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Crítica

Doce Novembro | Crítica

Ô, lá em casa!

29.06.2001, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

É muito difícil assistir a Doce Novembro sem pensar, por um momento que seja: "Podia acontecer comigo...". Essa é a graça do filme: fazer gente normal imaginar que pode encontrar um sujeito bonitão como Keanu Reeves ou uma deusa como Charlize Theron assim, de repente... e se apaixonar!

Não é cara de pau, é Hollywood mesmo. Comédia romântica com um roteiro meio capenga, mas com a promessa de um final feliz. A fórmula, que faz a glória de filmes como Harry e Sally - Feitos um para o outro, pode desandar e virar uma chateação só. Por pouco não acontece com Doce Novembro.

Keanu Reeves como um publicitário sem coração é duro de engolir. Qualquer mulher de bom senso já teria dado um chute no fulano - a não ser que estivesse só interessada na sua conta bancária. Sua namorada parece apaixonada, ainda que sem muita esperança. E como é de esperança que ele precisa para olhar a vida de um modo diferente, o destino o atira nos braços da doidivana Charlize Theron.

Linda e apaixonada pela vida, pelos animais, pelas flores, pelo mundo inteiro, Charlize é uma miragem. Sua missão é "adotar" um homem cheio de defeitinhos por um mês e liberá-lo ao final da temporada inteiro e cheio de confiança. Que mal há nisso? Tem tanta gente que adoraria entrar em um arranjo desses... compromisso? Só por um mês. Amor incondicional? Só por um mês. E hasta la vista, baby.

Com uma história interessante nas mãos, adaptação de um filme dos anos 60, Doce Novembro derrapa porque não consegue fazer o espectador sonhar - apenas desejar um pouco. Aquela vontade de encontrar alguém especial e deixar de lado os preconceitos, o trabalho, os amigos interesseiros. Mas sonhar... não chega para tanto. Charlize é maravilhosa, Keanu continua bonito, a química entre eles até funciona. Mas fica faltando algo...

Essa impressão não vai embora nem quando as luzes do cinema se acendem. A culpa é em parte do roteiro, que adapta uma idéia da época do flower power sem conseguir o mesmo efeito. O roteiro original, escrito por Herman Raucher (o mesmo do maravilhoso Verão de 42, também conhecido por aqui como Houve uma vez um verão) fala de um herdeiro de uma fábrica de caixas de papelão que é chamado a assumir a direção por pressão da família. Keanu, por sua vez, ganha muito mais dinheiro fazendo anúncios. Estaria perfeito para um personagem do escritor Brett Easton-Ellis, se não perdesse a cabeça por uma bobagem. Quando ele explode, não dá para acreditar. Muito menos que ele ficaria desempregado com o currículo que tem...

Enfim, são esses detalhes que pesam contra o filme. Tudo bem, passa. Você nem vai notar, especialmente se passar depois na locadora e escolher uma comédia romântica nota 10. Aí, então, você vai ficar de bem com a vida e talvez até comece a achar que Doce Novembro é bonitinho...

Notinha de rodapé: Frank Langella, que já fez papel de vampiro no cinema, faz um papel menor. Seu vilão é tão bem feito que você sai do cinema procurando alho e uma cruz de prata para se proteger contra um chefe assim!

 

Nota do Crítico
Regular
Doce Novembro
Sweet November
Doce Novembro
Sweet November

Ano: 2001

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 118 min

Direção: Pat O'Connor

Elenco: Keanu Reeves, Charlize Theron, Jason Isaacs, Greg Germann, Lauren Graham, Michael Rosenbaum, Frank Langella, Robert Joy, Liam Aiken, Jason Kravits, June Carryl, Kelvin Han Yee, David Fine, Diane Amos

Onde assistir:
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