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Django Livre | Quentin Tarantino não quis dividir o filme em dois e pode fazer versão estendida

"Vou esperar até que o filme rode o mundo e faça o que precisa ser feito", diz

17.12.2012, às 18H42.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H36

Django Livre passou por um longo processo de edição até chegar à versão final com 2h45m, com meia hora a menos que o corte anterior. Em coletiva de imprensa em Nova York, Quentin Tarantino diz que tem uma versão estendida que pode eventualmente ser lançada depois.

"Vou esperar até que o filme rode o mundo e faça o que precisa ser feito. Só depois vou tomar uma decisão. Eu tenho uns roteiro que parecem romances. Se tivesse que passar por tudo isso de novo, eu teria primeiro publicado [Django Livre] como um romance e feito o filme depois. Quem sabe na próxima. Eu poderia fazer o que Kevin Costner fez com a versão estendida de Dança com Lobos, mas se eu incluísse esse material [que cortei] teria que mudar a história. Quero que esta versão [de cinema] fique por aí durante um bom tempo", diz.

Tarantino se refere ao lançamento da versão de quatro horas de Dança com Lobos, que chegou a alguns cinemas em 1991, um ano depois do corte original, de 180 minutos. Curiosamente, o diretor do filme, Kevin Costner, já disse em entrevistas que não teve nada a ver com o corte estendido feito pela Orion Pictures. O material da edição estendida havia sido removido originalmente para que o lançamento comercial não ficasse acima das três horas de duração.

Ainda na coletiva, Tarantino disse que o dono da Weinstein Co., Harvey Weinstein, com quem o cineasta trabalha desde Cães de Aluguel (a única exceção é Bastardos Inglórios), sugeriu dividir Django Livre em dois longas-metragens, como eles fizeram com Kill Bill. O diretor, porém, respondeu que isso não funcionaria desta vez.

"Foi uma decisão consciente, desde o primeiro dia, de não recorrer aos meus truques narrativos habituais", diz Tarantino, sobre seus roteiros não-lineares. "Esta tinha que ser a jornada de Django do começo ao fim. Tinha que ser uma odisseia, de Django e Schultz pela América para recuperar Broomhilda. Então é preciso acompanhá-la até o fim."

A declaração seguinte pode sugerir o tipo de material que ficou de fora: "Há muitas emoções - tem a ação e a aventura, tem o humor que percorre todo o filme, tem o lado doloroso da história, a catarse, o suspense e, se tudo der certo, no final tem a vibração. Se o público não vibrar ao final então não fiz meu trabalho. Sobre o lado doloroso da história, eu sinto que poderia ter ido mais longe. Eu queria mostrar mais [da escravidão], mostrar a maldade. Mas ao mesmo tempo não quero traumatizar os espectadores a ponto de não tê-los do jeito que eu quero no fim do filme".

Na trama, ambientada no sul dos Estados Unidos dois anos antes da Guerra Civil, Django (Jamie Foxx) é um escravo cujo histórico brutal com seus ex-senhores o coloca cara a cara com o caçador de recompensas alemão, Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Os dois passam a caçar criminosos pelo sul dos EUA e vão ao resgate de Broomhilda (Kerry Washington), esposa de Django perdida para o tráfico de escravos. A busca acaba levando-os até Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), o proprietário de "Candyland", uma fazenda abominável onde os escravos são preparados pelo treinador Ace Woody para lutarem entre si por esporte.

A Weinstein Company distribuirá Django Livre nos EUA e a Sony Pictures no resto do mundo. O filme estreia em 25 de dezembro nos EUA e em 18 de janeiro no Brasil.

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