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Efeito Dominó

Um filme de assalto a bancos diferente desses que vemos por aí

15.05.2008, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H36

Deixe na bilheteria do cinema suas expectativas sobre os "filmes de assalto" - pelo menos se você só tem assistido aos pirotécnicos longas-metragens do tipo que saíram na última década. Efeito Dominó (The Bank Job) não tem óculos escuros, roupas de grife, Brad Pitts, carros exóticos ou planos mirabolantes cheios de alta tecnologia (bom, o walkie-talkie que aparece era high-tech na época, vai). Tem é realismo... E uma história do tipo "boa demais para ser verdade".

O ano é 1971 e um bando de ladrões mequetrefes formado por um vendedor de carros devendo para a máfia, um fotógrafo, um ator pornô, um malandro aposentado e uma bela ex-modelo criminosa (ok, o filme pode não ter uma Julia Roberts, mas tem a super sexy Saffron Burrows), planejam e executam um plano ambicioso: Roubar os cofres pessoais do Baker Street britânico durante o fim de semana.

Efeito Dominó

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A história é supostamente real. Parte de uma teoria da conspiração que inclui a família real britânica, silenciamento da imprensa, agentes do MI-5, movimentos raciais radicais, a máfia do sexo e policiais corruptos. Sim, quase todos os temas possíveis no cinema, todos de uma só vez! E, veja só: Funciona. O cauteloso diretor australiano Roger Donaldson e os roteiristas Dick Clement e Ian La Frenais fazem um bom trabalho costurando todos esses retalhos em uma colcha coerente.

É impossível dizer o quanto da história é real e quanto é inventado (ou inadvertidamente certo), afinal, os três misturaram fatos, ficção, os poucos artigos existentes da época e muita fofoca acumulada ao longo de quase quatro décadas para compor seu filme. De qualquer maneira, a trama resultante é verossímil e agrada aos fãs do gênero, já que segue as suas regras, mantendo o suspense do início ao fim, e desenvolve suficientemente bem os personagens para que você se importe com eles.

Afinal, como não ligar para caras que não entendem coisa alguma de roubar bancos, meio desleixados e cujas motivações parecem muito mais relacionadas à quantidade de pints que o dinheiro roubado pode comprar do que ao roubo em si? Se parece engraçado é porque o filme tem um certo humor velado. É curioso, mas em outras mãos ele poderia facilmente ser transformado em uma comédia. Bastariam umas piadas a mais, exagerar algumas passagens já naturalmente caricatas e retirar um ou outro elemento mais dramático. Até o protagonista Jason Statham, aqui com a competente canastrice habitual, se encaixaria bem.

O problema é que falta alguma coisa ao filme... um tempero extra, uma dose de audácia do quadrado diretor. Estética? Uma linguagem diferente? Não sei bem precisar o quê. É um entretenimento decente, mas um tanto esquecível. A história e o bom elenco mereciam aquela intangível qualidade que transforma um filme de "mais um" a algo a se ter na estante de casa.

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