Ler para as crianças é um ato tão saudável que no ano passado a Academia Americana de Pediatria começou uma campanha para que seus associados incentivem os pais a lerem para os filhos - mesmo os bebês!
Não sou médico ou especialista no assunto, mas estudos recentes indicam que quando a criança está ali ouvindo as palavras e vendo as ilustrações, há uma grande ativação cerebral, principalmente numa área associada à integração multisensorial. Ou seja, começa ali a associação de sentidos que no futuro podem levar esta criança inclusive a ler mais e mais os livros que não são ilustrados. E nem se compara o tanto que uma criança que lê tem de vantagem em relação àquela que só assiste TV. Enquanto uma vai construindo os cenários e personagens em sua mente, a outra recebe tudo mastigado.
Outro ganho relacionado à leitura para as crianças é o aumento de vocabulário (afinal, os livros tendem a trazer palavras que você não usa no seu dia-a-dia). E ainda tem um último ponto que não pode jamais ser deixado de lado: o carinho. Quando você está ali lendo para seu filho (sobrinho, afilhado, etc.) você está dedicando um tempo para ele. Melhor ainda se rolar um colo, certo?
Dito tudo isso, vou dedicar esta coluna para indicar alguns livros que fazem ou fizeram sucesso lá em casa em algum momento. E você, tem boas dicas de livros para crianças também? Compartilhe nos comentários.
Coleção O que É O que É? (Global)
A cada virar de página, um novo pedaço do desenho vai sendo mostrado e o que antes era um caracol, vira uma libélula e depois uma língua de camaleão. Esta série com quatro livrinhos de abrir do autor belga Guido Van Genechten foi o primeiro “hit” e com ele o Theo ia aprendendo a imitar cobra, elefante e outros bichos. Mais recentemente, com a Liz, um outro livro do mesmo autor também virou mania lá em casa, o O que tem dentro da sua fralda, que tem um nome muito mais divertido em inglês: Peek-a-Poo. Na história, que tem até plot-twist, um ratinho vai abrindo as fraldas dos amiguinhos para ver e contar seus cocôs. O livro ajudou na hora do desfralde.
Darth Vader e Filho e A Princesinha de Vader (Aleph)
Fiquei muito feliz em saber que a Editora Aleph acabou de publicar no Brasil Darth Vader e Filho e A Princesinha de Vader, de Jeffrey Brown. Ganhei o primeiro em um Dia dos Pais e nem preciso dizer que adorei! Os livros ilustrados de Brown fazem o mash-up perfeito entre a vida de um pai e o universo de Star Wars, com muitas referências que ainda são um pouco difíceis de explicar para os filhos menores, mas servem de estímulo para vocês logo logo assistirem à trilogia clássica juntos.
P.S. Gosto tanto destes livros e do traço de Jeffrey Brown que não resisti e comprei duas estatuetas da Gentle Giant do Vader com os pequenos Luke e Leia - autografadas pelo autor para o Theo e Liz. Ficam na estante de casa perto dos livros, claro!
Pê de Pai (Cosac Naify)
Outro presente de Dia dos Pais (este, o meu primeiro como pai) foi este lindo livro conjunto de Isabel Martins e Bernardo Carvalho. Com poucas, mas precisas palavras, as páginas vão mostrando que ser pai é muito mais do que prover para a casa. Como mostra o livro, o pai serve de balanço, avião, carrossel, doutor e outras mil e uma utilidades.
Adivinha Quanto Eu Te Amo (Wmf Martins Fontes)
Outra fofura em formato de papel, letras e desenhos é este Adivinha Quanto Eu Te Amo (Guess How Much I Love You) do norte-irlandês Sam McBratney. Na história, um pai e um filho coelhos caminham pela floresta, disputando uma saudável competição que tenta medir quem tem amor maior pelo outro. De braços abertos ao alto de suas orelhas. Do pulo até as árvores ao rio que está atrás das montanhas. Por aqui, o livro é tão querido que vem de lá uma das frases em inglês que a Liz mais fala “I love you up to que moon and back”.
Yumi (Cia das Letrinhas), de Annelore Parot
Tentamos ao máximo fugir dos “livros de menina” e “livro de menino”. E como a lista está mostrando, não é tarefa muito difícil, basta um pouco de imaginação e o sempre divertido passeio até uma boa livraria. Um dos achados que bate na trave na questão do gênero é Yumi, de Annelore Parot. À primeira vista parece um livro bem feminino. A Liz adora porque ele é realmente mega fofo, mas isso nunca impediu o Theo de também passar vários minutos olhando cada ilustração e aprendendo coisas sobre o Japão.
O Grúfalo (Brinque Book)
Em uma viagem aos Estados Unidos uns anos atrás fui a uma livraria (artigo cada vez mais raro por lá) e, diante de uma infinidade de títulos, pedi ajuda a uma mãe que estava por lá com seu filha. Expliquei as idades do Theo e da Liz e elas me guiaram pela loja e deram algumas dicas. Uma das mais legais foi O Grúfalo, da inglesa Julia Donaldson. História divertidíssima e com o monstro do título, o que sempre é um “plus” para as crianças.
Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo (Rocco)
E já que estamos falando de animações e Oscar, temos também Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo (The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore), de William E. Joyce. Neste caso, o livro foi o último “filhote" a nascer da mesma história de amor do tal Modesto Máximo pelos livros. Primeiro foi feita a animação, que ganhou o Oscar de Melhor Curta-Metragem animado de 2012. Depois veio um ótimo livro para iPad, um dos que melhor soube explorar a interatividade do tablet. E, enfim, veio a versão de papel. Joyce tem outros livros bem legais para crianças, entre eles um que inspirou a ótima animação A Origem dos Guardiões e também um dos últimos títulos a subir na prateleira de casa: Numberlys, que eu chamei de “numericos”, quando fui traduzir para o Theo e a Liz.
