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As férias de Mr. Bean

O atrapalhado inglês resolve ir à praia

05.04.2007, às 14H30.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H23
Não tem jeito. Rowan Atkinson

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pode até tentar diversificar, dar uma de agente secreto, mas nada que ele faça se compara ao
Mr. Bean , sua bem-sucedida criação televisiva de 1990.

As Férias de Mr. Bean (Mr Bean's Holiday, 2007), segundo longa-metragem do personagem, uma década depois do original, traz tudo o que podemos esperar da série, especialmente as divertidas piadas físicas, mas curiosamente também introduz boas novidades. As melhores delas são os momentos em que a câmera tradicional é substituída pela câmera de vídeo digital do Mr. Bean - sujeito que não tem aptidão alguma para o manejo do equipamente, vale dizer.

Outra curiosidade bem-vinda é uma certa crítica ao mundo da sétima arte, com seus festivais glamourosos e intelectualizados. É que o britânico Mr. Bean está tentando cruzar a França com destino à Riviera Francesa, especificamente a cidade de Cannes. Seu intuito é apenas chegar à praia, mas no caminho está o mundialmente famoso festival de cinema que leva o nome da cidade... e que terá uma inusitada - e inadvertida - exibição dos vídeos catastróficos do palhaço. Dá pra imaginar o que acontece, certo?

Até lá, porém, o caminho é longo. O viajante toma trens, ônibus e carros com a mesma velocidade que os perde pelos mais diversos motivos. Os reveses o forçam a buscar dinheiro e maneiras alternativas de chegar ao seu destino - e aí estão algumas das melhores e mais constrangedoras cenas do filme. A cantoria de ópera na feira livre nasce clássica e a figuração no drama de segunda guerra que está sendo dirigido por um cineasta estrela (Willem Dafoe) ecoa um momento antológico das comédias: o início de Um Convidado Muito Trapalhão, com Peter Sellers. É um inglês prestando tributo a outro.

Mas as homenagens não se restringem apenas às referências da ilha da Rainha. O cineasta francês Jacques Tati é igualmente lembrado. Até o título do filme evoca As Férias de Mr. Hulot (Les Vacances de Mr. Hulot, 1953), também uma comédia sobre um trapalhão em viagem num carrinho em direção à praia. No clássico da década de 1950, como aqui, também são empregadas crianças para evidenciar a infantilidade do protagonista e a alta sociedade é ironizada.

Atkinson garante que não volta ao papel, que chega de interpretar Mr. Bean, mas a não ser que ele tenha outra idéia simples e engraçada como o londrino atrapalhado, melhor não descartar um retorno. Pelo menos se ele quiser continuar pilotando Aston Martins por aí, um de seus caríssimos hobbies...

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