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Festival de Cannes | Thriller com Nicolas Cage espalha sangue e risos no evento

Dog Eat Dog foi a surpresa final da Quinzena dos Realizadores numa noite em que o Irã brilhou na competição

20.05.2016, às 22H12.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Há tempos associados a filmes classe Z, aquém de seu oscarizado talento, Nicolas Cage fez jus a seu passado de glórias ao protagonizar, ao lado de um inspiradíssimo Willem Dafoe, o thriller policial Dog Eat Dog, atração que encerrou a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes nesta sexta-feira, com direito a litros de sangue e quilos de risadas. A direção é assinado por um mestre: Paul Schrader (de A Marca da Pantera), roteirista de Taxi Driver (1976), que, há 40 anos saiu da Croisette com a Palma de Ouro. Na trama, Cage, Dafoe e Christopher Matthew Cook vivem um trio de criminosos azarados e sem controle que, de saída da prisão, armam um golpe que dá errado, condenando os três à morte... ou quase. 

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Schrader, que já havia dirigido Cage em Dying of the Light (2014), oferece a ele seu melhor papel em anos. Em Dog Eat Dog, ele é Troy, o cérebro de seu bando: mulherengo, sovina e sem sorte.

"Meu filme anterior com Cage eu nem considero porque os produtores me tiraram a montagem final. Este sim é meu. Faço cinema para dar imagem a inquietudes", disse Schrader ao Omelete antes de o festival começar. 

Ainda sob o impacto dos tiroteios e perseguições rodados por Schrader com uma câmera frenética, Cannes recebeu, direto do Irã, um espetáculo narrativo jâ chamado aqui na briga pela Palma de Ouro de obra-prima: The Salesman, de Asghar Farhadi, mesmo diretor de A Separação, Oscar de filme estrangeiro em 2012. Nele, o professor e tambêm ator Emad (vivido com genialidade por Shahad Hosseini) está montando a peça ameticana A Morte de um Caixeiro Viajante nos palcos iranianos.

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Em meio aos ensaios, sua mulher é agredida por um homem que invade a casa para onde o casal acabou de mudar. O local a casa de uma garota de programa - ou coisa do tipo - e o agressor era ligado a ela. Para defender sua honra, Emad investiga o caso, dando margem para que Farhadi estabeleça uma relação entre cinema, reatro e tradições de seu país. Roteiro melhor, Cannes não viu. Domingo serão anunciados os ganhadores da Palma de Ouro, tendo o brasileiro Aquarius entre seus favoritos.

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