Filmes

Entrevista

Exclusivo: Omelete entrevista Tim Roth, o Emil Blonsky de O Incrível Hulk

Roth fala de sua experiência em filmar no Brasil, William Hurt, quadrinhos, as cenas cortadas e mais

15.06.2008, às 16H00.
Atualizada em 05.11.2016, ÀS 19H06

Contratação inusitada para O Incrível Hulk, o inglês Tim Roth conversou com o Omelete em Los Angeles.

O ator, bastante conhecido pela parceria com Quentin Tarantino - com quem trabalhou em Cães de Aluguel, Grande Hotel e Pulp Fiction -, faz aqui uma rara participação em blockbusters. De fato, em filmes de grande orçamento, daqueles que abrem com milhões de dólares e tornam-se verdadeiros eventos midiáticos, esta é a primeira vez que ele aparece. Ok, ele apareceu em Planeta dos Macacos... Mas lá ele um general símio e estava irreconhecível debaixo de tanta maquiagem.

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Em Hulk ele vive Emil Blonsky, conhecido nas HQs como o clássico vilão Abominável. Agente de uma unidade militar especial, ele sofre mutações depois de submeter-se a um tratamento com um soro experimental e depois com raios gama.

Na conversa Roth fala de sua experiência em filmar no Brasil, William Hurt, quadrinhos, as cenas cortadas do filme e sua carreira como diretor.

Assista abaixo à entrevista exclusiva, em inglês, ou leia a transcrição na seqüência.

Então, estou aqui representando o Omelete, do Brasil. Você esteve lá, não?

Sim, filmamos no Rio. Primeiro filmamos vários meses em Toronto [Canadá] e depois gravamos no Rio aquela seqüência toda de abertura.

E como foi sua experiência de filmar por lá?

Foi ótima, porque encerramos as filmagens lá também. Foi o melhor presente de encerramento que um filme poderia nos dar, porque estávamos trabalhando tão pesado e aí tínhamos essa única seção do filme pra completar. E foi maravilhoso, porque pudemos ir àquela parte do mundo, trabalhar com uma equipe brasileira e filmar nas favelas, o que foi fascinante. Absolutamente fascinante. E aí no final do dia íamos descansar e tínhamos... o Rio! Nada mal.

E você não ficou por lá para umas férias?

Eu gostaria, mas não. Sei que vai parecer estranho, mas eu estava doido pra voltar pra casa e ver minha família. Eu até pensei em levá-los pra lá, mas meus filhos estavam em aula.

Como foi trabalhar com William Hurt? Você é fã dele? Como foi?

Foi a pior experiência da minha vida. Ahahaha. Terrível. Ele me deixa louco. Hum. Ele é ótimo. Ele vai fundo, William. E o cara sabe mais sobre o Hulk que qualquer pessoa que eu já conheci. E o filho dele é o cara, é um especialista. Quando ele conseguiu o papel o filho dele escreveu um relatório sobre o Hulk e deu pra ele. Ele levou o texto ao set e usou como base. Temas, sutilezas. Fascinante. E William é bem assim. Cada vez que fazíamos cenas juntos havia toda uma série de discussões antes. Eu sou superficial e ele profundo. Eu não discuto nada, só falo "ãh" e ele conhece tudo.

Você leu os quadrinhos?

Eu li. Eu era um fanático por quadrinhos quando era moleque e Hulk estava no meio. E via também a série de TV na Inglaterra, éramos grandes fãs por lá. Mas eu lia mais o gibi.

Eu estava vendo a fita de bastidor e você faz várias cenas sem dublês. E seu personagem menciona algo do tipo "como seria se eu tivesse o corpo que tinha 10 anos atrás". Você se sente assim?

Com certeza. Eu tenho 47, jamais teria chance nas forças armadas no campo. Só como consultor ou coisa do tipo. E a idéia com Emil é que ele era um cara em fim de carreira, então ele tem essa chance...

Eu estava falando com Louis Leterrier e ele me contou que tem 70 minutos de cenas para colocar no blu-ray ou DVD.

Me parece correto.

70 minutos. É bem impressionante. Você tem algumas cenas removidas do filme que acha que verá ali?

Eu acho que sim. Mas eu acho que eles estavam lutando contra a idéia de tirar algumas das minhas coisas. Sabe, o que acontece é que essas coisas são cortadas o tempo todo. "Não precisamos disso, nem disso" e aí fica um filme só com falação e lá se vai toda a ação. Eles têm que ter cuidado, lembrar dos outros personagens, gente que os fãs do Hulk com certeza conhecem. Mas há uns pedaços que eles provavelmente poderiam colocar de volta.

Você tem alguma favorita?

Tem umas frases que eu senti falta, que acho que seriam engraçadas. Mas no geral, a maioria da minha participação está lá.

Você dirigiu um filme em Sundance em 1999. Você imagina voltar à cadeira do diretor?

Muito, sim. Mas eu parei um pouco com isso. Parei bastante, na verdade, porque queria estar perto dos meus filhos e vê-los crescer. E diretores trabalham demais. Atuar é mais depressa. Hulk demorou seis meses, mas não é coisa alguma comparada com o trabalho de um diretor. Louis basicamente não dorme há dois anos.

Uma última pergunta. Você poderia falar um pouco sobre seu personagem no filme The Other Side?

Eu não vou fazer mais esse filme. A agenda não bateu. Mas eu poderia fazer. O nome dele é Rupert e ele vive em um farol. É incrível, um personagem fantástico. Não sei quem vai vivê-lo, mas eu espero ainda que seja eu. É um grande roteiro. Um mundo muito, muito estranho que ele [o diretor David Michaels] criou.

Muito obrigado!

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