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Crítica

Titeuf: O Filme | Crítica

HQ infantil fora do convencional rende filme convencional

17.10.2014, às 17H16.
Atualizada em 16.11.2016, ÀS 01H00

No cômpito final de vendas de quadrinhos em 2012 na França - país onde 1/3 da população é ávida leitora de gibis, vendidos em livraria em álbuns grandes e caros -, Titeuf vol. 13 foi o vencedor: aproximadamente um milhão de exemplares. Isto, num dos maiores mercados de quadrinhos do planeta, competindo com mais de 4 mil lançamentos no ano.

Titeuf é sucesso na Europa há mais de 20 anos. O menino do topetinho loiro é idolo de mais de uma geração de crianças ao tratar do mundo infantil sem correção política: ele e os coleguinhas falam de sexo com a mesma tranquilidade que discutem prova de matemática, chulé, arroto e videogame. Seus álbuns começaram a sair no ano passado no Brasil pela editora V&R.

A criação do suíço Zep já tinha ganho revista própria, videogame, série animada e virado todo artigo de merchandising pensável. Faltava o cinema. O próprio Zep encarregou-se do roteiro e da direção de Titeuf: O Filme, para garantir a fidelidade ao original bem-sucedido.

E de fidelidade não se pode reclamar. A animação 2D respeita com precisão o traço de Zep para Titeuf e seu universo. O roteiro reaproveita histórias dos álbuns - quase sempre de uma página -, intercalando-as com tramas maiores também fieis à série: a mãe de Titeuf sai de casa para refletir se quer continuar o casamento, Titeuf fantasia o que vai acontecer se seu pai tiver uma nova mulher e, no colégio, a menina que ele adora vai fazer aniversário e não o convidou.

A transição de histórias de uma página para uma narrativa longa levou Zep a adotar uma estrutura convencionalíssima para o roteiro. Enquanto os gibis estão sempre encaminhados para a punchline rápida no fim da página - muitas vezes geniais -, o filme tem que fazer cada piadinha servir à trama, que se alonga de forma mais do que previsível. E melosa, coisa que o Titeuf das HQs não costuma ser. Rola até interlúdio musical.

Se pensado para o público infantil, porém, tudo isso fica de lado e o filme deve agradar só pela incorreção. Pais mais conservadores, porém, têm que avaliar se topam uma animação onde Titeuf brinca com desemprego ("Meu pai é pesquisador. Está sempre pesquisando o mercado empregatício") ou paga pra menina do colégio levantar a camisa. O deputado Protógenes que não venha reclamar.

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Titeuf: O Filme | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
Titeuf - O Filme
Titeuf, Le Film
Titeuf - O Filme
Titeuf, Le Film

Ano: 2011

País: França

Classificação: 1 anos

Duração: 87 min

Onde assistir:
Oferecido por

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