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Festival de Cannes | Charlize Theron volta ao evento um ano depois de Mad Max como heroína real

Perfil humanitário pode fazer do drama romântico The Last Face, de Sean Penn, o ganhador da Palma

20.05.2016, às 11H05.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Quase um ano depois de ter queimado pneu na Croisette como a Imperatriz Furiosa de Mad Max - Estrada da Fúria (2015), Charlize Theron volta a esbarrar como o diretor George Miller no Festival de Cannes, mas desta vez sendo ele o presidente do júri e ela, a estrela do filme com o maior número de ingredientes típicos de um ganhador de Palma de Ouro: The Last Face, de Sean Penn. Este também esteve com a atriz por aqui no ano passado, mas de mãos dadas a ela, na condição de namorado. Há dúvidas se o namoro deles acabou, mas não a questões acerca da força que os dois têm trabalhando juntos. Há uma cisão de opiniões em torno da abordagem política e mesmo do tom meloso assumido por Penn para narrar o tomance entre dois voluntários fos Medicos Sem Fronteiras: os doutores Wren (Charlize) e Miguel (Javier Bardem). Houve até vaia. Mas até quem não gosta reconhece a relevância simbólica que o longa pode ter para o júri.

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"Filmamos cercados por quase 5 mil figurantes, todos não atores, que davam aos sets dos acampamentos de refugiafos maior realismo. Era como se fizéssemos parte daquele ambiente de resistência pela vida", diz Charlize ao Omelete em Cannes.

Que elementos The Last Face tem para poder ganhar a Palma? Anote: a) carrega um discurso humanitário; b) debate o bem-estar dos refugiados da Africa; c) tem dois astros de relevância estética e mundial falantes de Inglês (sendo Charlize sul-africana e Bardem, espanhol); d)faz do amor uma bandeira;  e)tem potencial comercial para virar blockbuster; e f) suas sequências comcrianças massacradas comovem o mais duro dos corações. E, se não bastasse isso tudo, Penn é adorado aqui, onde ganhou o prêmio de melhor ator em 1997 por Loucos de Amor, de Nick Cassavetes.

"Esta história foi escrita há muito tempo e, quando eu reli, o roteiro, pensei em Charlize pela força que ela poderia trazer para a protagonista. Tenho um elenco muito potente, mas de muita humildade", diz Penn.

Em cenas açucaradas com Bardem, Charlize encarna no longa a dor de uma paixão assombrada pelo idealismo numa sangrenta Libéria.

"Profissionais que trabalham em condições brutais como a classes dos medicos que retratamos merecem admiração. Mas, pelo que conheci dos contatos que tive com médicos ligados a campos de refugiados, eles não se reconhecem como heróis. Ajudar os outros não é questão de heroísmo e sim uma disposição natural", disse Charlize.

A disputa pela Palma de Ouro termina neste domingo, tendo Aquarius, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, como um dos mais elogiados. Hoje Cannes vê o penúltimo concorrente: The Salesman, do iraniano Asghar Farhadi. O último chega neste sábado: o suspense Elle, do holandês Paul Verhoeven. Hoje, a Quinzena dos Realizadores chega ao fim com o thriller policial Dog Eat Dog, de Paul Schrader, com Nicolas Cage.

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