No século passado, Jô Soares fazia um programa humorístico na TV. Um dos quadros que ficou famoso (ganhou até comercial de uma marca de tintas) tinha um padre e seu ajudante, Batista (Eliezer Mota). Quando um casal chegava para marcar a data do matrimônio na igreja, o sacristão começava a fazer perguntas, testando o casal, para saber se eles ficariam no "casa-separa-casa-separa", e se este fosse o caso, ele não realizaria a cerimônia.
O reverendo Frank, que Robin Williams interpreta em Licença para Casar (License to Wed, 2007), deve ter passado pelo mesmo seminário - e continuou desenvolvendo novas técnicas antidivórcio. Antes de aceitar a realização de um matrimônio em sua paróquia, ele faz o casal passar por uma série de aulas e testes, que vão desde a abstinência sexual até a guarda de bebês robôs.
2
Óbvio que quando Ben Murphy (John Krasinski) pediu a mão de Sadie Jones (Mandy Moore), ele não sabia nada disso. E assim, aquele pedido de casamento feito meio que por impulso acaba se tornando o pesadelo do rapaz, que ainda tem que ajudar nos preparativos finais da festa e ficar esperto com o melhor amigo da noiva.
Com uma idéia estapafúrdia, piadas de flatulência e toda a previsibilidade das comédias românticas medianas, o diretor Ken Kwapis também não vai além do esperado. Com um roteiro fraco nas mãos, ele ao menos conseguiu reunir um bom elenco. Robin Williams tem mais uma atuação exagerada, sem grandes novidades. John Krasinski prova que seu sucesso em The Office-US não é por acaso. E Mandy Moore, bom, ela está bonita.
Sabendo que o público que paga 20 reais para ver este gênero de filmes não está muito preocupado com criativadade, posicionamento de câmera e outros "detalhes", tudo o que dá para fazer agora é desejar um bom filme... porque felizes para sempre nós já sabemos que os protagonistas serão, certo?
