A história por trás de No Olho do Tornado é mais interessante do que o seu roteiro. Formatado como um blockbuster tradicional, cheio de ação e uma história familiar, o filme de Steven Quale é a realização do sonho do roteirista John Swetnam. Criado no Tennesse, estado dos EUA, o escritor se mudou para Los Angeles com sonho da maioria que vai para Califórnia: ter sucesso em Hollywood. Enquanto não emplacava ideias nos estúdios, Swetnam desentupiu privadas, serviu mesas, manobrou carros e limpou chão de lojas. Durante a entrevista ao Omelete, em um quarto de hotel cinco estrelas, ele olhou pela janela e enxergou seu antigo local de trabalho.
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"Ali, naquele pequeno prédio da frente, eu limpava os banheiros todos os dias. Sempre olhava para esses quartos que hoje estamos e sonhava em dar entrevistas sobre meus roteiros e os filmes que um dia eu dirigiria. Nunca tive relação com ninguém de Hollywood e hoje consegui chegar aqui. Estou muito feliz, pois No Olho do Tornado fala muito de mim. É uma história baseada nas minhas experiências de vida", disse.
Swetnam se refere não só ao casal de adolescentes que carrega boa parte da trama, como aos tornados, os reais protagonistas do filme. "Como vivi no Tennesse, sei muito bem o que é ouvir aquelas sirenes de alerta. É um dos sons mais pavorosos do mundo. Quem vive em regiões de tornado sabe do que estou falando. Foi essa sensação de desespero que tentamos transmitir", contou. A inevitável comparação com Twister (1996) não afeta o escritor. "Eu amo Twister. No Olho do Tornado não é uma homenagem, mas certamente foi uma influência. Antes que as pessoas julguem, gostaria que elas assistissem ao filme. Ele mistura muitas outras coisas que não vimos em Twister, por isso acho que ele é um produto diferente".
Para conseguir contemporizar a vivência que teve nos anos 1990, o roteirista pesquisou sobre os fenômenos mais recentes, entre eles o Katrina, furacão que devastou o sul dos Estados Unidos em 2005. "Não havia como deixar de lado o Katrina, mas também me inspirei em diversas cenas amadoras que estão publicadas no YouTube. Esse site é uma fonte de imagens incríveis - inclusive a mais impressionante do filme, que é a de um tornado em chamas, foi tirada diretamente de lá. As pessoas acham que é uma invenção minha, mas não. Um posto realmente pegou fogo e um tornado de fogo foi formado. Aquilo realmente existiu", falou.
O selo James Cameron de aprovação
Para transferir toda a grandiloquência do roteiro era necessário um diretor que conhecesse de efeitos visuais. Por isso, Steven Quale, diretor assistende de James Cameron em Titanic e Avatar, foi uma escolha tranquila da Warner Bros.. No Olho do Tornado é o segundo filme do cineasta, que antes havia feito Premonição 5. A ligação com o criador de Exterminador do Futuro e True Lies, porém, é a primeira pergunta a surgir em qualquer entrevista. "Mostrei a James o filme e ele adorou. Me parabenizou pelo projeto e disse que os efeitos visuais estão especialmente bem feitos", revelou.
Para justificar o elogio, Quale se empolga ao falar da composição dos tornados. "Não há um deles que realmente não tenha existido. Nos baseamos em cenas reais para conseguir reproduzir uma fidelidade nunca vista. A mistura da fotografia tradicional com a em primeira pessoa (a filmagem encontrada) também ajuda a dar um tom mais realista e pessoal", disse. E assim como Swetnam, o diretor rechaça as comparações com Twister, apesar de exaltar as qualidades do mesmo. "É um filme excelente, a frente de seu tempo. Mas não vejo sentido compararmos todos os filmes de tornado com ele. Principalmente No Olho do Tornado, que é um longa diferente, que fala mais com a atual geração e tem uma história familiar. Twister não tinha isso".
No Olho do Tornado estreia em 28 de agosto no Brasil e tem no elenco Richard Armitage (Thorin, de O Hobbit) e Sarah Wayne Callie (a Lori, de The Walking Dead).
