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Meu Monstro de Estimação

Em tempos de esquilos flatulentos, uma fantasia infantil com classe

31.01.2008, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H32

Não tem muito como errar com um texto de Dick King-Smith, autor inglês de Babe - O Porquinho Atrapalhado e também do livro que deu origem a Meu Monstro de Estimação (The Water Horse, 2007). O escritor sabe como equilibrar dramas leves e comédia na medida, além de criar um cenário cheio de detalhes e interesse.

Com tal material de base e roteiro adaptado pelo bom Robert Nelson Jacobs (Chegadas e Partidas), o geralmente limitado diretor Jay Russell (Brigada 49) até que se sai bem. Especialmente por contar com a bela direção de fotografia de Oliver Stapleton (Regras da Vida), que dá uma atmosfera mágica e ao mesmo tempo realista ao litoral escocês onde a trama se passa.

The Water Horse

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meu monstro de estimação

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A história não tem qualquer segredo. Traz a velha amizade entre uma criança e uma criatura tantas vezes já vista nas telas (o começo, inclusive, lembra bastante ET e as cenas n´agua evocam Free Willy). Aqui o menino é Angus, garoto solitário que encontra um ovo misterioso, no litoral da Escócia, que se abre para revelar o monstro marinho do título, uma lendária criatura do folclore local. Ele, claro, resolve criá-lo... e logo se vê em problemas, já que o bicho teima em crescer descontroladamente... pra piorar, é a Segunda Guerra e um pelotão do exército está acampado na propriedade da família, caçando submarinos alemães.

Mas se a história tem poucas novidades a oferecer além da curiosa ambientação histórica, o interesse maior é mesmo pelo menino, interpretado pelo excelente e cativante ator-mirim Alex Etel, o mesmo de Caiu do Céu. Sua mudança ao longo da história - de menino fechado, em negação pela ausência do pai combatente - a criança feliz, graças ao novo amigo e a liberdade que ele proporciona, é trabalho de gente grande. A seleção de elenco foi mesmo inspirada. Ao lado de Etel estão Emily Watson (Mentiras sinceras), Ben Chaplin (A isca perfeita) e até Brian Cox (Zodíaco).

Outro ponto alto é a computação gráfica, criada pelos mesmos responsáveis pelos efeitos de As Crônicas de Nárnia (a relação, aliás, é tão escancarada pelo estúdio que parece até que o título do filme é As Crônicas de Nárnia: Meu Monstro de Estimação). A técnica é excelente e quase que totalmente dedicada à criação do monstro, um verossímil, amigável e simpático "cavalo d´agua" das lendas escocesas - basicamente o que o Monstro do Lago Ness seria.

Em tempo de esquilos flatulentos hiperativos, Meu Monstro de Estimação traz uma bem-vinda classe ao cinema infantil - algo que mais que agradar aos pequenos, deve soar (com direito a delicioso sotaque escocês) como um sopro de alívio para os pais.

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