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Diário de uma Louca | Crítica

<i>Diário de uma louca</i>

14.07.2005, às 00H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 06H16

Diário de uma louca
Diary of a mad black woman
EUA, 2005 - 116 min
Comédia/Drama

Direção: Darren Grant
Roteiro: Tyler Perry

Elenco: Kimberly Elise, Steve Harris, Shemar Moore, Tamara Taylor, Lisa Marcos, Tiffany Evans, Cicely Tyson, Tyler Perry, Terrell Carter, Carole Mitchell-Leon, Avery Knight, Vicki Eng, Gary Sturgis, Chandra Currelley-Young, Mableam Ephriam

O filme Diário de Uma Louca (Diary of a Mad Black Woman, 2005) é uma das mais incontestáveis provas da atual onda de irracionalidade ianque.

Enorme sucesso de bilheteria lá em cima, a comédia romântica, que custou apenas 5,5 milhões para ser feita, fez impensáveis 50 milhões de dólares e mais uma bolada no mercado de home video. Seria um feito louvável, não fosse a qualidade mambembe da produção. Trata-se, sem dúvida, do pior e mais horrendo longa-metragem estadunidense a dar as caras por aqui nos últimos anos. E, sim, o coloco abaixo de qualquer uma dessas comédias execráveis que vivem pipocando nas nossas telonas.

Uma mistura de gêneros sem estilo ou vergonha, Diário de Uma Louca é uma piada (sem graça) em todos os sentidos. Começa como o mais triste dos melodramas: Helen (Kimberly Elise), uma esposa devotada ao marido - um advogado bem-sucedido -, é colocada para fora de casa para dar lugar à amante do safado. A história pede, implora, que fiquemos chorosos pela sujeita. No entanto, é tão exageradamente caricata - só faltou alguém usar um tapa-olho - que fica difícil evitar o riso enquanto a mulher é arrastada para fora da casa pelo marido malvadão.

Entra o segundo ato e a coisa fica ainda mais tenebrosa. Ao buscar refúgio na casa de sua tia Madea (Tyler Perry - um Eddie Murphy/Martin Lawrence genérico), o longa se torna uma comédia pastelão de trazer lágrimas aos olhos de tão ruim. Madea, uma incompreensível avó atacada que mais parece um travesti, incita Helen a contra-atacar e buscar o que é seu. Os resultados são catastróficos. Enquanto ela tenta se reerguer, fica morando na casa da tia, palco de festas estereotipadas nas quais a cultura negra americana é reduzida a churrascão, maconha, falação gangsta e flatulência. Lamentável.

Mas não é só isso... enquanto dramalhão e pastelão se alternam, o filme abre espaço ainda para cenas de suspense psicológico, comédia romântica e... agora vem a pior parte... catequese gospel. É isso aí. Tyler Perry - o ator que interpreta Madea, o velho porco Joe e o marido de uma viciada (?!) - circulou alguns anos com Diário de uma louca na forma de uma peça escrita por ele e conseguiu grande sucesso na comunidade gospel estadunidense. Talvez a idéia até tenha funcionado nos palcos (não faço idéia e não pretendo conferir), mas nas telonas é só uma sucessão de barbáries capitaneadas pelo diretor de primeira viagem Darren Grant.

O clímax na missa afunda de vez o barco. Viciados, bandidos e perdidos em geral se transformam magicamente diante da fé cantada em questão de segundos. A única a não dar as caras é a irrecuperável atéia Madea - a tentativa de alívio cômico do filme -, que está além da salvação, mas não do faturamento. Os estadunidenses gostaram tanto desse pastiche todo que a continuação de Diário de uma louca, intitulada Madea´s Family Reunion, já está pronta para começar. Que Deus os perdoe!

Nota do Crítico
Ruim
Diário de uma Louca
Diary of a Mad Black Woman
Diário de uma Louca
Diary of a Mad Black Woman

Ano: 2005

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 116 min

Roteiro: Tyler Perry

Elenco: Tyler Perry

Onde assistir:
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