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Crítica

Hanami - Cerejeiras em Flor | Crítica

No Japão, alemão tenta se reconciliar os desejos da mulher morta

18.10.2008, às 16H00.
Atualizada em 08.11.2016, ÀS 02H08

Muito embora sonhe com uma viagem ao Japão, Trudi Angermeier (Hannelore Elsner), não consegue sequer pensar na possibilidade de testemunhar toda a impotência do Monte Fuji, sem a companhia de seu marido, Rudi (Elmar Wepper).

Rudi, por sua vez, não deseja grandes aventuras na vida. Tudo o que ele quer é jantar e tomar uma cerveja logo após sair do trabalho para casa, situada num vilarejo bucólico, tão bonito quanto triste, esquecido em algum lugar da Baviera.

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Mas nada permanece da mesma forma por muito tempo e a pacata vida do casal é perturbada pela notícia de que Rudi tem uma doença terminal. Quem ouve o péssimo augúrio é Trudi e ela decide não contar ao marido que ele pode morrer a qualquer instante.

Movida pela necessidade de fazer Rudi viver o que lhe resta de tempo, ela tenta convencer o marido a ir visitar o filho Karl (Maximilian Brückner) em Tóquio. Fascinada pelo butô, Trudi sempre quis ir ao Japão, mas tudo o que conseguiu foi convencer o marido a ir visitar o filho Klaus (Klaus Angermeier), os netos e a filha Karolin (Birgit Minichmayr).

Chegando lá, fica evidente que ninguém tem tempo para eles. Klaus sempre tem uma reunião importante; os netos não desgrudam do videogame e não sabem direito quem são os avós.

Já a filha Karolin não tem a mínima paciência com eles e os empurra para sua namorada Franzi (Nadja Uhl), a única que ouve e interage com o casal.

Cansados da impossibilidade de se relacionarem com os filhos e os netos, Rudi e Trudi resolvem passar alguns dias numa cidade às margens do Báltico.

Lá, o inesperado acontece. Trudi morre pacificamente enquanto dorme. Rudi vê-se completamente sozinho. E os filhos, insensíveis e egoístas, discutem logo após o funeral quem deve cuidar do pai, que eles consideram um fardo e deixam isso bem claro.

Desejoso de reparar uma dívida, aliviar o arrependimento de não ter sido mais gentil, de não ter viajado com a mulher, Rudi parte para Tóquio.

Lá, o filho o recebe com impaciência e indiferença. Ele resiste e sempre com o suéter de sua mulher sob o casaco, "a" leva para passear e ver as espetaculares cerejeiras em flor. No auge da depressão ele conhece Yu (Aya Irizuki), uma garota solitária, que mora numa tenda e dança no parque. Juntos eles vão ver o Monte Fuji.

O filme da diretora Doris Dörrie tem momentos sensíveis, ela foi competente em criar personagens egocêntricos extremamente convincentes - os filhos do casal são detestáveis, cada qual mergulhado em seu mundinho pequeno burguês -, mas no todo a história não funciona. Especialmente para quem tem baixa tolerância a melodramas.

A busca de Rudi pela essência das coisas que sua mulher amava, como a dança, o Japão, é ingênua demais. Ou talvez, nós vivamos num mundo em que não haja mais lugar para tal ingenuidade. Ela simplesmente é incompatível com o cinismo dos tempos modernos.

Nota do Crítico
Regular
Hanami - Cerejeiras em Flor
Kirschblüten - Hanami
Hanami - Cerejeiras em Flor
Kirschblüten - Hanami

Ano: 2008

País: Alemanha

Classificação: 14 anos

Duração: 126 min

Direção: Doris Dörrie

Elenco: Elmar Wepper, Hannelore Elsner, Nadja Uhl, Maximilian Brückner, Aya Irizuki, Birgit Minichmayr, Felix Eitner, Floriane Daniel, Celine Tanneberger, Robert Döhlert, Tadashi Endo

Onde assistir:
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