Filmes

Entrevista

Toy Story 3: Omelete Entrevista os dubladores da animação

Timothy Dalton, Joan Cusack, John Ratzenberger e Jodi Benson falam sobre o filme

27.06.2010, às 00H00.

Se existe olho gordo nesse mundo, Matt Goldberg, redator do site parceiro Collider, tem que se cuidar. Ele foi até a sede da Pixar Animation Studios conhecer o local - sonho de 11 de cada 10 nerds - e ainda entrevistou parte do elenco que dublou a versão original de Toy Story 3, nova aventura de Woody, Buzz Lightyear e cia. Se quiser ver as fotos e o relato da visita de Matt à Pixar, clique aqui. Ou então simplesmente veja as entrevistas abaixo ou no YouTube e leia a transcrição completa em seguida.

Timothy Dalton e Joan Cusack

Timothy, eu gostaria de te perguntar como foi sua reação quando disseram "Queremos que você interprete um ouriço que veste roupa de tirolês e é um ator treinado em Shakespeare"?

Timothy Dalton: Bem, esqueça a parte shakespeariana. Eu adoro a ideia de fazer Toy Story e quando eles me convidaram, fiquei muito feliz. Só depois eu descobri, e fiquei ainda mais feliz, quando eles disseram "E é um ouriço, um pequeno ouriço, que usa calças de tirolês". E que é um ator-agente que se leva muito a sério, foi o que eles disseram. Mas eu não sei se eu gosto dessa ideia de dizer que ele foi treinado em Shakespeare.

Desculpe, eu quis dizer atuação clássica-

TD: Mas é comum. Se você é britânico, então você já interpretou Shakespeare. Dá para dizer que tem treinamento shakespeariano. Mas não estamos aqui para falar sobre isso. Todo ator britânico faz Shakespeare, em algum momento. Mas o pequeno personagem, o pequeno ouriço provavelmente adora Shakespeare. Ele faz um pouco de Shakespeare ali, no fim do espetáculo.

Na verdade, eu estava querendo saber o que você achou.

TD: Eu ainda não assisti.

Mas já que falamos de Shakespeare, eu queria saber: ao interpretar esse personagem, qual você acha que seria o personagem favorito de Shakespeare dele?

TD: Nesse momento, se isso ainda estiver no filme, obviamente seria Romeu e Julieta, não?

Joan Cusack: Sim.

TD: Porque ele é da Bonnie.

JC: Sim, certo. E isso é um grande teste-

TD: E Joan fala sobre isso muito bem, porque essas crianças novas são meninas. Estão expressando ela.

JC: É o campo de imaginação dela, sabe? Tem esse pequeno ouriço, que meio que captura a essência do romance. Não é ameaçador, mas é maravilhoso.

TD: A Bonnie teria um boneco de cowboy e de patrulheiro estrelar.

JC: Talvez não. Talvez.

TD: Esses são brinquedos de menino. Ele tem brinquedos diferentes.

Então, vocês acham que as crianças deixam sua marca nos personagens? Ou no brinquedo?

TD: Eu diria que sim. Falando no geral, meninos e meninas generosos, provavelmente. Mas acho que podemos enfatizar que em um filme nós temos permissão para preencher um mundo de brinquedos da mesma maneira que preencheríamos o mundo dos humanos.

Vocês tinham um brinquedo favorito, quando crianças?

JC: Eu tinha a cabeça da Barbie. Aquela que era só a cabeça e você podia passar maquiagem e fazer o cabelo. E o pescoço dela era como uma bandeja, em que você colocava sua sombra azul. E também tinha o forninho, com a lâmpada... Mas nós faziamos mais brincadeiras, como construir fortes e brincar de casinha, e tal.

Ok.

TD: Nós brincávamos... Sabe, houve um tempo em que as crianças podiam brincar na rua.

JC: Só sair e...

TD: E nós fazíamos nossos próprios jogos. Você fazia coisas com uma latinha, palitos e barbante e tal.

Eu estava pensando, Timothy, como foi a experiência da Pixar para você. E para Joan, como foi voltar depois de 10 anos e ver como as coisas mudaram?

TD: Foi totalmente novo para mim, na verdade. Estou no cinema há muito tempo e já fiz dublagens, mas nunca tinha feito algo assim. Foi muito acolhedor. Muito, muito acolhedor. Não poderiam ter me deixado mais em casa ou mais confortável. Foi ótimo. E ainda é.

JC: É um grupo muito especial. E eles abriram um caminho para estar nessa indústria e um jeito de trabalhar, que é totalmente único e diferente, e imaginativo, com padrões muito altos. Os níveis artísticos e criativos são importantes. E quando eu fiz o primeiro era apenas o começo. E eles foram e fizeram esses filmes incríveis, que você quer assistir de novo, de novo e de novo. E eu estava curiosa em ver como seria esse. Porque... como você dá sequência a algo assim? Como você supera? Mas eles superaram com carinho de verdade e dramas humanos, mas mantendo isso engraçado e legal de assistir.

TD: Acho que uma das coisas ótimas é que há obviamente pessoas muito talentosas que realmente se importam, que têm muita paixão.

JC: Certo.

TD: Todos nós nos importamos. Mas isso é limitado por tempo, orçamento, todo tipo de coisas. Mas essa empresa parece ter conseguido criar um comprometimento com a excelência e com a habilidade de realmente assegurar que as pessoas receberão o que querem. Com tempo e dinheiro, eu suponho.

Muito obrigada a vocês por essa entrevista.

JC: De nada.

*****

John Ratzenberger e Jodi Benson

Muito obrigado por conceder esta entrevista. Assisti ao filme ontem à noite e achei fantástico. John, eu queria te perguntar: não ia parecer um filme da Pixar sem você, certo? E eu estava pensando que desde que você está aqui, foi dublador em todos os filmes. Como foi para você ver o estúdio mudar e crescer durante esses anos?

John Ratzenberger: Bem, evoluiu de 5 pessoas em um velho prédio industrial em Richmond, Califórnia, para um campus onde você para o carro e um guarda no portão diz: "Posso te ajudar?". E eu digo: "Eu sou John Ratzenberger". "E qual sua função aqui, senhor?". "... Esquece". O crescimento deles foi monumental, porque fizeram do jeito certo, incrementalmente. Fizeram isso em passos muito bem pensados. E construíram uma base muito sólida. Então vão crescer além do que você vê aqui hoje, com certeza.

Jodi, quais foram os desafios para você ao fazer um personagem tão icônico como a Barbie?

Jodi Benson: Assustador. Esmagador. Eu realmente tentei tirar todo aquele conceito de que ela é uma boneca que está aí há 50 anos. Ícone disso e ícone daquilo. Isso é demais. Eu estava muito nervosa naquele primeiro dia, em Toy Story 2. Mas John, Lee e Darla, eles simplesmente disseram "Você tem que deixar tudo isso para trás. Nós vamos encontrá-la, nós vamos dar um jeito nisso". E fiquei muito preocupada, porque pensei no que as pessoas esperam. Como eles acham que será a voz dela? É isso que eles querem? Estamos em boas mãos, então pude deixar essas preocupações de lado. Deixei os profissionais fazer o que fazem, então só chego aqui e me divirto.

Vocês tinham um brinquedo favorito, quando eram crianças?

JR: Sim. O meu era uma arma de assoprar dardos, que fiz com um pedaço de bambu. E cinco moedas de um centavo. Então costumávamos colocar balões numa cerca, mas eu não sei o que aconteceu com a arma.

JB: Eu acho que eu tinha algumas Barbies, com todos os pequenos acessórios. E eu tinha muitos jogos de tabuleiro. E um Sr. Cabeça-de-Batata. Não tenho mais nada disso, infelizmente. Mas eu tenho meu primeiro violão! E isso foi muito importante na minha vida. Desde os 9 anos, eu saía da escola e tocava meu violãozinho. Fingia que eu era Carol King e Barbara Streisand, Cat Stevens e James Taylor, todo esse tipo de coisa. Eu misturava tudo, poderia ser música de menino ou de menina. Mas ainda tenho meu violão. Isso eu ainda tenho.

Jodi, como você se sente em ser uma parte tão importante da história da Disney, depois de dublar a Pequena Sereia e agora a Barbie? E que milhões de meninas amam essas duas personagens?

JB: É incrível. Incrível, incrível. Inimaginável. Sou muito grata e sei que Deus me deu um grande presente com a personagem Ariel. Serei eternamente grata por isso, porque mudou minha vida. Tudo que aconteceu, foi por causa disso. E por causa da Disney. Eles são a minha família. Sabe, Roy Disney foi como um pai para mim e eles têm sido tão incríveis. É uma família incrível para mim. Então, é empolgante que agora é Disney-Pixar. Porque da primeira vez, com Toy Story 2, não era. E agora as pessoas com quem estou trabalhando nesse filme, já trabalhei com eles em A Pequena Sereia e 101 Dálmatas e todos esses outros filmes para a Disney. Então misturou esses dois grupos, o que foi ainda mais especial para mim.

Eu preciso encerrar, mas antes queria perguntar: John, eu estava pensando que alguns dos meus momentos favoritos dos filmes do Toy Story são com o Porquinho, que tem esse aspecto "sabe tudo". E isso me lembra um pouco Cliff Clavin [Nota do Editor: personagem que ele interpretou na série Cheers], e gostaria de saber se você vê um pouco do Cliff no Porquinho?

JR: Bem, claro. É só colocar o Cliff de quatro, pinte ele de rosa, coloque uma fenda nas costas dele, e você chega no Porquinho. É exatamente isso. Porque todos conhecem um personagem como esse, não que o Porquinho seja Cliff exatamente. Mas a beleza desse personagem é que todos conhecem alguém que diz: "Não, você está fazendo isso errado. Deixa eu fazer isso, te mostro como é". Seja um tio, ou alguém. "Eu sei, eu sei. Li um livro uma vez". Isso simplesmente te faz rir, então tentamos manter essa qualidade para o Porquinho também.

Ok, ótimo. Muito obrigado a vocês por fazer isso e conversar comigo hoje.

JB: Obrigada a você.

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