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Entrevista

Thor: Omelete Entrevista Chris Hemsworth

O Deus do Trovão em pessoa falou sobre seu papel no filme

12.09.2010, às 18H00.
Atualizada em 06.11.2016, ÀS 21H03

Depois do painel da Marvel na Comic-Con, tivemos a oportunidade de conversar com os principais envolvidos no filme do Thor. Na semana anterior, publicamos a entrevista com o diretor Kenneth Branagh e Kevin Feige, presidente de produção do Marvel Studios. Hoje chegou a hora de mostrar para você o bate-papo que tivemos com o ator Chris Hemsworth, o escolhido para interpretar o Deus do Trovão.

O texto a seguir é uma compilação das entrevistas feitas pelos editores do Omelete e do site parceiro Collider, para trazer sempre o melhor material para você!

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E aí, é muito legal ser o Thor? O que você achou?

Chris Hemsworth: É muito legal! hahahahaha É como voltar a ser uma criança, sabe? Quando a gente é criança, brinca de se fantasiar, de ser guerreiro ou qualquer coisa assim. E posso fazer isso agora, e é tudo muito sério e ainda sou pago pra isso, então é uma experiência estranha.

Descobrir que Kenneth Branagh ia ser o diretor, renomado por suas adaptações de Shakespeare, influenciou sua decisão para fazer o filme?

A primeira peça que eu fiz, quando atuei pela primeira vez, foi Muito Barulho por Nada, e ele tinha feito um filme sobre ela, há muitos anos. Então, trabalhar com ele foi como fechar um ciclo, porque ele me inspirou durante muitos anos. Foi ótimo. No mundo de Asgard, Thor, Odin e Loki são a família real, eles são a realeza. E isso é o que Ken faz melhor que ninguém, essa realeza shakespeariana. Então acho que foi maravilhoso.

No quadrinho, ele é um cara muito grande. Você teve que se preparar muito fisicamente ou, naturalmente, já estava quase lá?

Não. Engordei uns 9 quilos e agora já perdi grande parte dessa massa. Já comecei a perder até durante as filmagens, que são muito cansativas. Malhei e fiz o regime durante seis meses, aí comecei a filmar e continuei malhando, mas não conseguia mais ingerir a mesma quantidade de comida. Foi engraçado como perdi peso rapidamente.

Como você se sentiu na primeira vez que vestiu o uniforme do Thor?

Nossa, foi icônico. Eu estava lá com Anthony Hopkins e ele virou pra mim e disse, "Quer saber, nem é preciso atuar. A roupa já faz o serviço". Eram figurinos simplesmente lindos.

Antes do filme, você já sabia alguma coisa sobre o Thor?

Eu não tinha lido muito Thor quando criança. Mas desde que me envolvi com o filme, li tudo que consegui. Amo isso agora, me sinto como um fã lendo os quadrinhos.

Eles te deram quadrinhos para ler? Quais histórias te deram?

Muita coisa relacionada aos Vingadores, histórias mais antigas e histórias atuais. E também arranjei vários livros, sobre vários assuntos, como mitologia nórdica. Li também Sidartha, do Herman Hesse, que é sobre um homem - um jovem budista - encontrando seu caminho na vida. E todas essas coisas interessantes para refletir. Você pode tirar alguma coisa disso tudo, ou não, mas é bom dar uma olhada e ver aquilo que te pega. Se isso render pelo menos um olhar diferente na tela, então valeu a pena.

Mas porque Sidartha? O que você tirou disso?

Bem, um pouco da história tem a ver. Thor é um homem tentando entender quem ele é, seu lugar na vida e seu propósito. E acho que Sidartha é um livro sobre isso. Qual seu propósito? O que ele estava fazendo?

Todos os problemas da relação entre o pai e o filho também dialogam com o filme, acho.

Sim, com certeza. Isso é estabelecido desde o começo. Pais e filhos estão muito presentes nesse filme e a relação dos irmãos com o pai, e isso foi ótimo. Eu tenho irmãos e somos muito próximos do nosso pai, e com certeza tentei tirar um pouco das experiências do meu passado.

Como você vê Thor como personagem?

No começo do filme, ele com certeza é um guerreiro muito convencido e estourado, que está prestes a herdar as chaves do reino. Mas o pai dele acha que ele ainda não está pronto. O filme mostra a jornada dele para aprender a ter um pouco de humildade. Acho que ele é uma daquelas pessoas que tem boas intenções. Ele está fazendo tudo aquilo para proteger sua família e seu reino, e ele acha que aquele é o jeito certo de fazer aquilo. Acontece que o jeito dele é um jeito muito agressivo, que provavelmente não é o jeito certo. É uma questão de direcionar a emoção crua que ele sente a maior parte do tempo para o caminho certo.

Sobre a humildade, você já sentiu isso pessoalmente, desde que se envolveu com o filme?

Vou te contar uma história específica, sobre trabalhar com Anthony Hopkins. Trabalhar com ele todos os dias é uma benção, ele é um cara incrivelmente modesto e, obviamente, muito talentoso - e posso continuar elogiando. Mas estávamos em uma cena em que tínhamos uma grande briga. Tudo estava correndo bem, ele estava fazendo a cena de um certo jeito e estava ótimo. Então Ken veio e sussurou uma coisa no ouvido dele, e ele disse, "Ah, esse é uma boa ideia". Então começamos a fazer a cena de novo e foi surpreendente. Ele estava emotivo e bravo e isso foi incrivelmente poderoso. Aí gritaram "Corta!" e toda a equipe, o set inteiro, começou a aplaudir e algumas pessoas estavam chorando. Me lembro de sentar lá e pensar, "Isso foi incrível! Eu sou péssimo e nunca vou conseguir fazer algo assim". Antes eu estava pensando que estou no mesmo círculo que Hopkins, estou indo bem, segurando a minha parte - até aquele momento.

Você sabe o que Ken sussurou para ele?

Ele disse, "Deixa isso te afetar". Era uma discussão entre pai e filho, e estávamos gritando um com o outro. E ele disse, "Simplesmente deixe isso te afetar". Foi um ângulo diferente.

Houve alguma sequência, em particular, que exigiu muito de você?

Acho que quase tudo. Fiquei sabendo do filme quatro meses antes das filmagens, e filmei outro filme nesse período. Então me preparei para Thor enquanto trabalhava em outro filme. E um era com sotaque britânico e o outro com sotaque americano, então foi muito trabalhoso. E você tem que continuar fazendo, mas parece que está caminhando sobre água. Quando você termina, pensa "Ufa!".

Você ficou pendurado de cabeça para baixo, teve que arremessar alguma coisa ou teve algum momento que foi um grande desafio físico pra você?

Fiquei pendurado de cabeça para baixo, na verdade. Tínhamos isso em algumas cenas, algumas quedas de cabeça. Pensei, "Bom, já pratiquei muitos esportes, isso vai ser ótimo". Mas só de ficar pendurado de cabeça pra baixo por 30 segundos fiquei com dor de cabeça durante dois dias. E fizemos uma que é um giro para trás, que é o auge do espetáculo pelo qual você pagou. Girei uma vez e fiquei pálido, como se fosse vomitar. Disseram, "Você precisa parar?". E eu disse, "Não, não, vamos tentar gravar tudo que precisamos antes que eu vomite". Me giraram, giraram... Rolou uma tremedeira depois, hahahaha.

O que faz do Thor um personagem tão popular? Kenneth mencionou a força bruta, o que você acha?

Acho que o fato de ser baseado na mitologia nórdica e vikings, o que pra mim é fascinante e acho que as pessoas adoram esse tipo de coisa. Ele é um super-herói, acho que as pessoas gostam disso e do martelo, mas ele ainda é um cara. Às vezes ele é grosso e arrogante, mas ele é um guerreiro e acho que tem boas intenções.

Em todos os outros super-heróis - Homem-Aranha, X-Men, Superman, Batman - em todos há sempre uma falha, alguma ferida ou mágoa. Qual é a ferida do Thor?

Bom, acho que tem a ver com entender e aceitar seus próprios poderes. Nesse filme o foco é que ele está prestes a se tornar o rei. Mas o pai dele percebe que, provavelmente, ele não está pronto. Ele é convencido, arrogante e ele tem poder, o que é uma combinação perigosa. Então aprender a ser humilde é, com certeza, uma grande jornada para ele neste filme. Acho que ter tanto poder é uma coisa que sempre volta para te assombrar. É uma coisa constante, com a qual ele tem que lidar.

Nos quadrinhos, Thor fala em inglês arcaico. Vocês discutiram isso?

Sim, nós falamos de um jeito parecido com o inglês arcaico no filme. Além disso, todos os asgardianos falam com sotaques britânicos. Mas não havia muitos deuses por perto para corrigir o áudio do filme, então nós mesmos tivemos que inventar tudo.

Como foi usar o martelo nas filmagens?

Eu já tinha alguma experiência porque trabalhei em construção por uns seis ou oito meses, depois que terminei o colegial. Então sabia como manusear, mais ou menos.

Agora você está no centro do circo hollywoodiano, mas antes já tinha mencionado a palavra "humildade" como forma de lidar com isso. O que você vai fazer para não deixar que isso suba à cabeça e pensar "agora sou um deus"?

Olha, uma vez eu ouvi o Tom Hanks dizendo que ele não acha que a fama te muda, apenas amplia aquilo que você já é. E, sabe, eu venho de uma ótima família, com ótimos pais que me ensinaram várias lições de humildade quando eu era pequeno. E a valorizar quem você é. Para mim, com certeza vou voltar para casa para ver minha família e vou continuar me beliscando para ver se é verdade, e pensando "Nossa, isso é legal e tenho sorte de fazer parte disso".

O que você acha sobre a febre de filmes de super-heróis atualmente? Você não acha que Hollywood pode "secar a fonte", com tantos filmes de super-herói ao mesmo tempo?

Olha, acho que constantemente surgem novas ondas nesse ramo, ondas do que é popular e do que não é. E, claro, isso pode acabar em algum momento, mas por que não? Videogames, super-heróis e 3-D parecem ser as febres do momento, mas não faço ideia onde isso vai parar no futuro. Contanto que você tenha boas histórias, é o que importa.

O que você achou de apresentar as cenas de Thor na sala H da Comic-Con, diante de 7 mil fãs?

Foi incrível. Entrar naquele palco e estar na frente de tantas pessoas, milhares de pessoas, foi uma das coisas mais desafiadoras que eu já fiz. Quanto às cenas, aquelas foram as primeiras cenas que eu assisti e não poderia estar mais feliz. O jeito como filmaram, os figurinos, os sets, tudo era incrível. E foi ótimo ver a reação das pessoas.

E os Vingadores? Vocês subiram no palco, todos juntos. Essa foi a primeira vez que vocês se encontraram, os quatro juntos?

Sim, foi uma loucura! Eu nem sabia que aquilo ia acontecer até cinco minutos antes. Eu não sabia que Scarlett [Johansson] ou Robert [Downey], ou qualquer um daqueles caras viriam. Pensei, "Acho que estou no palco errado". Mais uma vez, são pessoas que admiro e me inspiraram durante anos e estar lá em cima com eles é incrivelmente empolgante. Só de pensar em reunir todos esses super-heróis em um grande filme será incrível.

É um pouco assustador fazer um filme desses?

Sim. Hahahahaha. Quer dizer, vir trabalhar nos Estados Unidos sempre foi uma coisa que eu quis fazer, mas isso é dividido com um certo medo, que está aí dentro, em algum lugar. Mas quando você tem a oportunidade de trabalhar com pessoas como esses caras, que são incrivelmente prestativos e talentosos, você precisa engolir esse medo e virar uma esponja.

Quem gosta mais do Thor: homens ou mulheres?

Eu não sei. Hahahaha. Acho que logo vou descobrir.

Thor estreia em 6 de maio de 2011. O Omelete entrevistou Kenneth Branagh, Kevin Feige, Chris Hemsworth, Natalie Portman, Kat Dennings, Tom Hiddleston e Clark Gregg. Publicaremos essas entrevistas nas próximas semanas. Fique de olho!

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