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Crítica

Osmose Jones | Crítica

Uma curiosa mistura entre filme com atores e animação convencional

24.07.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H13

Depois de alguns anos ausente do campo da animação - após o fracasso comercial do magnífico Gigante de Ferro, um dos melhores desenhos animados já produzido nos Estados Unidos, a produtora Warner está de volta. Desta vez, toda sua tradição resultou em uma obra que, mesmo inferior a seu espetacular predecessor, mantém a qualidade habitual das animações deste estúdio.

Uma curiosa mistura entre filme com atores e animação convencional, Osmose Jones é a nova produção dos Irmãos Farrelly (Quem vai ficar com Mary?). A dupla, conhecida por seu humor escatológico, decidiu ir à sua fonte: O próprio corpo humano!

O corpo em questão pertence a Frank (Bill Murray, em um papel bastante apropriado), um tratador de animais de hábitos pouco saudáveis, apesar das pressões contrárias de sua filha. Todavia o drama de pai e filha está em segundo plano em relação aos acontecimentos dentro do corpo de Frank.

E é aí que o filme fica realmente interessante!

Contrastando com as prosaicas e mundanas cenas com atores, o interior do corpo de Frank, feito em animação no energético estilo da Warner, é um fervilhar de atividade. Administrado por um prefeito corrupto e incompetente, dublado por William Shatner, o corpo de Frank é um alvo fácil para o vírus Thrax, vocalizado pelo excelente Lawrence Fishburne, de Matrix. O único que pode impedir Thrax de dar a Frank uma morte prematura é Osmose Jones, que leva a voz do ator Chris Rock, um glóbulo branco [célula de defesa do organismo - Omelete também é cultura!] que utiliza métodos pouco convencionais no combate às infecções, e seu parceiro Drix (David Hyde Pierce), um remédio contra a gripe tomado por Frank.

Sim, a trama nada mais é do que um filme de dupla de policiais passado dentro do corpo humano! Apesar disso, no entanto, é genuinamente divertido, ao menos em suas seqüências de animação. A parte com atores abusa da escatologia e descamba para o sentimentalismo barato quando se aproxima o final. Na animação, por outro lado, os protagonistas são carismáticos, em parte devido à ótima atuação dos dubladores. A trama jamais perde o pique e aproveita muito bem a insólita ambientação sem ganhar ares de lição de biologia. Entre as piadas, perto do final, destaque para uma sátira ao Titanic que quase fez o cinema desmoronar em gargalhadas. Pena que as cenas com atores atrapalhavam o andamento das demais!

A animação é de boa qualidade e no mesmo estilão dos velhos desenhos do Pernalonga, com apenas um mínimo de 3D, uma raridade na animação norte-americana atual, deslumbrada com suas modelagens tridimensionais.

Apesar de não ser nenhuma obra-prima, o filme é uma boa pedida. Pena que, como seu ilustre predecessor O Gigante de Ferro, Osmose Jones foi fracasso nas bilheterias americanas. Não dá para entender por que é que a produtora, o único dos grandes estúdios daquele país com real tradição em animação, não consegue emplacar um sucesso. Será que só animação 3D tem o direito de fazer fama por lá atualmente?

Nota do Crítico
Ótimo
Osmose Jones - Uma Aventura Radical pelo Corpo Humano
Osmosis Jones
Osmose Jones - Uma Aventura Radical pelo Corpo Humano
Osmosis Jones

Ano: 2001

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 96 min

Onde assistir:
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