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DC Comics | Os Novos 52 - Análise dos títulos da reformulação - Parte 4

De Aquaman a Superman - a última leva do reboot

06.10.2011, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H36

O fim do começo. Todas as 52 séries da nova DC Comics foram reveladas e, apesar de terem esgotado com base na novidade, agora têm que sobreviver em m mercado de quadrinhos que não anda muito receptivo. Quais vão se manter no top 10? Quais vão conseguir cumprir a produção mensal, custe o que custar? Quais serão as queridinhas da crítica? Quais vão ser canceladas no número 6? É o que vamos descobrir a médio prazo - quando, aí sim, poderemos avaliar o sucesso da empreitada da DC.

Fazendo uma contabilidade geral, dei voto de confiança a doze das séries e fiquei no "talvez" com outras onze, o que dá quase metade da linha (veja a lista completa no final). É óbvio que não há como um único crítico gostar de toda a linha de uma editora. Sendo otimista, talvez cada série encontre seu nicho de público. Mas, sendo realista, há muitas séries que parecem ter sido afetadas pelo tempo de produção escasso na DC (roteiros feitos em dois dias, duas semanas para desenhar uma edição inteira, alterações em cima da hora, dizem os rumores). Nessas condições, é difícil agradar qualquer um.

Aquaman

None
Aquaman

Fury of Firestorm

None
Fury of Firestorm

Blackhawks

None
Blackhawks

Savage Hawkman

None
Savage Hawkman

Voodoo

None
Voodoo

Flash

None
Flash

Justice League Dark

None
Justice League Dark

I Vampire

None
I Vampire

All Star Western

None

Superman

None
Superman

Batman - The Dark Knight

None
Batman - The Dark Knight

Teen Titans

None
Teen Titans

New Guardians

None
New Guardians

Quanto aos que tachavam as novos 52 de "Image-nização da DC" ou "Wildstormização da DC", dá para dizer que o rótulo não cabe. Há algumas séries que se encaixam no estereótipo de histórias rasas e desenhos estrambólicos que a Image tinha vinte anos atrás (e não tem mais, diga-se de passagem), mas há outras que fogem totalmente deste padrão (Action Comics, Animal Man, Batman and Robin, I, Vampire...). São estas, aliás, que provavelmente vão sobreviver ao teste do mercado.

Acompanhe o que já escrevemos - sobre Justice League #1, a primeira semana de lançamentos, a segunda e a terceira - e siga abaixo para ver as últimas. Ao final, um balanço.

ALL STAR WESTERN #1

Para quem já acompanhava Jonah Hex, pouca coisa mudou. O que é muito bom, pois os westerns de Jimmy Palmiotti e Justin Gray eram bons e consistentes. Na nova série, a ordem da DC é que Hex esteja mais vinculado ao universo da editora, então o pistoleiro vai para a Gotham City do século XIX, onde se mete com gente de sobrenome Wayne, Arkham, Cobblepot... e um Jack, o Estripador, matando prostitutas. Belos desenhos de Moritat fecham o pacote.

Vale a pena acompanhar? Sim.

AQUAMAN #1

Aquaman não é piada. A edição de estreia fica repetindo "Aquaman não é piada" do início ao fim, tentando convencê-lo de que o herói aquático não está para brincadeira - inclusive com quem vem jogar na sua cara que ele é de terceiro escalão. Geoff Johns segue seus tiques de vilão sanguinário (embora a ação tenha ficado para o próximo número) e Ivan Reis é o melhor desenhista de heróis da DC em termos de dinâmica, rebuscamento, "uaus" e o que você já conhece. Mas a edição simplesmente não tem o bastante para lhe convencer que a série valerá a pena.

Vale a pena acompanhar? Decido na próxima.

BATMAN THE DARK KNIGHT #1

Faltou alguma coordenação editorial para dizer a David Finch que sua história começaria quase igual à de Scott Snyder em Batman #1. A estrutura também é a mesma: o compromisso social de Bruce Wayne acaba virando uma aventura noturna de Batman, desta vez no Asilo Arkham (que também podiam ter avisado que seria central em outras duas Bat-séries). Os desenhos de Finch são interessantes, mas ele precisava muito de um roteirista. Paul Jenkins não ajuda.

Vale a pena acompanhar? Não.

BLACKHAWKS #1

Os Blackhawks, criação de Will Eisner (!) na década de 1940, agora são uma equipe de soldados aviadores que parecem servir à ONU. A edição apresenta superficialmente as personalidades igualmente superficiais da equipe, dando dramas particulares a um ou dois deles. Mas é tão genérico que dói.

Vale a pena acompanhar? Não.

THE FLASH #1

Francis Manapul é um dos melhores desenhistas da DC. Além do traço limpo, claro, convidativo, ele tem imaginação para diagramar as páginas ou, o que é muito importante com um herói que pode estar em vários lugares ao mesmo tempo, na composição dos quadrinhos. No roteiro (com Brian Buccellato), porém, Manapul cria um episódio do que poderia ser o desenho animado infantil do Flash - e não dos mais memoráveis. É um herói fofinho em histórias fofinhas. Se você aceita que está lendo um gibi pra crianças, tudo bem.

Vale a pena acompanhar? É, vale. Pelo menos pela arte.

THE FURY OF FIRESTORM: THE NUCLEAR MEN #1

No reboot de Nuclear, os autores não sabiam se voltavam ao original Ronnie Raymond ao se ficavam com a versão mais recente, Jason Rusch. Decidiram juntar os dois, que (acho que isso não é spoiler) vão virar Nucleares separados e juntar-se pra criar um Nuclear-Hulk chamado Fury. Na trama, uma organização secreta (mais uma!) sai matando quem sabe alguma coisa sobre o professor Martin Stein, criador do herói, até chegar aos dois alter egos. E precisou de dois escritores (Ethan Van Sciver e Gail Simone) para chegar nisto. Yildiray Cinar é outro de uma série de desenhistas com pressa.

Vale a pena acompanhar? Não.

GREEN LANTERN: NEW GUARDIANS #1

A série aparenta ser o jeito da DC dar espaço para Kyle Rayner. Até sua origem é recontada, de uma forma que parece que ele vai ser rebootado (a linha Lanterna Verde, porém, ficou imune à reformulação total). Para tornar Rayner interessante, a primeira história mostra Lanternas de todas as cores perdendo seus anéis - que vão automaticamente para o Lanterna terrestre. Mas Tony Bedard gera interesse zero por uma trama genérica. Tyler Kirkham desenhou com muita, muita pressa.

Vale a pena acompanhar? Não.

I, VAMPIRE #1

É a série que mais destoa entre todas as 52, com cheiro de foi inventada como projeto autoral mas acabou sendo contratada pela DC. A edição é uma longa D.R. entre um casal de vampiros, sendo que um deles participa de um levante da raça para acabar de uma vez com os humanos - que já começou, com pilhas de corpos numa cidade não identificada. A única pista de que estamos no Universo DC é uma única frase em que Superman e outros são mencionados. Joshua Hale Fialkov dá um bom início à trama, e Andrea Sorrentino emula (muito bem) Jae Lee.

Vale a pena acompanhar? Sim.

JUSTICE LEAGUE DARK #1

Provavelmente influenciado pela presença de Shade, o personagem com quem fez sua carreira nos anos 90, Peter Milligan tem bons momentos criativos nesta estreia da "Liga da Trevas". A edição ainda não entrega, mas dá a entender que o grupo vai reunir vários personagens místicos da DC. A propósito, um deles é John Constantine, emprestado da Vertigo (assim como Shade). Mikel Janin, o desenhista estreante que já foi anunciado como exclusivo da editora, é mesmo um achado.

Vale a pena acompanhar? Sim.

THE SAVAGE HAWKMAN #1

Num reboot ainda mal explicado, o Gavião Negro agora faz sua armadura brotar do corpo e tem um aspecto mais selvagem - como o próprio nome da série entrega. O desenhista Tony Daniel começa a fazer papel apenas de escritor, entregando a arte a um Philip Tan com novo (e bom) estilo. A trama envolve algo alien tocando o terror num laboratório de pesquisa e... Pois é. Não.

Vale a pena acompanhar? Não.

SUPERMAN #1

É muita coisa para falar da nova série do Superman: da primeira edição que vale por 3 (com páginas de 14 quadros), do recurso olha-como-estou-atualizado do Planeta Diário virando conglomerado de mídia, do novo e despropositado uniforme do Superman, do Perry White parrudão, do Jimmy Olsen com cabelo de Justin Bieber e... bom, não dá para reclamar que faltou conteúdo. Ah, e Superman/Clark Kent passa a edição inteira com cara de bunda. Esta é pra ser a revista genérica do Superman, como eram todas suas outras antes do reboot.

Vale a pena acompanhar? Não.

TEEN TITANS #1

Robin (Tim Drake) está tentando formar os Novos Titãs a partir das notícias e boatos que recolhe sobre heróis jovens que não estão fazendo um bom serviço sozinhos. Mas apenas começou seu plano, que por enquanto inclui Kid Flash, Moça-Maravilha e Superboy. Mas, claro, tem organizações secretas (opa!) acompanhando o que ele faz. Se tem uma HQ eu pode entrar no rótulo "a DC virou Image", é esta, com roteiro desnecessário de Scott Lobdell com arroubos artísticos desnecessários de Brett Booth.

Vale a pena acompanhar? Não.

VOODOO #1

É a edição cúmulo da mulher objetificada - discussão que está pegando fogo entre os lançamentos da DC. Mas será difícil Voodoo entrar na discussão, pois a personagem sempre foi stripper. Quase metade das páginas da edição são dedicadas a striptease, e o desenhista Sam Basri não deixa dúvidas quanto às medidas de Vodu. A menina de passado misterioso, porém, tem garras e está sendo investigada pela dupla de uma organização secreta (...). Mas a única coisa que vale na série é a titilation.

Vale a pena acompanhar? Não.

BALANÇO DA NOVA DC

Séries que, a princípio, vale a pena acompanhar:

  • Action Comics, de Grant Morrison e Rags Morales
  • All-Star Western, de Jimmy Palmiotti, Justin Gray e Moritat
  • Animal Man, Jeff Lemire e Travel Foreman
  • Batman and Robin, Pete Tomasi e Patrick Gleason
  • Batwoman, J.H. Williams III e W. Haden Blackman
  • Birds of Prey, Duane Swierczynski e Jesus Saiz
  • Green Lantern Corps, Pete Tomasi e Fernando Pasarin
  • I, Vampire, Joshua Hale Fialkov e Andrea Sorrentino
  • Justice League Dark, Peter Milligan e Mikel Janin
  • OMAC, Dan Didio e Keith Giffen
  • Swamp Thing, Scott Snyder e Yannick Paquette
  • Wonder Woman, Brian Azzarello e Cliff Chiang

Séries que ficam condicionadas a uma boa segunda edição:

  • Aquaman, Geoff Johns e Ivan Reis
  • Batman, Scott Snyder e Greg Capullo
  • Blue Beetle, Tony Bedard e Ig Guara
  • Catwoman, Judd Winick e Guillem March
  • Deathstroke, Kyle Higgins e Joe Bennett
  • Detective Comics, Tony Daniel
  • The Flash, Francis Manapul e Brian Buccelatto
  • Nightwing, Kyle Higgins e Eddy Barrows
  • Ressurection Man, Dan Abnett, Andy Lanning e Fernando Dagnino
  • Stormwatch, Paul Cornell e Miguel Sepulveda
  • Suicide Squad, Adam Glass, Federico Dallocchio e Ransom Getty

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