Segunda-feira é dia de estreia de filme? Se for um longa novo de 007 pode ser qualquer dia da semana que as pessoas certamente lotarão os cinemas, principalmente aqui na sua própria terra, onde ele é ícone a ponto de saltar de paraquedas segurando a Rainha na abertura da Olimpíada. E assim foi com 007 Contra Spectre (Spectre, 2015), que acaba de ser visto pela família real e pela plebe nos cinemas do Reino Unido (incluindo o Omelete).
O filme tem tudo o que os fãs esperam: vilão "chefe de fase" gigantesco que só senta porrada e apanha sem se mexer nem falar nada; vilão principal com cicatriz no rosto, motivação pessoal em destruir o mundo e que explica todo o plano enquanto tortura o agente com permissão para matar; Bond girls que não resistem ao charme do sotaque inglês; perseguições em alta velocidade com carrões; gadgets improváveis; ação atrás de mais ação; e martini mexido, não batido.
Daniel Craig já disse que prefere cortar os pulsos a reprisar mais uma vez o papel do agente secreto mais famoso do cinema. Mas também já voltou atrás e disse que ainda está decidindo se volta ou não para um quinto filme. Ele vem interpretando James Bond desde 2006, quando estreou em Cassino Royale a era "realista" da espionagem internacional, reflexo do sucesso de Jason Bourne e seu parkour.
Neste novo cenário, Bond está mais sensível e sofre mais com a perda de pessoas de que gostava do que em qualquer encarnação passada. E 007 Contra Spectre chega justamente para mostrar que tudo isso fazia parte de um plano maior, orquestrado por Franz Oberhauser (Christoph Waltz). É o desfecho para um arco que teve seu ápice quando James Bond conheceu um outro inglês, Sam Mendes, em Skyfall. O diretor de Beleza Americana trouxe um estilo próprio para o personagem e um tom de filme de arte que ele não tinha até então, sem perder nada da sua ação. Agora Mendes retribui, dando a Craig e ao agente 007 um final grandioso e explosivo, embora menos criativo que seu antecessor.
