maratona de amor
maratona do amor
Na trama, um sujeito com dificuldades de relacionamento (Simon Pegg) amarela bem na hora do seu casamento. E o que é pior: deixa a noiva grávida (Thandie Newton) no altar. Passam-se os anos e ele tem uma boa relação com o filho, mas segue de emprego em emprego medíocre, morando num quarto alugado. As coisas só ficam mais lamentáveis quando sua ex-esposa, com quem ele vive tentando voltar, arruma um namorado bonito, esportista e bem-sucedido (Hank Azaria).
O resultado é curioso: uma comédia romântica hollywoodiana típica misturada com o tradicional humor inglês. "Fish and chips" com cheesburguer. O prato, como toda boa fritura, na hora desce bem - mas ao final é meio indigesto. E tome Simon Pegg (o astro de Todo Mundo Quase Morto e Hot Fuzz) fazendo ora piadas inteligentes (ele mexeu no roteiro), ora rolando "pastelônicamente" de uma escada ou vendo uma pústula enorme explodir na cara do melhor amigo. Esse último, aliás, é vivido por um dos trunfos do filme, Dylan Moran, que integra uma curiosa equipe de treinamento do "não-estou-gordo-estou-fora-de-forma" personagem principal ao lado do engraçadíssimo Harish Patel, que me lembrou um Zacarias indiano.
Com essa fusão intercontinental, dá pra notar que identidade não é exatamente o forte da produção. De qualquer maneira, ela é suficientemente cativante e engraçada para valer uma visita. Especialmente porque Schwimmer tenta dar ao seu filme alguma qualidade estética com uma luz saturada, um contraste levemente marcado, que - tudo bem - não combinam muito com o gênero... Mas acredito que qualquer tentativa de sair da mesmice, ainda que visual, deve ser exaltada.
O problema mesmo é a previsibilidade - algo que aflige 9 entre 10 comédias, britânicas ou "made in USA". Mas apesar de formulaico, o filminho funciona direito.
Mas há pelo menos uma coisa que Schwimmer consegue levar com extremo sucesso à Europa: O merchandising. O logo da Nike aparece pelo menos metade do filme e o tempo todo, tornando possíveis as caras filmagens na maratona que fecha a trama. O ator e agora cineasta ganhava 1 milhão de dólares por episódio em Friends. De dinheiro ele entende. Pena que essa seja sua maior contribuição para o cinema independente europeu.