Nicolas Cage parece não cansar de fazer filmes desnecessários. Embalado por longas de sucesso onde os bandidos não são páreos para o protagonista , como a franquia Busca Implacável e o mais recente O Protetor, o ator protagoniza Fúria (Rage, 2014), uma tentativa (frustrada) de imitar os mais recentes filmes de ação de terceira idade. Mas falta-lhe, além de um bom roteiro, o mesmo carisma de Liam Neeson e Denzel Washington.
Na trama, Cage vive Paul Maguire, um homem de negócios bem sucedido e com uma linda família, mas que viveu um passado sombrio ao ter se envolvido com a máfia enquanto era jovem. Aposentado, a tranquilidade de Paul desaparece quando a sua filha é levada de sua casa e encontrada morta. Ele então se junta com seus antigos companheiros de crime para descobrir o motivo do assassinato e ir em busca de vingança.
A história do filme vai se perdendo conforme Paul e seus amigos entram novamente no mundo do crime para achar respostas. As cenas de ação, que deveriam ser o ponto alto do longa, não escondem as falhas no texto de Jim Agnew e Sean Keller. Cage parece apenas um pai revoltado que sai descontando em tudo e todos a fúria de terem tomado a vida de sua filha, seguindo pistas das mais absurdas, sem dar uma explicação para toda a matança em cena. A apatia da polícia, representada na imagem do detetive Peter (Danny Glover), que está sempre um passo atrás de Paul, é outro absurdo.
O diretor Paco Cabezas parece ter apostado no sucesso apenas com a presença de Cage, que há muito já não sustenta um filme sozinho, mesmo com algumas (poucas) boas atuações. Exceto em alguns momentos, quando libera toda a sua fúria pela situação, nas únicas cenas em que podemos ver o potencial que ainda existe no ator, o drama do protagonista não convence. O final, feito para surpreender o espectador, deixa a história ainda mais sem sentido. Como a maioria dos filmes recentes no cúrriculo de seu astro principal.