Em 4 de maio, o "Star Wars Day", fãs londrinos da saga criada por George Lucas se reuniram para “mandar uma mensagem para o espaço” e em seguida festejaram o sucesso da missão ao som de DJs e telões que mostravam cenas clássicas de filmes de fantasia e ficção dos anos 70, 80 e 90. A segunda parte desta jornada ao universo muito, muito distante começou ontem, 4 de junho, quando o Secret Cinema abriu suas portas para sua mais ambiciosa jornada: exibições diárias (exceto às segundas) até o fim de setembro de Star Wars - Episódio V: O Império Contra-Ataca (1980) precedida de uma viagem ao planeta de Tatooine e a Estrela da Morte.
Antes de falar da experiência em si, vale fazer um parágrafo explicando que o Secret Cinema nasceu cerca de sete anos atrás com a ideia de levar o público para ver um filme cultuado em um lugar que, de alguma forma, remontasse à atmosfera da obra. As exibições de Blade Runner - O Caçador de Andróides, Prometheus, Paranoid Park e vários outros filmes já haviam sido vistas por mais de 35 mil pessoas quando, no ano passado, eles reconstruíram a Hill Valley dos anos 1950 para um mega-evento do primeiro De Volta Para o Futuro, que teve 85 mil ingressos vendidos!! Veja abaixo o vídeo oficial:
Voltando agora ao presente. Exatamente um mês após o sinal ter sido enviado para o espaço, os Rebeldes foram convocados mais uma vez. A mensagem cifrada levava até a estação britânica de hyperspaço, no sul de Londres, no Terminal HX 1137 (THX, entendeu?). A cada novo líder rebelde encontrado, ficávamos sabendo de nossa nova missão e recebíamos novas instruções. Escondemos nossos rostos de possíveis espiões e nos esgueiramos pelo terminal de carga, carregamos caixas e finalmente entramos em uma nave que nos tirou da Terra sãos e salvos.
O destino era o desértico planeta de Tatooine, onde jawas tentavam vender qualquer tipo de lixo intergalático, dróides andavam no meio de alienígenas e sandtroopers patrulhavam a área sob os olhares de comandantes imperiais. Chegar naquele cenário e ver um R2-D2 projetando um pedido de socorro da Princesa Leia só não foi mais marcante do que entrar na cantina e ver lá no canto Han Solo e Luke conversando enquanto uma certa banda tocava uma certa música.
Esta "área de espera” foi decorada com muito cuidado pela equipe técnica liderada por Piers Shepperd, que trabalhou em vários musicais no Westend (a Broadway inglesa) e ao lado de Danny Boyle na abertura da Olimpíada de Londres. Além das casas de areia, várias barracas vendendo deliciosas comidas (optei por um suculento Shawarma de frango), bijuterias e bolsas no estilo árabe e, claro, produtos oficiais como camisetas do evento, pôsteres e acessórios que iam de cachecóis a óculos, para quem não estava à caráter. Tudo cobrado na moeda local, os créditos intergaláticos.
Não vamos entrar em mais detalhes aqui sobre o desenrolar da história toda, mas por cerca de duas horas o público presente é instigado pelos mais de 300 atores a interagir com o cenário, andando (ou correndo) por vários ambientes diferentes e passando por situações que poderiam acontecer com qualquer um que resolva enfrentar Lord Vader, como ficar preso por não estar com seus documentos em dia ou ser expulso do bar.
Os momentos finais antes do início da sessão servem de recaptulação da vitória Rebelde em Star Wars - Episódio IV: Uma Nova Esperança (1977). Quando a orquestra da Fox começa surgem os primeiros aplausos, mas ao iniciar a música de John Williams, sabres de luz foram para o alto. A exibição do filme tem momentos em que atores vestidos como os personagens na tela reencenam ao vivo trechos da história.
O Império Contra-Ataca foi o escolhido por ser o favorito da maioria dos fãs da saga e mesmo quem já assistiu ao filme algumas dezenas de vezes deve gostar do resultado. Ver (ou rever) o longa chega quase a ser um detalhe. Um detalhe caro, vale ressaltar. Os ingressos saem por 80,5 libras, cerca de 400 reais. Fora o que você pode gastar para criar seu personagem e o que consumir lá dentro. Dói no bolso, mas não é sempre que você acaba a sua noite dançando ao lado de Lando Calrissian enquanto Chewbacca balança freneticamente seus enormes braços para cima ao som da música eletrônica.
