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Festival Varilux traz para o Brasil o premiado A Corte, com o astro mais respeitado da França na atualidade

Comediante consagrado, Fabrice Luchini se reinventa como ator neste sucesso de público e crítica, no papel de um juiz em crise amorosa

07.06.2016, às 23H43.

Considerado a principal vitrine para o lado pop do cinema francês no Brasil, o Festival Varilux reservou para sua edição 2016, que começa na próxima quarta-feira em São Paulo, no Rio de Janeiro e outras 48 cidades do país, tendo como principal atração A Corte (L’Hermine), um sucesso de público e crítica com o ator francês de maior prestígio da atualidade: Fabrice Luchini.

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Um ás da comédia, o astro parisiense de 64 anos, conhecido aqui por Dentro de Casa (2012) e As Mulheres do Sexto Andar (2010), reinventa-se neste drama jurídico, pelo qual ganhou o prêmio de melhor interprtação masculina no Festival de Veneza de 2015. A mostra veneziana rendeu ainda o prêmio de melhor roteiro para a produção, dirigida por Christian Vincent.

"Fazer cinema é emprestar a um cineasta sua disposição para fazer o melhor, ciente de que você parte de uma trupe, uma equipe, um time", disse Luchini em entrevista ao Omelete, em Cannes, onde arrebatou elogios por seu desempenho em Ma Loute, comédia policial que chega aqui no segundo semestre. 

Em A Corte, visto por 745 mil pagantes, Luchini deixa seus dotes humorísticos em segundo plano a fim de injetar seriedade e uma aura de mistério à figura do juiz Michel Racine, famoso por ser um agente incorruptível da Lei. Sua vida é conduzida com absoluta rigidez moral até o dia em que ele se depara com uma paixão do passado (vivida pela atriz Sidse Babett Knudsen), integrante de um júri. Amor e dever vão se rivalizar enquanto Racine tenta domar seus sentimentos, sem se desligar de seus compromissos com a Justiça.

"Existe hoje no cinema francês histórias carregadas de ingredientes sobre a condição humana e o nosso dever, como ator, é saber administrar bem cada pitada desses temperos, em prol do que os cineastas precisam contar", explica o ator.

Outras atrações obrigatórias do Varilux 2016 no Brasil

  • Meu Rei (Mon Roi), de Maïwenn: Idolatrada pela indústria e mesmo pela ala mais xiita da crítica europeia, a modelo, atriz, cineasta e delícia Maïwenn Le Besco, diretora do premiado Políssia (2011), realiza aqui um ensaio comovente sobre a vida a dois a partir da relação entre um empresário egoísta (Vincent Cassel) e a mulher que abre mão de tudo em amor a ele, vivida por Emmanuelle Bercot. O desempenho dela foi laureado com o prêmio de melhor atriz em Cannes, em 2015, empatado com Rooney Mara.
  • Um Homem, Uma Mulher (Um Homme et Une Femme), de Claude Lelouch: Lançado em 1966, este drama romântico, que inclui música de Vinícius de Moraes e Baden Powell em sua trilha sonora, ganhou um par de Oscars, a Palma de Ouro em Cannes e mais 40 prêmios pelo mundo apostando numa trama de paixão. Para comemorar seus 50 anos, o Festival de Cannes, realizado em maio, promoveu uma projeção dele, que virou uma sensação no Velho Mundo. De carona no gesto de Cannes, o Varilux dá às novíssimas gerações a chance de conhecer a paixão entre dois jovens viúvos (Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant, ambos então no auge da beleza), assolados pela morte de seus parceiros.
  • Um Amor à Altura (Un Homme à La Hauteur), de Laurent Tirard: Sinônimo de blockbuster graças ao êxito comercial da franquia O Pequeno Nicolau, o cineasta Laurent Tirard desmistifica a o sex-appeal do astro Jean Dujardin (oscarizado por O Artista), fazendo dele um homem de estatura diminuta decidido a conquistar uma beldade (Virginie Efira). Esta comédia vendeu meio milhão de ingressos em duas semanas na França e foi apontada pela crítica local como sendo um exemplo em termos de escrita de diálogos: todos hilários. A base do projeto foi o filme argentino Coração de Leão– O Amor Não Tem Tamanho (2013), de Marcos Carnevale, também com um Romeu de baixa estatura.  
  • Abril e o Mundo Extraordinário (Avril et le Monde Truqué), de Christian Desmares e Franck Ekinci: Graças a um parque amplo de escolas de cinema especializadas em animação, o cinema francês alcançou uma sofisticação plástica singular em sua produção de desenhos, cada vez mais bem-sucedidos nas bilheterias internacionais. Este é um dos melhores exemplos da fauna animada da França, baseada em um diálogo direto com as HQs. Ganhador do troféu Cristal de melhor filme no Festival de Annecy, uma espécie de Cannes para animadores, esta produção carregada de ritmo e de adrenalina parte das ilustrasções de Jacques Tardi para narrar as peripécias de uma menina em busca dos país numa França que preservou ranços do século XIX. O longa traz uma direção de arte de beleza plástica ímpar. Marion Cotillard (de Macbeth) é uma das dubladoras.
  • Os Cowboys (Les Cowboys), de Thomas Bidegain: Um dos filmes mais violentos do Festival de Cannes de 2015, elogiado por sua força visual, esta produção marca a estreia na direção do prolífico roteirista Thomas Bidegain, conhecido por sucessos de bilheteria europeus como Ferrugem e Osso (2012). Bidegain trava aqui um diálogo direto com o faroeste Rastros de Ódio, com John Wayne, mas ambientado em locação contemporânea. Na trama, um pai de família, ligado à cultura country e apaixonado pelo padrão de vida dos vaqueiros, mergulha num universo de violência em busca da filha desaparecida, levando seu filho como único aliado. 

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