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Elizabeth - A Era de Ouro

De volta ao papel da rainha inglesa, Cate Blanchett vale o filme e vai para o Oscar

14.02.2008, às 16H00.
Atualizada em 05.11.2016, ÀS 07H00

Quem acompanha o Oscar adora também as curiosidades produzidas pelo prêmio. Como em 1998, quando o papel da Rainha Elizabeth I da Inglaterra rendeu indicações para Judi Dench (que ganhou o troféu de Atriz Coadjuvante por Shakespeare Apaixonado) e Cate Blanchett, que surgiu como atriz de primeira linha pela sua interpretação em Elizabeth. Este ano, o detalhe é que a atriz australiana volta a concorrer ao prêmio interpretando a mesma personagem, fato que só havia ocorrido outras quatro vezes (nunca com uma mulher!) - Bing Crosby (1944 e 1945), Paul Newman (1961, 1986), Peter O'Toole (1964 e 1968) e Al Pacino (1972 e 1974).

E, justiça seja feita, se você precisa de um bom motivo para ver Elizabeth - A Era de Ouro (Elizabeth - The Golden Age, 2007), Cate Blanchett é a desculpa perfeita. Sua atuação é impressionante. Os nove anos entre os dois filmes lhe deram mais do que apenas novas linhas em seu rosto. Tanto a atriz quanto a personagem estão mais experientes, maduras.

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O mesmo parece não valer também para o diretor Shekhar Kapur. Se a estréia fora de Bollywood indicava um futuro promissor, regado a prêmios e fama, o presente se mostrou mais duro. Seus dois trabalhos seguintes, Honra & Coragem - As Quatro Plumas (2002) e este Elizabeth - A Era de Ouro foram duramente criticados - e com razão. Toda qualidade técnica ainda está lá em belos planos e figurinos impecáveis, mas o teor das histórias fica muito aquém do longa de 1998. Foi deixada de lado toda a dramaticidade que existia no difícil caminho daquela protestante que enfrentou uma situação católica e conseguiu subjugar seus inimigos para se tornar uma poderosa governante.

Na nova trama, mistura de fatos com alguma ficção, Elizabeth já governa a Inglaterra há quase três décadas, mas ainda enfrenta intrigas e traições. O seu principal inimigo é Rei Felipe II da Espanha (Jordi Molla). Fiel à Igreja Católica, os espanhóis estão no meio das Cruzadas e prometem ao papa retornar o catolicismo na Inglaterra. Seu atalho para o trono é Rainha Mary da Escócia (Samantha Morton), mantida prisioneira pela coroa inglesa. Fora da política, Elizabeth enfrenta outro problema, este de cunho pessoal: continua solteira e, consequentemente, sem um herdeiro para tomar seu lugar. Todos os nobres que lhe são apresentados, não a interessam. Quem chama sua atenção é Walter Raleigh (Clive Owen), por enfrentar os espanhóis (que o chamam de pirata) e pelo seu espírito aventureiro e, principalmente, livre, mas que por isso mesmo não lhe serve.

Apesar de promissores, os dois conflitos enfrentados pela protagonista se desenvolvem de forma desinteressante. A disputa bélica com a Espanha, como é mostrada, não vai além de uma batalha marinha com algumas balas de canhão para cá e um navio em chamas para lá. Tudo sem a emoção ou a adrenalina que um desfecho desses pediria. A imagem do pôster, da rainha toda vestida para a guerra, fica só no discurso, assim como as conquistas que deveriam marcar a tal Era de Ouro do título. Chega a preocupar a possibilidade de um terceiro filme, este sobre a última fase da Rainha Virgem. Principalmente se não convencerem Blanchett a colocar novamente as perucas e o pó de arroz.

Ah, voltando ao Oscar do primeiro parágrafo, é bem provável que a australiana saia mais uma vez de mãos abanando. A favorita é Julie Christie, do ótimo (por inteiro) Longe Dela.

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