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Artigo

Festival de Sundance e o emprego do sonhos de ver filmes o dia todo

E definir carreiras de cineastas, roteiristas, atores e outros profissionais da sétima arte

22.01.2016, às 10H03.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Quando a Netflix anunciou a vaga de Tagger, a internet encontrou o seu trabalho dos sonhos. A combinação era perfeita: ser pago para ver filmes e séries o dia todo (veja aqui). Entre Los Angeles, Califórnia, Park City e Utah, John Nein tem uma realidade parecida. Como programador sênior do Festival de Cinema de Sundance, o seu trabalho é ver filmes durante o ano todo, todos os dias.

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Para escolher o que vai chegar ao festival idealizado por Robert Redford (e batizado em homenagem ao seu personagem em Butch Cassidy and the Sundance Kid), o grupo principal de curadores assiste aos trabalhos inscritos e conversa constantemente sobre o que viu: "não é um processo simples como votar em filmes, é um processo de debate em que a paixão ou entusiasmo de alguém por um filme pode ser muito poderosa e eficiente. Nós vemos os filmes, falamos muito sobre eles, e realmente acreditamos na ideia que curadores diferentes têm bons instintos sobre tipos diferentes de filmes. Então é um processo muito colaborativo".

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John Nein, programador sênior do Festival de Sundance

Com 12.793 filmes inscritos e apenas 195 títulos selecionados (entre curtas e longas-metragem), o processo de seleção dura o ano todo, mas ganha intensidade entre setembro e novembro. "É quando estamos vendo uma quantidade enorme de filmes. Basicamente assistindo filmes o tempo todo".

Um trabalho dos sonhos que vem com uma grande responsabilidade, afinal ter o filme em Sundance pode definir a carreira de jovens cineastas, roteiristas e atores. "Nosso foco quando fazemos a programação é realmente dar visibilidade para artistas talentosos e promissores", cujo maior orgulho profissional é o programa internacional do festival, que tem revelado para o mundo talentos com o da brasileira Anna Muylaert, que teve o seu Que Horas Ela Volta? premiado e selecionado no Festival de Sundance do ano passado. Prêmios, destaca Nein, que ajudam a garantir a distribuição e o financiamento de futuras produções.

Outro exemplo do poder de Sundance catapultar filmes de baixo orçamento, rodados sem o apoio dos grandes estúdios, está no Oscar deste ano. Brooklyn, indicado em três categorias, incluindo Melhor Filme, foi selecionado pela equipe de Nein e fez sua estreia para o mundo no Festival de Sundance de 2015. Na categoria de Melhor Documentário são três os títulos "nascidos" em Utah: Cartel Land, O Peso do Silêncio e What Happened, Miss Simone?veja aqui.

Seleção variada de 2015 que vai se repetir e ganhar força em 2016. "A diversidade vem da independência do mundo. Essa palavra é a nossa principal base. Se você tem uma mente independente, você vai fazer as coisas diferentes da forma comum e o resultado será uma diversidade ainda maior de produtos", comentou Redford durante a coletiva que deu início ao novo ano da mostra - confira a lista de lançamentos.

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Robert Redford, o criador do festival - © 2016 George Pimentel/WireImage

O Festival de Sundance 2016 vai até o dia 31 de janeiro. Paralelamente, o canal pago Sundance Channel terá na sua programação de 22 a 31 de janeiro o 10 Days of Sundance, com títulos que marcaram edições anteriores do festival, com exibições sempre às 23h. A grade começa com The Wolfpack (dia 22), Dinosaur 13 (dia 23), Kumiko, a Caçadora de Tesouros (dia 24),  Chorus (dia 25), The Strongest Man (dia 26), Cloro (dia 27),Gerry (dia 28), Bob and the Trees (dia 29), The Off Hours (dia 30) e  Dreamcatcher (dia 31).

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