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A Máquina do Tempo | Crítica

A máquina do tempo

19.04.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

Embora o assunto das viagens no tempo seja abordado no cinema das mais diversas maneiras, dificilmente alguém arrisca-se a adaptar, ao pé da letra, uma obra clássica sobre o tema, The Time Machine (1895), do escritor H. G. Wells (1866-1946). Robert Zemeckis inovou ao criar o genial e amalucado De volta para o futuro, várias personagens policiais também rumam ao passado e ao futuro atrás de justiça, mas aquele cientista abnegado do século XIX, de terno, chapéu e relógio de bolso, à bordo de uma máquina vitoriana, o tipo criado por Wells, ficou esquecido na história.

A mais marcante das tentativas, o filme homônimo dirigido em 1960 por George Pal (1908-1980), em meio a uma safra rica da ficção científica, estimulou a imaginação do público, mas encontrou dificuldades para reproduzir em imagens um universo tão fantástico. Em 2002, com todos os efeitos especiais ao seu dispor, uma nova versão do clássico chega às telas, exatamente denominado A máquina do tempo (The Time Machine). Na direção, Simon Wells, experiente em desenhos animados, mas novato no trato de atores reais. Ao seu favor, porém, o diretor tem um ponto indiscutível: Simon é o bisneto de H. G. Wells

Show de luzes

Em Nova York, final do século XIX, o cientista Alexander Hartdegen (Guy Pearce, de Amnésia) sofre uma tragédia pessoal e decide voltar ao passado, a fim de modificá-lo. Investe quatro anos e todos os seus esforços na construção de uma engenhoca capaz de viajar através do tempo. Hartdegen, porém, frustra-se – implacável, o destino se mantém, a sua tragédia se repete. Cabe ao cientista buscar, no futuro, uma resposta: por que o homem não consegue interferir nos desígnios da natureza? A primeira parada acontece em 2030. Hartdegen não tem tempo sequer de se deslumbrar com o cenário – um acidente o leva até 800.000 anos depois. Agora, num mundo inóspito, em que os humanos lutam para sobreviver, o cientista também deve aprender a se defender.

Do filme de George Pal, a produção de Wells conserva poucas referências. O gigantesco diamante, utilizado como empunhadura da alavanca do tempo, é a mais nítida delas. Já do ponto de vista do enredo, um apanhado de elementos experimentados em outros filmes, cenas e situações que remetem a Armageddon e a Planeta dos Macacos, servem para rechear a trama. Assim, a parte estética é a única conquista da nova adaptação. A máquina de 2002 encanta pelo show de luzes e pelos belos artifícios que denotam a passagem dos anos. De dentro da máquina, Hartdegen assiste ao nascimento e à morte das plantas, às mudanças de relevo, ao crescimento dos arranha-céus e à queda das realizações humanas. Enfim, vale pelo visual. Afinal, condensar 800.000 anos em 96 minutos de projeção não é uma tarefa muito fácil. Misturar tanta coisa, como quis o diretor Wells, também não.

A máquina do tempo
(The Time Machine- 2002)
Dir.: Simon Wells.

Com: Guy Pearce, Samantha Mumba, Jeremy Irons, Orlando Jones, Mark Addy.

Imagens © 2002 - MGM

 

 

Nota do Crítico
Regular
A Máquina do Tempo (2002)
The Time Machine
A Máquina do Tempo (2002)
The Time Machine

Ano: 2002

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 92 min

Direção: Simon Wells

Elenco: Guy Pearce, Samantha Mumba, Phyllida Law, Laura Kirk, Josh Stamberg, Sienna Guillory, Max Baker, Mark Addy, Jeremy Irons

Onde assistir:
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