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Crítica

Dezesseis Luas | Crítica

Produto da era Crepúsculo, filme atesta a decadência da literatura juvenil estadunidense

28.02.2013, às 18H33.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H36

Impossível dizer que não há coragem em Dezesseis Luas. Coragem dos renomados coadjuvantes que toparam entrar no projeto, coragem dos produtores que escalaram protagonistas sem talento e, por fim, coragem das autoras do livro que dá origem ao filme; audaciosas o bastante para se inspirar no pior exemplo da literatura fantástica recente: Crepúsculo.

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O fim da "saga" dos vampiros brilhantes deixou uma lacuna no calendário da pequena e endinheirada Summit Entertainment, que viu em Dezesseis Luas uma solução imediata. No aspecto comercial, não há como culpar a distribuidora, afinal, o cerne dos livros de Stephanie Meyer é fielmente representado na escrita de Kami Garcia e Margaret Stohl - desde o casal sem química até o desprezo pela humanidade dos personagens. "Ser humano é sinônimo de fraqueza", já dizia Bella Swan.

A dupla culpada pelo livro ao menos teve a inteligência de não mexer com uma mitologia pré-estabelecida. Aqui, o espectador é apresentado a Ethan Waite (Alden Ehrenreich), o garanhão de uma escola do interior do Estados Unidos, e a Lena Duchannes (Alice Englert), uma bruxa (ou conjuradora) que vive reclusa na casa de seu excêntrico tio milionário. Ainda que não haja esclarecimento para o afeto entre ambos, o casal se apaixona e começa a lutar contra uma maldição que assola a família de Duchannes.

Todo o problema gira em torno do aniversário de 16 anos de Lena, pois conjuradoras como ela, ao chegar nessa idade, são convocadas a servir para o mal ou para o bem. Boa moça que é, Lena luta contra seus malditos antepassados para se livrar do lado negro. Em certo momento do filme, quando o casal conversa sobre a tal convocação, o mocinho Ethan questiona o porquê das mulheres não poderem escolher seu destino, já que o tio de Lena passou pelos dois lados. Personificando a preguiça de uma mitologia tão fraca quanto seus diálogos, Lena o responde com um sonoro "não sei".

Ainda assim, Dezesseis Luas não é todo igual a Crepúsculo. Neste filme, nota-se um elenco de apoio respeitável e um estúdio de efeitos visuais minimamente competente. Os poderes e combates do filme não parecem vindos de um seriado de segunda categoria, por exemplo. Emma Thompson é o único destaque como vilã Sarafine, ao passo que Jeremy Irons piora o seu recente histórico no cinema com o canastrão Macon.

É compreensível, no âmbito comercial, que um produto como Dezesseis Luas chegue aos cinemas. Há de existir um novo assunto nas rodas pré-adolescentes ludibriadas pela pobreza dos personagens de Stephanie Meyer. Por outro lado, a literatura fantástica estadunidense se mostra cada vez mais sem criatividade ou critério, ao se deixar levar pela mediocridade que dominou as livrarias nos últimos anos.

Dezesseis Luas | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Ruim
Dezesseis Luas
Beautiful Creatures
Dezesseis Luas
Beautiful Creatures

Ano: 2013

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 122 min

Direção: Richard LaGravenese

Elenco: Emmy Rossum, Jeremy Irons, Emma Thompson, Viola Davis, Kyle Gallner, Alice Englert, Thomas Mann, Alden Ehrenreich, Margo Martindale, Zoey Deutch, Rachel Brosnahan

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