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Metal - Uma jornada pelo mundo do Heavy Metal

Ótimo documentário explora o mundo do discriminado gênero musical

04.10.2007, às 17H00.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 21H03

Metal (Metal - A Headbanger’s journey, 2005) é uma ótima oportunidade para o grande público descobrir os motivos desse gênero musical, muitas vezes chamado de maldito, ter fãs tão apaixonados. O fanático por Heavy Metal não segue modismos, freqüenta shows do gênero e compra camisetas e discos de suas bandas preferidas, mesmo com a opção de obter as músicas através da pirataria. Fãs de outros tipos de música, claro, às vezes também têm esse comportamente, mas o diferencial está na lealdade quase que religiosa dos metaleiros. É justamente esse atributo, aliás, o ponto forte do documentário dirigido pelo canadense Sam Dunn. Fã declarado, ele aborda o tema com integridade e bom humor, sem medo de parecer ridículo aos olhos dos não-fãs. Essa coragem rende uma produção convencional, mas interessante e com um ritmo tão poderoso quanto as guitarras que simbolizam o Metal.

Dunn é auxiliado por Scot McFadyen e Jessica Wise, que co-assinam a direção do documentário. Ele parte em uma jornada épica para descobrir os motivos dos headbangers serem tão fiéis ao metal e entender o porquê do gênero ser perseguido até hoje pelo sistema, mesmo tendo sido usado pelo mesmo para encher os cofres de centenas de empresas. Vale dizer que o heavy metal sempre foi visto como uma música barulhenta e praticada por entusiastas. Esses mitos são destruídos com fatos. Comprova-se que o heavy metal é uma combinação do blues norte-americano com as escalas altas operísticas de Richard Wagner. Os membros das bandas são em sua grande maioria músicos que dominam seus instrumentos com excelência. Através de vídeos e cenas de shows o espectador tem a oportunidade de visualizar os argumentos defendidos por Dunn. O próprio cineasta percorre vários shows pelo planeta, com destaque para o Wacken Open Air Festival, o festival mais importante do heavy metal hoje em dia.

Mesmo sendo um entusiasta do assunto, Dunn não se esquece daqueles que não possuem intimidade com o heavy metal. Depois de uma introdução, ele divide o roteiro em diversos capítulos que abordam os assuntos mais polêmicos, que preconceituosos insistem em associar ao heavy metal. Temas como religião, sexo, violência, drogas, entre outros. Ao mesmo tempo Dunn apresenta as origens do som, as primeiras bandas, a censura e todos os subgêneros (power, glam, black, death, thrash, etc.) que surgiram ao longo de mais de 40 anos.

Todo o material é sustentado com entrevistas com sociólogos, críticos, produtores, fãs e os músicos. Esse último grupo talvez possa causar grande surpresa. Impressiona a maneira articulada que Vince Neil (Mötley Crüe), Geddy Lee (Rush), Bruce Dickinson (Iron Maiden), Ronnie James Dio (Dio), Tommy Iommi (Black Sabbath), Lemmy (Motorhead), Alice Cooper, Dee Snider (Twisted Sister) e Rob Zombie (White Zombie), entre outros, falam sobre diversos assuntos que envolvem o heavy metal. Com destaque especial para Snider, que foi convocado em 1986 perante o comitê do senado norte-americano para depôr sobre os efeitos causados pelo heavy metal aos jovens...

O único "senão" fica por conta do próprio Dunn, que às vezes deixa de analisar mais profundamente certos assuntos, cobrança justificada pelo fato do jovem cineasta ser formado em Antropologia. Mas essa atitude pouco acadêmica é compreensível. Dunn é apaixonado pelo heavy metal desde os 12 anos de idade. É evidente que seria impossível pra ele não "bater cabeça" desde o primeiro fotograma.

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