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Entrevista

Omelete entrevista Samuel L. Jackson

Omelete entrevista Samuel L. Jackson

09.10.2003, às 00H00.
Atualizada em 22.11.2016, ÀS 04H09

Violação de conduta
Basic, 2003 - 98 min.
Canadá, EUA, Alemanha
Suspense/Ação


Direção: John McTiernan
Roteiro: James Vanderbilt


Elenco: John Travolta, Connie Nielsen, Samuel L. Jackson, Timothy Daly, Giovanni Ribisi, Brian Van Holt, Taye Diggs, Dash Mihok, Cristián de la Fuente, Roselyn Sanchez, Harry Connick Jr, Georgia Hausserman.


Travolta, Connie Nielsen e Jackson em Violação de conduta

Jackson como o Sgto. West

Travolta e Jackson em Pulp Fiction

Durante o Festival de cinema do Rio, sob uma tenda armada nas areias da praia de Copacabana, Samuel L. Jackson (Fora de controle, Star Wars, Triplo X, Shaft) conversou com os jornalistas sobre Violação de conduta (Basic, 2003), do diretor John McTiernan (Duro de matar) e com John Travolta (A senha) no elenco.

Bem-humorado, o ator confirmou que foi convidado para vir ao Rio diversas vezes, mas que sua agenda nunca permitiu que aceitasse. Este tipo de evento é muito importante, principalmente por oferecer ao grande público a oportunidade de ter acesso à cultura. São tipos de pessoas e tipos de películas muito diferentes e variadas e essa união entre público e cinema é fantástica. Essa idéia de exibir filmes gratuitamente na praia devia ser copiada, disse ele, que garantiu ainda ter enorme interesse pela produção cinematográfica brasileira, tendo assistido a Cidade de Deus recentemente. Procuro estar sempre por dentro da produção dos países para onde viajo. Gosto de saber o que está sendo produzido e acho que isso também deve fazer parte do ofíocio do ator.

Contracenando apenas em dois momentos nas quase duas horas de projeção, Samuel L Jackson e Travolta repetem a boa parceria que foi sucesso em Pulp fiction - Tempo de violência, de Quentin Tarantino. É sempre interessante participar de um projeto no qual o nome dele esteja associado. É sinônimo de profissionalismo e diversão. Apesar de termos contracenado poucas vezes, temos uma química muito boa e funcionamos muito bem juntos, afirmou o ator, que garante que os dois são amigos e costumam se divertir muito também fora das telas.

No thriller, que tem roteiro de James Vanderbilt, Jackson vive o sargento West em uma história que mistura suspense, ação e intriga. Acostumado a interpretar traficantes e bandidos de maneira geral desde o início da carreira, ele vem, aos poucos, diversificando seu repertório de tipo e garante estar sempre pronto para novos desafios. Eu venho do teatro e, quando aceitei o primeiro convite para o cinema, o que me atraiu foi exatamente a possibilidade de diversificar as personagens. Tem atores que gostam e até preferem ser reconhecidos pelo público por um determinado tipo de papel, mas eu não. Acho que esse comodismo é uma armadilha para o intérprete.

Segundo ele, o cuidado na hora de aceitar um papel deve ser muito grande. Quando aceito um convite para um filme, as duas coisas que levo em consideração são: eu pagaria para assistir a essa história? Outra coisa é o fato de trabalhar com personagens que me encantam de alguma forma, como quando era criança e queria viver muitos deles no cinema. Como produtor, procuro trabalhar com gente jovem, atores que, muitas vezes, não tem tantas oportunidades e principalmente, escolho tramas que muitas vezes foram recusadas pelos grandes estúdios, revelou Jackson, que acaba de assinar um contrato como produtor executivo para uma série para a TV americana NPN. Ainda não temos o nome certo do programa, mas ele vai tratar de religião e poder, adianta.

Violência na tela

Protagonista de filmes de ação, Jackson, mais uma vez, vive em Violação de conduta cenas de extrema violência, o que acaba sempre repercutindo na mídia. Não concordo que hoje haja um culto maior à violência. Desde o início da indústria cinematográfica, ela está presente. O que acho que acontece é que, com o advento dos efeitos especiais, ela acaba aparecendo mais, chamando maior atenção. Gosto de fazer este tipo de película e acho que o público, quando procura diversão, quer assistir exatamente a histórias e personagens que nada tenham a ver com sua vida. Por isso, a violência sempre atraiu e vai continuar atraindo muita gente às salas de projeção. E essa não é uma característica apenas da indústria hollywoodiana. Os videogames também estão aí para provar, admite.

O ator também comentou sobre outro tema que costuma render muito pano pra manga: o racismo. Essa questão do racismo sempre esteve e estará presente no cinema e na sociedade norte-americana. Não acredito que o fato de o Oscar ter sido dado a atores negros tenha efetivamente mudado alguma coisa. Hollywood é uma colcha de retalhos que atrai todo o tipo de público e principalmente, uma máquina de fazer dinheiro, de gerar lucros. Todos os temas que de alguma maneira interessam às pessoas, continuarão sendo abordados.

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