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Big River | Crítica

Big River - 30a. Mostra Internacional de Cinema

01.11.2006, às 00H00.
Atualizada em 25.03.2017, ÀS 18H00
Big River
Japão/EUA, 2005
Comédia/Drama - 105 minutos
Direção: Atsushi Funahashi
Roteiro:
Atsushi Funahashi

Elenco:
Kavi Raz, Jô Odagiri, Chloe Snyder

A frase "um japonês, um paquistanês e uma estadunidense estão na estrada" pode até parecer começo de piada, mas no caso de Big river é parte da premissa - e bastante séria.

O longa-metragem tem pais nobres - saiu da produtora Office Kitano, do celebrado cineasta Takeshi Kitano (Dolls, Zatoichi) - e traz o olhar oriental do diretor e roteirista japonês Atsushi Funahashi a uma paisagem tipicamente norte-americana, o deserto do Arizona.

A história acompanha os três personagens citados acima: Ali (Kavi Raz), um paquistanês em busca de sua esposa; Teppei (Jo Odagari), um mochileiro japonês cruzando o mundo; e a bela Sarah (Chloe Snyder), uma garota local. O trio se conhece por acaso, devido à falha do carro de Ali, e acaba junto - meio por obrigação, meio por vontade e curioso afeto.

A trama segue a estrutura clássica dos filmes-de-estrada, com personagens perdidos, apoiando-se uns nos outros em busca de auto-conhecimento e superação, mas é bem mais sutil que a maioria dos longas do gênero. A câmera contemplativa e paciente de Funahasi não poupa fita para deter-se nas lindíssimas paisagens do deserto e até arrisca uns exercícios de estilo, ao mexer no contraste e tirar a cor durante a passagem por uma cidadezinha que emula o Velho Oeste.

O cineasta japonês também aproveita a inusitada trinca de protagonistas (todos excelentes) para dar a cutucada básica nas paranóias dos EUA quanto à questão dos imigrantes. Mas não sem redimi-los na seqüência, numa interessante relação de amor e ódio com o país. A própria Sarah funciona como um ícone disso... garota adorável e sensualíssima, interessada pelos novos amigos e preocupada com eles. Mas quando irritada, não hesita em defenestrá-los do carrinho velho que dirige.

E redenção parece mesmo a palavra de ordem em Big river. Funahashi consegue tratar de temas difíceis de maneira poética plástica e narrativamente, criando belas metáforas para o mundo como ele o vê - uma interdependência global que só precisa de um pouco de paciência para entender-se e, quem sabe, amar-se.

Nota do Crítico
Ótimo
Big River
Big River
Big River
Big River

Ano: 2005

País: Japão/EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 104 min

Onde assistir:
Oferecido por

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