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Quebra de Confiança

O caso do maior traidor da história do FBI vira filme

26.07.2007, às 17H00.
Atualizada em 10.11.2016, ÀS 05H06

Quebra de Confiança (Breach), assim como o recente Zodíaco, é um tipo de suspense diferente. Nesse gênero, os cineastas não estão preocupados com o "quem é o culpado", mas com o desenvolvimento da trama, com a maneira como investigações afetam as vidas privadas dos envolvidos.

Não há, portanto, grandes momentos de tensão, música sombria ou sustos. O suspense fica todo por conta da empatia com os personagens e um ou outro momento de maior expectativa - potencializados pela relação entre público e protagonistas.

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Obviamente, para que um filme do tipo funcione, bons atores são necessários. E há poucos hoje em dia tão bons quanto Chris Cooper, ator normalmente relegado a papéis secundários e dono de um Oscar (de coadjuvante, claro) por Adaptação. Aqui ele tem a oportunidade de brilhar como Robert Hanssen, agente veterano do FBI capturado em 2002 numa das maiores operações já realizadas pelo Federal Bureau of Investigation.

Logo na sua introdução o filme relembra os fatos. Em dezembro de 2002 foi divulgado ao público estadunidense que Eric O'Neill, um agente novato de 27 anos de idade, conseguiu capturar o inteligentíssimo e enigmático Hanssen, considerado o maior espião da história dos Estados Unidos. Durante duas décadas ele vendeu segredos - que custaram a vida de dezenas de operativos da agência - aos russos. Curiosamente, esse controverso agente - religioso, fã de pornografia, traidor... - gastou muito pouco do dinheiro que obteve com as contravenções, algo que o filme não explica, mas que Cooper entende perfeitamente bem. Essas motivações ele deixa claras sem qualquer necessidade de diálogo, especialmente na excelente seqüência da foto de "25 anos de serviço".

Ao lado do ator, no papel de O'Neill, está o competente Ryan Phillippe, que tem realizado bons filmes nos últimos anos, como A Conquista da Honra e Crash. Apesar de não ter o mesmo brilhantismo do veterano, ele se sai bem, não compromete. E nem poderia, afinal, na sua interpretação ele foi auxiliado pelo próprio agente captor, que serviu como consultor na produção.

Sem precisar de surpresas, portanto, Quebra de Confiança detalha os últimos meses de liberdade de Hanssen. Além disso, mostra como o pouco experiente e ambicioso O'Neill, recém-saído de missões de vigilância, foi fundamental para que a equipe do FBI encarregada do caso, liderada pelo próprio diretor da organização - Louis Freeh - e composta por 500 agentes, capturasse o traidor.

A opção do diretor e co-roteirista Billy Ray pelo drama psicológico é louvável. De qualquer outra maneira teríamos um filme de reviravolta como tantos outros. E o acerto é tamanho que mesmo assim ele acaba obtendo a tensão e as reviravoltas que são banalizadas no filmes mais convencionais.

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