O italiano Carlo Rambaldi, especialista em efeitos visuais vencedor de três Oscars, morreu nesta sexta-feira em Lamezia Terme, na Itália, aos 86 anos. Ele morava há 10 anos na cidade calabresa e a causa da morte não foi divulgada.
carlo rambaldi
Os três longas que deram o prêmio da Academia a Rambaldi - dividido com outros técnicos de efeitos visuais desses filmes - são seus trabalhos mais célebres como engenheiro e design de criaturas animatrônicas: o King Kong de 1976, o Alien de 1979 e o E.T. de Steven Spielberg de 1982.
Formado na Academia de Belas Artes de Bolonha, Rambaldi começou como pintor e escultor. Seu primeiro trabalho no cinema foi em 1956, quando criou um dragão de 16 metros para Sigfrido - sem receber crédito pelo trabalho. Antes de seguir para Hollywood em 1976 e 1977 (quando faria sua primeira colaboração com Spielberg, em Contatos Imediatos de Terceiro Grau), Rambaldi trabalhou com efeitos e maquiagem na Itália; entre seus créditos está toda a sangueira do clássico Prelúdio para Matar (1975) de Dario Argento.
O talento do italiano rendeu um episódio inusitado em 1971, com Uma Lagartixa num Corpo de Mulher, também um giallo (os suspenses à italiana) como Prelúdio para Matar. Rambaldi criara com efeitos uma cena de mutilação de cães que ele precisou, depois do lançamento, explicar nos tribunais italianos. O diretor do filme, o ícone dos gialli Lucio Fulci, teria sido condenado a dois anos de prisão se Rambaldi não tivesse provado diante dos juizes que a mutilação dos cães era de mentira.
Depois dos Oscars, Carlo Rambaldi trabalhou em Conan, o Destruidor (1984), como designer do deus Dagoth, e no Duna de David Lynch, no mesmo ano, também desenvolvendo criaturas. Ele se aposentou em 1988 e passou a ser homenageado pelo mundo. Na série de TV Alias, de J.J. Abrams, o profeta e polimatemático Milo Rambaldi tem seu nome criado em referência a Carlo Rambaldi.