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Crítica

Crítica: Hannibal

O retorno do Canibal

22.02.2001, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H11

O ano era 1991. O Silêncio dos Inocentes (Silence of the Lambs), estreava nos cinemas de todo mundo. O cinema de suspense nunca mais seria o mesmo.

Baseado no livro de Thomas Harris, o filme estabeleceu o Dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) como um dos melhores vilões do cinema de todos os tempos. A mera visão do psicopata através de um vidro e seu olhar perturbador eram suficientes para congelar os ossos das audiências. Sua contraparte, a agente especial Clarice Starling (Jodie Foster), era a única pessoa que ele respeitava e, através de seus olhos, podíamos nos aproximar o bastante do monstro para entrar em contato com sua classe, intelecto e frieza.

Hannibal

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A produção foi tão bem sucedida que acabou por transcender todos os clichês do gênero e não o fez apenas com relação aos fãs... foi além e ganhou 5 dos 7 Oscar a que foi indicada, incluindo melhor diretor (Jonathan Demme), melhor ator (Anthony Hopkins), melhor atriz (Jodie Foster) e melhor filme. Obviamente, tal façanha refletiu-se em sucesso financeiro. Como em Hollywood sucesso significa seqüência, era de se esperar que o Dr. Lecter daria as caras novamente.

Ao contrário do previsto, a continuação de O Silêncio dos Inocentes demorou para vir. Porém, quase 10 anos depois, o livro é escrito e a adaptação é anunciada com entusiasmo. Em breve assistiríamos Hannibal.

Com Ridley Scott (Gladiador, Blade Runner) na direção e Anthony Hopkins de volta ao personagem que lhe rendeu um Oscar, faltava apenas Jodie Foster que, estranhamente, recusou o filme após ler o roteiro. A primeira suspeita de que algo não estava certo apareceu, mas as dúvidas logo se dissiparam ao saber que Julianne Moore (indicada ao Oscar de melhor atriz por O Fim do Caso, 1999) aceitara o papel.

O filme começa 10 anos depois do caso do assassino serial Buffalo Bill, solucionado pela agente especial Clarice Starling com a ajuda do Dr.Hannibal Lecter. Agora uma agente sênior, Starling enfrenta tempos difíceis nas mãos da burocracia do FBI.

As coisas só pioram quando a agente é responsabilizada por uma batida conjunta do FBI, DEA e Polícia de Washington que acaba em desastre. Desacreditada e correndo o risco de ser afastada, a salvação chega na forma (nojenta) do milionário Mason Verger (Gary Oldman, irreconhecível sob uma máscara de cicatrizes), que oferece informações preciosas sobre o paradeiro do homem que o aleijou e deformou, o Dr. Hannibal Lecter.

Agora de volta ao caso que tornou-a famosa, Clarice segue as pistas e descobre que o Dr. está em Florença, Itália. Vivendo uma vida de luxos e quase conseguindo o cargo de curador em uma biblioteca, o Dr.Lecter emprega toda a sua habilidade para impedir que o descubram. Florença está radiante, a iluminação é perfeita e a fotografia aqui evoca todo o passado da renascença em uma das melhores seqüências do filme.

A partir daí, Hannibal se torna um festival de horror explícito... nada condizente com o terror psicológico de O Silêncio dos Inocentes, onde a violência era implícita e não gráfica. Infelizmente, Ridley Scott pouco pode fazer pois as escolhas não eram suas, estava apenas sendo fiel ao roteiro de David Mamet e Steven Zaillian (que até que se sairam bem na missão de adaptar um livro considerado como um dos piores de 99).

Hannibal vai além e descaracteriza as personagens, a atuação de Hopkins está muito aquém da original (estando até engraçadinho) e Julianne Moore parece perdida. Flashbacks são realizados e tomamos conhecimento de coisas que chegam até a estragar um pouco o primeiro filme, revelando detalhes que devem ser deixados em paz. Chega o final (completamente diferente do livro, odiado pela maioria dos leitores) e com ele o momento mais perturbador das duas horas e onze minutos da produção.

Enfim... vá assistir e confira por si próprio se estou sendo injusto ou não. Mas, na dúvida, prefira O Tigre e o Dragão ou se quiser muito assistir a um filme de Ridley Scott vá ver Gladiador de novo que em breve estará de volta aos cinemas.

Nota do Crítico
Ruim
Hannibal
Hannibal
Hannibal
Hannibal

Ano: 2001

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 131 min

Direção: Ridley Scott

Elenco: Anthony Hopkins, Julianne Moore, Gary Oldman, Ray Liotta, David Andrews, Frankie Faison, Giancarlo Giannini, Francesca Neri, Željko Ivanek, Hazelle Goodman, Francis Guinan, James Opher, Enrico Lo Verso, Ivano Marescotti, Fabrizio Gifuni, Giannina Facio

Onde assistir:
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