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Maratona do Amor

David Schwimmer estréia na direção... Mas não como ele mesmo gostaria

30.04.2008, às 17H00.
Atualizada em 01.11.2016, ÀS 13H02
Quem diria? Ser um dos rostos mais conhecidos do ocidente não ajuda na hora de conseguir um financiamento! David Schwimmer

maratona de amor

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, o Ross Geller da
sitcom multimilionária Friends , tentou durante anos tirar do papel seu debute como diretor, a comédia Maratona do Amor ( Run Fatboy Run ), sem sucesso. Para viabilizar a produção, meio a contragosto, teve que atravessar o Atlântico e contar com dinheiro britânico.

Na trama, um sujeito com dificuldades de relacionamento (Simon Pegg) amarela bem na hora do seu casamento. E o que é pior: deixa a noiva grávida (Thandie Newton) no altar. Passam-se os anos e ele tem uma boa relação com o filho, mas segue de emprego em emprego medíocre, morando num quarto alugado. As coisas só ficam mais lamentáveis quando sua ex-esposa, com quem ele vive tentando voltar, arruma um namorado bonito, esportista e bem-sucedido (Hank Azaria).

O resultado é curioso: uma comédia romântica hollywoodiana típica misturada com o tradicional humor inglês. "Fish and chips" com cheesburguer. O prato, como toda boa fritura, na hora desce bem - mas ao final é meio indigesto. E tome Simon Pegg (o astro de Todo Mundo Quase Morto e Hot Fuzz) fazendo ora piadas inteligentes (ele mexeu no roteiro), ora rolando "pastelônicamente" de uma escada ou vendo uma pústula enorme explodir na cara do melhor amigo. Esse último, aliás, é vivido por um dos trunfos do filme, Dylan Moran, que integra uma curiosa equipe de treinamento do "não-estou-gordo-estou-fora-de-forma" personagem principal ao lado do engraçadíssimo Harish Patel, que me lembrou um Zacarias indiano.

Com essa fusão intercontinental, dá pra notar que identidade não é exatamente o forte da produção. De qualquer maneira, ela é suficientemente cativante e engraçada para valer uma visita. Especialmente porque Schwimmer tenta dar ao seu filme alguma qualidade estética com uma luz saturada, um contraste levemente marcado, que - tudo bem - não combinam muito com o gênero... Mas acredito que qualquer tentativa de sair da mesmice, ainda que visual, deve ser exaltada.

O problema mesmo é a previsibilidade - algo que aflige 9 entre 10 comédias, britânicas ou "made in USA". Mas apesar de formulaico, o filminho funciona direito.

Mas há pelo menos uma coisa que Schwimmer consegue levar com extremo sucesso à Europa: O merchandising. O logo da Nike aparece pelo menos metade do filme e o tempo todo, tornando possíveis as caras filmagens na maratona que fecha a trama. O ator e agora cineasta ganhava 1 milhão de dólares por episódio em Friends. De dinheiro ele entende. Pena que essa seja sua maior contribuição para o cinema independente europeu.

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