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Crítica

O Homem Sem Sombra | Crítica

Sem sombra nem escrúpulos

29.09.2000, às 00H00.
Atualizada em 09.11.2016, ÀS 16H04

O que você faria se fosse invisível? Qual seria sua reação se pudesse entrar nas casas das pessoas e ficar observando o que fazem quando acham que estão sozinhas? Uma situação como estas elevaria um ser humano ao grau de um semideus pela sua onipresência (ou deveríamos dizer inexistência?).

Situações como estas vive o dr. Sebastian Caine (Kevin Bacon), um cientista que trabalha para o governo americano num projeto ultra-secreto: desenvolver um soro que deixe os homens invisíveis. Com um poder destes, os soldados americanos se tornariam imbatíveis nos campos de batalha.

Sebastian, dono de um brilhante intelecto, tem o ego ainda maior que a inteligência. Depois de completar a primeira parte da missão, deixar cobaias invisíveis, ele decide ser o primeiro ser humano a passar pela transformação e, desta forma, entrar para a história.

Assim como acontece em O Homem Invisível (The Invisible Man - 1933, EUA), a transformação não muda apenas a sua forma física. Aos poucos ele vai perdendo o controle sobre a situação e, principalmente, sobre si mesmo. É inacreditável o que se pode fazer quando você não tem que se olhar no espelho, diz Caine em uma das cenas do filme. No clássico, baseado no livro de H.G. Wells, a mudança de comportamento é um efeito colateral do soro da invisibilidade. Em O Homem sem sombra, Caine se mostra sem escrúpulos desde o começo e a situação vai se intensificando a cada segundo. Em umas das cenas cortadas, que talvez só possamos ver na versão para DVD, o carismático doutor invisível estupra sua voluptuosa vizinha.

Por trás desta violência e alta tecnologia está o diretor Paul Verhoeven, velho conhecido dos amantes da ficção científica, de Robocop e O Vingador do Futuro (vamos fingir que ele não fez Tropas Estelares, ok?). Apesar de estar invisível em boa parte do filme, Bacon foi quem mais apareceu para trabalhar. O ator passou horas na maquiagem para ter seu corpo coberto por tintas azuis, verdes ou pretas, que os computadores deletariam depois, tornando-o nada.

O único problema do diretor foi ter caído no clichê de fazer mais um daqueles vilões que não morrem nunca. Mas isso não é suficiente para estragar o filme, que conseguiu se manter por duas semanas no topo das bilheterias americanas, arrecadando cerca de US$ 25 milhões em média. Só o show de efeitos especiais que é a transformação de Sebastian Caine já faz de O Homem sem Sombra um filme que vale a pena ser visto, com o perdão do trocadilho.

Nota do Crítico
Bom
O Homem Sem Sombra
Hollow Man
O Homem Sem Sombra
Hollow Man

Ano: 2000

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 114 min

Direção: Paul Verhoeven

Elenco: Elisabeth Shue, Kevin Bacon, Josh Brolin, Kim Dickens, Rhona Mitra

Onde assistir:
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