Filmes

Entrevista

Omelete entrevista Angelina Jolie, estrela de A Lenda de Beowulf

Atriz fala sobre a inovadora produção e sua vergonha em ver-se animada e nua

27.11.2007, às 17H00.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 12H07

Enquanto esperava na fila do avião, para embarcar para Los Angeles, onde entrevistaria Angelina Jolie e outros atores de A Lenda de Beowulf, uma decepção: ao celular, o pessoal da Warner Bros me informava que a atriz havia cancelado todas as suas entrevistas. Ela estaria presente apenas na coletiva de imprensa do filme de Robert Zemeckis. Ao menos, o grande interesse pela beldade rendeu várias perguntas de todos os presentes. Simpática - e ainda mais bonita do que se vê nos filmes (sim, ela é tudo isso) - Jolie, que vive no filme uma sedutora e perigosa mulher-dragão, foi o centro das atenções daquela tarde. Confira abaixo a conversa e veja fotos dela no evento ao final, na galeria.

Como foi trabalhar com Robert Zemeckis?

Angelina Jolie

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Angelina Jolie

Angelina Jolie

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Angelina Jolie - Foi uma ótima experiência. Acho que o melhor de tudo é que às vezes fazemos filmes e eles se tornaram um negócio tão grande que perdemos o contato com o processo artístico. É tudo tão apressado... e Bob é um artista de verdade. Ele tem paixão verdadeira pelo que faz, tanto amor e entusiasmo, que você realmente se sente bem e se lembra de como é ser alguém criativo. E eu precisava disso como artista, desse ambiente. Então foi uma ótima experiência.

Como você entrou no projeto?

Eu fiquei muito empolgada em receber a ligação da equipe de Bob Zemeckis perguntando se eu queria participar do novo filme dele. Então estava dizendo "sim" pra qualquer coisa. Aí me disseram que eu seria um lagarto, haha, e me levaram a uma sala cheia de desenhos conceituais dessa mulher pintada de ouro que se transforma em réptil. E eu pensei na hora "isso é legal, tenho filhos e essa coisa toda pode ser bem divertida, viver essa doida criatura reptiliana". Fiquei muito empolgada. Aí conheci Crispin [Glover], fizemos ótimas cenas juntos... até que vi o pôster e percebi "bom, não sou só um lagarto"... ahahahaha, mas adorei e estou empolgadíssima com o filme. A personagem é divertida demais. É maligna, sedutora... ótima, uma femme fatale.

Você já fez vários trabalhos de dublagem, mas esta é a primeira vez que empresta movimentos a uma animação. Você gostou da experiência? Faria novamente?

Eu não consigo nem chamar este filme de "animação", pois cada um dos gestos ali é nosso. A atuação é nossa e transmitida para um modelo. Até nossos globos oculares eram mapeados. Se nossos personagens olham para um lado, é porque nós estávamos olhando pra esse canto. São nossas atuações e todas as cenas foram feitas com os atores que estão na tela, juntos. É algo muito diferente e inovador. Mas eu certamente voltaria a esse processo.

Foi difícil atuar dessa forma? Você teve que fazer algumas coisas bem "inumanas" ali - como voar...

Bob faz com que você faça coisas bem estranhas. Para as cenas aquáticas, me prenderam pela cintura a um aparelho com rodas. Foi esquisito. Isso foi logo no primeiro dia e eles tiveram que inventar meio que na hora os movimentos daquilo. Então nadei com a parte superior do meu corpo, enquanto era empurrada ao redor de Crispin, tentando fingir que estava nadando de verdade. Voar foi a mesma coisa. Me amarraram com arames e me empurraram pelo set.

E o que você achou do resultado?

Fiquei um pouco envergonhada... eu não esperava que as personagens se parecessem tanto conosco. Mas ficou muito real. No começo [quando a aparência é reptiliana] é divertido, mas há alguns momentos [a nudez] em que fiquei realmente envergonhada me vendo. Então tive que ligar pra casa e explicar as coisas, ahahahaha, dizer que aquela animação divertida que eu tinha feito era, na verdade, meio diferente do que ele [Brad Pitt, o marido] esperava. Ahahaha. Fiquei surpresa... mas adorei minha cauda!

Também adorei os trechos em inglês arcaico, que foram lindos de fazer. Alguns deles foram cortados, porque acho que eram difíceis demais para as pessoas entenderem, mas foi divertido aprendê-los. Foi lindíssimo.

As personagens femininas do filme são bastante fortes, apesar da submissão da época. Você levou em consideração esse momento na criação da sua personagem?

Minha personagem não se parece com as outras mulheres do filme, não apenas por não ser humana, mas por sua personalidade. Ela está além do seu tempo. É muito poderosa e capaz - mesmo enfiada numa caverna, ahahaha. Uma personagem muito diferente mesmo... certamente não é uma mulher daquele tempo.

Você tem uma família grande agora. Como você equilibra sua vida particular e a profissional? Um projeto como A Lenda de Beowulf deve afastá-la dias de sua família...

Toda a minha participação em Beowulf durou só 3 dias e meio - e eu estava grávida de 2 meses e meio. Então não tive problema nenhum aqui. A propósito, meu corpo foi digitalizado antes [da barriga começar a aparecer]. Nesse caso não precisei trabalhar demais... mas nos outros projetos tento equilibrar... trabalhar um pouco e parar um pouco. Não é tão difícil.

Você leu o poema original?

Eu li há muito, muito tempo. E acho que dormi no meio. Mas é uma dessas histórias épicas que você simplesmente conhece. Sabe do que se trata. Mas não tenho base para comparar o roteiro ao original. Meus interesses na época eram outros...

O que você lia?

Hum... estou tentando pensar em alguma coisa brilhante pra dizer, mas quando eu era menina gostava mais de A Ilha do Tesouro... e bem mais de cinema. Lawrence da Arábia era meu favorito. E lia os livros de Winston Churchill que contavam suas histórias de juventude e aventuras.

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