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Odeio o Dia dos Namorados | Crítica

Charles Dickens em flashmob

06.06.2013, às 20H46.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 15H00

Um Conto de Natal, romance que  Charles Dickens publicou em 1843, já foi adaptado para o cinema, teatro, ópera, ballet, virou musical da Broadway e até uma produção de mímicos. Agora ele chega ao cinema brasileiro em Odeio o Dia dos Namorados, que adiciona um fantasma gay e uma história de amor batida à obra do autor britânico.

Odeio o Dia dos Namorados

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Já vimos alguns filmes em que uma solteirona convicta se dedica mais ao trabalho do que deveria, deixando sua vida amorosa de lado. Aqui, essa personagem é Débora (Heloísa Périssé), uma publicitária cética que não acredita no amor. O problema surge quando ela precisa entregar uma campanha romântica sobre o bombom Sonho de Valsa - e o cliente é Heitor (Daniel Boaventura), um ex-namorado.

Quando Débora percebe que esqueceu seu iPad durante a apresentação do projeto e decide buscá-lo na agência, ela sofre um acidente de carro. É quando conhecemos Gilberto, seu amigo gay e parceiro criativo que morreu de um ataque cardíaco. Ele que vai guiá-la ao passado, presente e futuro, mostrando à Débora, assim como os fantasmas de Ebenezer Scrooge mostraram ao velho rabugento, onde foi que tudo deu errado.

Assim como outros filmes do gênero, há uma insistência tremenda em piadas bobas para assegurar a compreensão do público. Ao apontar que Gilberto é gay, por exemplo, todo diálogo que gira em torno do personagem vira chacota ou uma referência besta a possíveis hábitos homossexuais, transformando tudo em uma grande ofensa.

O roteiro, repleto de clichês, acaba formando uma colcha de retalhos com cenas inteiras extraídas de outros filmes do gênero. A história de amor central de Odeio o Dia dos Namorados mostra que Débora e Heitor se conheceram jovens, mas só foram namorar mais velhos. Quando visita seu passado, presente e futuro, Débora percebe que tudo o que fez de errado na vida tem uma relação direta com homens, que todas as decisões, tomadas para beneficiar sua carreira, acabaram a tornando uma pessoa insuportável.

Sem qualquer ambição em inovar na sua narrativa ou no desenvolvimento de seus rasos personagens, o filme acaba soando apenas como uma peça publicitária do chocolate. Em seu final, apresenta um artificial flashmob que nos relembra que o amor, como retratado em Odeio o Dia dos Namorados, não pode ser íntimo, apenas entre duas pessoas. O amor deve ser sempre exposto, revelado ao mundo e cantado num refrão dos Menudos. Afinal, ele foi dificilmente conquistado aos 45 do segundo tempo.

Odeio o Dia dos Namorados | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Ruim
Odeio o Dia dos Namorados
Odeio Dia dos Namorados
Odeio o Dia dos Namorados
Odeio Dia dos Namorados

Ano: 2013

País: Brasil

Classificação: 14 anos

Duração: 92 min

Direção: Roberto Santucci

Elenco: André Mattos, Charles Paraventi, Danielle Winits, Fernando Caruso, Heloísa Périssé, Marcelo Saback, Tony Tornado

Onde assistir:
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