Às vezes, você não precisa de muito para se divertir com um filme. A graça pode vir dos lugares mais inesperados. É o caso de O Imperador (Outcast, 2014), um filme de época que nos brinda com uma das piores atuações da vida de Nicolas Cage. O ator está tão ruim, mas tão ruim na pele do cavaleiro templário Gallain que, toda vez que ele aparece na tela, dá vontade de rir.
Da maneira errada, Cage acaba roubando a cena, pois ele nem é o protagonista do longa. Esse papel fica por conta de Hayden Christensen, cuja carreira parece ter acabado no rio de lava de Star Wars - Episódio III. Christensen é Jacob, outro cavaleiro templário (mas com um corte de cabelo pra lá de moderno) que luta nas Cruzadas e só quer saber de sangue. Na primeira cena, ele e Gallain se desentendem ao tomar o castelo de um rei muçulmano, pois Gallain estava cansado de tanta matança.
Corta a cena para a China, alguns anos no futuro, e encontramos um rei prestes a ser deposto que confia o trono ao seu filho mais novo, e pede para que a irmã a proteja. Os dois fogem antes da chegada do irmão, Shing (Andy On), um guerreiro violento que deseja a coroa para si. Ao descobrir que o selo real está em posse dos irmãos mais novos, ele ordena uma caçada aos dois. As crianças se deparam com Jacob, que, depois de relutar um pouco, decide escoltá-las até uma cidade onde há militares leais ao antigo rei.
Daí, desenrola-se uma trama sem muitos momentos marcantes, com um roteiro sem graça e cenas de ação fracas. O que mais chama a atenção é o figurino, bem fiel a um filme de época chinês e a par de outras produções de época. Entretanto, o filme vira com a volta de Cage - e não por bons motivos. Se não quiser spoilers, pule o parágrafo abaixo.
Em um determinado momento da jornada, os filhos do rei e Jacob chegam a uma montanha controlada por bandidos liderados pelo “Fantasma Branco” - que, claro, é ninguém menos do que Gallain, o homem que deu a Jacob a ideia de ir para a China. É simplesmente impagável de tão ridículo observar Cage, com cabelo de samurai, tentar fazer pose de mau, espremendo um dos olhos para se fingir de caolho e fazendo um sotaque terrível.
Olhando por um lado positivo, o desastroso papel de Nicolas Cage é o que salva O Imperador da total e completa irrelevância. Em circustâncias normais, é o tipo de filme que você deve evitar a qualquer custo - exceto, claro, se você consiga achar graça em atuações horríveis.
O Imperador | Cinemas e horários
Ano: 2014
País: EUA, China, França
Classificação: 14 anos
Duração: 99 min
Direção: Nick Powell
Elenco: Nicolas Cage, Hayden Christensen
