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Um Amor Para Toda a Vida

Sorte do diretor Richard Attenborough que seu Oscar de 1983 não pode ser revogado

29.05.2008, às 18H00.
Atualizada em 08.11.2016, ÀS 19H01

Uma pesquisa rápida no Google já dá todo o alerta necessário a respeito de Um Amor Para Toda a Vida (Closing the Ring, 2007). Praticamente todo o interesse online sobre o filme se resume a duas cenas em que a atriz principal, a magérrima Misha Barton, aparece nua. Não há menções às qualidades técnicas, ao elenco... O foco não é na direção, mas na ereção.

Nem isso... As duas cenas da ex-O.C. são melodramáticas e canastronas demais para qualquer tipo de emoção que não o constrangimento. E para que os mais curiosos não precisem perder tempo procurando, dá pra ver imagens aqui e aqui.

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Ok, pra não dizer que não houve alarde além do alerta onanista de blogs, falou-se dez minutos também sobre como esse era o primeiro filme em oito anos do diretor oscarizado Richard Attenborough, dono de uma estatueta dourada por Gandhi em 1983. Sorte dele que não há algo como uma "despremiação retroativa". Depois deste filme eu tiraria o Oscar de sua estante.

Trata-se de um drama de Segunda Guerra Mundial que transcorre em dois momentos temporais distintos. Há a guerra em si, em que três amigos de infância partem ao combate como integrantes da aeronáutica a bordo de bombardeiros, e a década de 1990, quando um jovem curioso encontra em Belfast, Irlanda, relíquias da queda de um desses aviões. Segue-se um vai-e-vem muitíssimo mal costurado entre esses dois momentos, em que aos poucos vão se revelando os acontecimentos passados - para o alívio (ou não) dos sobreviventes contemporâneos.

A seleção do elenco é lamentável. Os estreantes Gregory Smith, Stephen Amell e David Alpay, que vivem os três amigos, atuam com a categoria de recém-saídos da escola de modelos que acabam de ser contratados por uma telenovela mexicana. A mais experiente Barton nada consegue entre eles, apesar de até se esforçar. Pior ainda é a lendária Shirley MacLaine, que vive a viúva Ethel num tom monocórdio e desinteressado. E se tudo isso não parece ruim o suficiente, as cenas com o jovem Jimmy (Martin McCann) desferem o golpe final na paciência do espectador. Mas aí a culpa é coletiva. As canções irlandesas, o tom serelepe do rapaz e o surgimento do tal anel do título original evocam um quê de hobbits em O Senhor dos Anéis que dá angulhos. A hora em que ele segura o anel, em close, com flautinhas tradicionais ao fundo, pedia um "meu precioso" pra completar!

O melodrama ainda consegue enfiar terroristas do Exército Republicano Irlandês, metáforas com animais e todo um sem-fim de tramas paralelas repletas de coincidências forçadas e desnecessárias... Tudo isso com uma música que sobe a todo instante, buscando evocar qualquer emoção, mesmo que gratuita, na platéia. E o final... Ah, o final... basta que você saiba que o diretor consegue fazê-lo explodir de breguice. Ao menos é condizente com o tom do restante do filme. Se fosse contido é que seria estranho.

Enfim, se você quer um drama de guerra e romance, Desejo e Reparação acaba de sair em DVD.

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