalhar com ele mais. Por que eu deveria?, pergunta o executivo. Ao saber que parte do elenco da Trilogia do Anel se recusou a participar da festa de quadragésimo aniversário da New Line, Shaye se disse incrivelmente ofendido.
Não me importo mais com Peter Jackson. Ele quer 100 milhões ou 50 milhões, qual seja o valor que ele pede no processo. Não quer sentar e conversar. Ele acha que nós devemos algo a ele. Enquanto eu trabalhar na New Line ele não fará mais filmes conosco, concluiu. Como noticiamos em novembro, a MGM pensa diferente: e, enquanto dividir a produção de O Hobbit, promete lutar para ter Jackson na direção.
