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O Resgate | Crítica

Nicolas Cage em mais um filme que não vai resgatar sua carreira e prestígio

25.01.2013, às 01H11.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H52

O gênero dos filmes de assalto glamoriza a persona do ladrão. O segredo aqui é criar um protagonista com uma inteligência acima do normal e que vai usá-la para lucrar com isso, geralmente às custas de alguém muito mais sacana do que ele, seja um bancário inescrupuloso ou dono de cassino. Como seu plano é perfeito e os riscos são todos calculados, a chance é de que tudo seja feito da maneira mais limpa possível, sem que ninguém se machuque. Em O Resgate (Stolen, 2012), esta figura atende pelo nome de Will Montgomery (Nicolas Cage), que passa oito anos na prisão depois que o seu golpe mais audacioso foge do controle.

O Resgate

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O dinheiro, porém, nunca foi encontrado e quando ele volta às ruas tem no seu encalço os agentes do FBI que o prenderam (esperando botá-lo de volta atrás das grades) e os parceiros do crime, que nunca viram sua parte da grana e acham que Will escondeu tudo. Muito mais sereno, o ladrão se diz regenerado e disposto apenas a fazer as pazes com sua filha, de quem acabou se distanciando. Porém, quando a menina é sequestrada, tudo o que lhe resta é aplicar um último golpe, ainda maior do que o anterior.

Poderia ser um bom thriller. Poderia ser um bom filme de ação. Poderia muita coisa, mas O Resgate acaba se perdendo mais do que turista nas festas do carnaval de Nova Orleans. E, o que é pior, sem se aproveitar disso. Em vez de transformar a cidade em uma personagem ou aproveitar a produção para exaltar uma das festas populares de rua mais conhecidas dos Estados Unidos, o roteirista David Guggenheim (Protegendo o Inimigo) e o diretor Simon West (Os Mercenários 2, Assassino a Preço Fixo, Con Air) preferem apenas pontuar o evento como uma bebedeira sem fim, que atrapalha o trânsito local, mas não a ponto de envolver a cidade inteira. O Mardi Gras do longa sequer mostra direito a música pela qual a cidade é tão famosa.

Ainda pior do que as oportunidades desperdiçadas é a preguiça que leva a utilizar cenas que já foram vistas incontáveis vezes no cinema, minando qualquer chance de uma boa surpresa. Isso sem contar a incoerência do roteiro, que trata de esquecer elementos que foram apresentados como primordiais à trama, como o celular que está viajando para outra cidade até agora sem que o sequestrador cumpra sua promessa de matar a sua refém.

Curioso notar que Nicolas Cage tem o carisma que um ladrão genial precisa ter e é também bastante inteligente e talentoso - basta ver suas performances em Despedida em Las Vegas, A Rocha, A Outra Face, Adaptação e tantos outros filmes. Tudo isso faz com que você acabe torcendo por ele tanto quanto você torceria para tal ladrão dos filmes de assalto. A diferença é que o golpista em questão geralmente se dá bem. Já Nicolas Cage...

Nota do Crítico
Ruim
O Resgate
Stolen
O Resgate
Stolen

Ano: 2012

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 96 min

Direção: Aaron Woodley

Roteiro: William Morrissey

Elenco: Ray Liotta, Dustin Milligan, Kevin Zegers, Laura Vandervoort, Devon Bostick, Victor Garber, Stephen McHattie, Tatiana Maslany, John Bregar, Anthony Ulc

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