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Crítica

Burying the Ex | Crítica

Joe Dante leva às comédias românticas sua defesa do filme B

27.09.2014, às 14H55.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Não é por acaso que Joe Dante já tenha destruído salas de cinemas mais de uma vez em seus filmes, como Gremlins e Matinê. É pela desmistificação do cinema enquanto a famigerada "sétima arte" que o o cineasta milita, em nome de gêneros desprezados, como o terror, e não seria diferente na comédia romântica Burying the Ex (2014).

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Anton Yelchin vive Max, fã de filmes B de horror que namora Evelyn (Ashley Greene), ativista ambientalista e blogueira - perfeitos opostos. Um dia, Max recebe na loja de artigos de horror em que trabalha em Los Angeles um demônio-gênio, que concederá um desejo ao seu dono, "mas de um modo povoroso". Em início de namoro, Max e Evelyn acabam selando, tendo o pequeno demônio como testemunha, um acordo de amor eterno.

Um saltos de alguns meses no tempo... E os tormentos de Max estão apenas começando, no dia em que um ônibus atropela e mata Evelyn bem a caminho do encontro em que ele pretendia terminar o namoro com ela. Ressuscitada no melhor estilo B, com seu punho atravessando o túmulo e saindo da terra, Evelyn se torna a megera típica das comédias românticas, a ex-namorada rancorosa - a diferença é seu estado permanente de decomposição.

Como militância não enche a barriga de (quase) ninguém, Dante faz o que pode com o orçamento limitado de que dispõe, sabiamente gastando o grosso do seu dinheiro em maquiagem de zumbi e um ou outro efeito especial. A precariedade da produção se faz notar, porém: as cenas se repetem no interior da casa de Max como se estivéssemos vendo uma sitcom sem verba para construir outros cenários, e mesmo os litros de gosma decepcionam pela economia em Burying the Ex.

A própria nostalgia dos filmes de gênero baratos também já não é a mesma - falar em filmes A e B só fazia sentido até os anos 1950, de qualquer forma - e fica difícil evitar o cheiro de coisa velha quando Burying the Ex adere aos discursos mais machistas de comédia romântica ("Você nunca seria feliz se eu não fosse também, Evelyn", diz Max) e tenta fazer graça com buddy comedy (com Oliver Cooper tentando repetir aqui o papel de chato-engraçado de Projeto X).

A participação especial de Dick Miller, ator-símbolo de Dante, no papel de um policial veterano, sacramenta que o teste do tempo é inclemente. Todos envelhecemos, inclusive nossas ideias, mas alguns de nós, mais que outros, têm algum dinheiro a mais para maquiar a passagem dos anos.

Nota do Crítico
Bom
Burying the Ex
Burying the Ex
Burying the Ex
Burying the Ex

Ano: 2014

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 89 min

Direção: Joe Dante

Elenco: Anton Yelchin, Ashley Greene, Alexandra Daddario

Onde assistir:
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