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Entrevista

Fúria de Titãs: Omelete Entrevista os atores Jason Flemyng e Gemma Arterton

Conversamos com a bela Io e o vilão Calibos do épico grego

18.05.2010, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H02

A melhor entrevista que fizemos de Fúria de Titãs (Clash of the Titans), a refilmagem do clássico homônimo de 1981, não foi com o astro do momento Sam Worthington ou com o diretor Louis Leterrier, mas com Jason Flemyng e Gemma Arterton. Totalmente à vontade e relaxados, afinal a entrevista aconteceu poucos bairros de distância do local onde os dois coincidentemente moram em Londres, a dupla foi, como se costuma dizer por lá, "lovely".

Os intérpretes da bela Io e do vilão Calibos falaram sobre o clima no set, a força das personagens femininas, os figurinos, o desenvolvimento dos seus personagens, suas cenas favoritas e até sobre o que  fazer para passar o tempo durante sessões de maquiagem. Lição aprendida por Jason Flemyng com o "amigão" Brad Pitt... confira!

Fúria de Titãs

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Jason Flemyng deformado como Calibos

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Io e seu manto esvoaçante

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Flemyng e Ralph Fiennes

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Gemma Arterton como Io

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Gemma Arterton e Sam Worthington

Vocês dois vivem em Londres?

Gemma Arterton: Sim, moramos na cidade.

Jason Flemyng: Bem perto um do outro, na verdade. Uns 5 minutos! Esses dias nos encontramos no mercado. Justamente algumas horas depois da primeira entrevista de divulgação de Fúria de Titãs. Fiquei morrendo de vergonha porque estava usando o moletom do filme. Tentei me esconder, mas ela me viu!

GA: Ahahahaha, mas conte por que ficou com vergonha!

JF: Nós não ganhamos o moletom. Eu roubei um da Warner. E ela descobriu. Ahahaha.

GA: Mas você ficou bem com ele.

Falem um pouco sobre a experiência, sobre como se envolveram com o projeto.

GA: Eu adoro o original e quando a minha agente veio com o roteiro eu implorei para que ela fizesse o possível para que eu conseguisse qualquer papel na refilmagem. Fiz teste para a Io, uma personagem que não existia no filme de 1981 e que eu achei bem interessante. Aí me chamaram para conversar com os produtores em Los Angeles. Cheguei lá e a primeira coisa que me disseram foi "estamos tão felizes que você vai trabalhar conosco" e eu nem sabia que havia sido escolhida! Então tentei parecer super bacana, sem dar gritinhos ou nada, ahaha, "sim, eu também". Aí saí da reunião e surtei! E filmá-lo foi uma experiência ótima, havia uma energia incrível no set. Todos estavam muito empolgados.

JF: Quem não se divertiu nas filmagens tem que ter algum problema... as pessoas eram ótimas, as locações maravilhosas e o roteiro é baseado em mitos gregos. Não dá pra ficar melhor que isso.

GA: E Louis é ótimo! Ele é adorável.

JF: E inteligente. O filme é um épico. Produções assim dão muito, mas muito trabalho. Então ele escolheu um elenco de pessoas que ele sabia que não iriam dar problemas, que conseguiriam atuar sem muita ajuda do diretor. E o fez de maneira multicultural... há atores israelenses, dinamarqueses, franceses, ingleses... isso deu uma certa atmosfera européia à produção, algo difícil de ver em grandes blockbusters hollywoodianos.

GA: Só há um ator americano no elenco, Danny Houston.

JF: Não! Havia outro! Um cara que eu matei em uma das cenas era dos Estados Unidos, um assistente de um dos produtores, que queria uma ponta no filme. Ele cheio dizendo "e aí caras, serei um dos gregos" e eu "sério? tomara que ele não abra a boca" porque o sotaque dele era extremamente carregado. Mas era engraçado. Todos os extras ingleses descuidados e ele era o único com dentes perfeitos e cabelo lustroso, ahaha.

Io foi criada para dar mais força às mulheres neste filme? Afinal, no original elas não tinham vez.

GA: Sim... no original as mulheres eram todas donzelas em perigo. Isso não é muito condizente com nossa realidade hoje e eu certamente não me interessaria em viver uma personagem assim. Tanto Io como Andrômeda são personagens interessantes. Io é meio que uma figura materna, uma fada-madrinha, enquanto a princesa tem algo de Madre Teresa nela. Elas guiam os homens ao invés de precisarem de ajuda deles. Isso é ótimo, pois a maioria dos papéis em filmes desse tipo são de donzelas em perigo ou de gostosonas em trajes mínimos... a menina que usa shortinho para lavar a moto, sabe?

Não faço a menor ideia de quem você está falando... ahaha

GA: Ehehe, quando papéis como Io ou Andrômeda aparecem você precisa fazê-los para dar bons exemplos para as meninas. Sem falar na dificuldade que é trabalhar com equipes compostas quase que exclusivamente de homens...

JF: Mas você tem uma postura ótima! Se vira muito bem entre os caras sem perder nada da sua feminilidade ou parecer machona. Mas eu sei que quando a nossa testosterona começava a incomodar vocÊ dava umas escapadas para o trailer, para se ver livre de nós um pouco.

GA: Ahahaha, realmente.

Você teve instruções específicas do diretor já que a personagem era nova?

GA: Eu acho que tive sorte por ter essa personagem, afinal não serei alvo de comparações. Mas teve seus contras também, pela estranheza de Io. Ela é meio mística e uma presença apaziguadora no meio de todas aquelas lutas. Louis e eu trabalhamos bastante juntos no desenvolvimento dela. Uma das referências que eu tinha para trabalhar era Cate Blanchett como Galadriel nos filmes de O Senhor dos Anéis. Ainda que ela seja mais assustadora que Io.

Como foi para vocês vestir aqueles figurinos tão diferentes de tudo o que vocês já fizeram?

GA: Eu adorei o meu manto esvoaçante. Mas teve uma cena em que eu tinha que avançar entre a multidão e todos ficavam pisando nela. Era tão bonita e limpinha... me deu um certo desespero que ela estivesse ficando suja e pisoteada, sem falar que eu era puxada para trás. Tive que pedir para que todos tomassem cuidado. Foi engraçado.

JF: A minha maquiagem e armadura eram horríveis de usar, mas ao mesmo tempo ótimas para me ajudar a entrar no personagem. Não havia como eu me mover direito com ela, então as restrições me ajudavam na composição daquela figura deformada.

GA: Ele ficava andando no nosso bairro com aquele pé torto! ahahaha

JF: Claro! Eles me pediram para usá-lo para que eu me acostumasse. Então cansei de andar em casa e resolvi passear na rua com ele! ahahaha. Umas crianças até choraram ao me ver. E eu guardei meu pé podre!

GA: Não me deixaram ficar com nada!

JF: Produtores sempre fazem isso... dizem "claro, fique com sua espada", mas aí quando as filmagens terminam e você vai lá pedir eles dizem que talvez seja necessária para filmagens adicionais ou coisas assim... e você nunca a vê mais. Nem quando tenta argumentar que eles têm 15 espadas iguais! ahahaha

GA: Eu tentei ficar com um bracelete lindo que usei... a figurinista me deu e pediu que eu não contasse a ninguém, mas eles precisaram para filmagens adicionais e tive que devolver.

JF: É por isso que roubei o moletom! ahahaha

O filme teve cenários enormes construídos para as cenas principais, figurinos elaborados e até uns monstros em tamanho real, para que os atores pudessem sentir a escala deles. Isso tudo ajuda na atuação?

JF / GA: Sim! Muito!

GA: Mesmo que eu não ligue em atuar em frente de tela verde - e não ligo mesmo - é sempre mais legal ter as coisas de verdade ao seu redor. Você tem uma ideia real do mundo que está sendo construído. Era tudo tão caro e grandioso! Dava mesmo pra se imaginar ali.

JF: O palácio era o mais incrível. Parecia o de Buckingham! É tão empolgante estar nesses lugares assim. Sabe, quando eu era moleque e sonhava em atuar, me imaginava fazendo filmes exatamente assim, épicos tipo Cecil B. DeMille. Mas nós somos ingleses... estamos acostumados a pequenos dramas intimistas com baixíssimo orçamento. Então participar de algo nessa escala é enlouquecedor. É exatamente o que eu queria fazer quando era criança, quando vi o Fúria de Titãs original, por exemplo.

Quais suas cenas favoritas?

JF: Para mim foi a que dividi com Ralph Fiennes. Trabalhamos um dia inteiro juntos e ele é um cara incrível. Sou um enorme fã dele. Foi ótimo dividir a tela com Ralph, mesmo que eu estivesse vestido como um monstro horrendo.

GA: Mas ele também estava, com aquela psoríase toda na cara, ahahaha!

JF: É verdade. O Hades dele parecia ter psoríase! E nós dois tínhamos cabeções de borracha. Cheguei pra ele e disse "cara, preciso ser sincero com você... essa não era a cena que eu imaginava fazer com Ralph Fiennes", ahahaha! Bom, mas foi ótimo mesmo assim. Outra coisa que adorei foi o tempo que pude passar com Gemma em Tenerife, nas ilhas Canárias. As filmagens foram ótimas, claro, mas ela me levou para restaurantes maravilhosos... parece a vida que você imagina que atores levam, ahaha.

GA: Foi muito bom! Sabe, a maior parte do tempo das filmagens é gasta não filmando... esperando as luzes e as câmeras ficarem prontas, ou que eles arrumem algo no set. Então tivemos bastante tempo para explorar os lugares e ter jantares gostosos e coisas assim.

JF: Tem uma expressão ótima que explica bem isso: estúdios pagam os atores para esperar... e eles atuam de graça.

GA: Verdade! Se você pensar bem, acho que passamos só uma hora por dia diante das câmeras.

JF: Bom, se pensar bem, você passa pela mesma coisa, não? Viaja um tempão pra chegar aqui em Londres, espera horas por sua vez, conversa conosco só alguns minutos e já tem que ir embora...

É exatamente assim. E nas horas que você passava na cadeira do maquiador, o que fazia?

JF: Eu adoraria dizer que fiquei lendo Dostoiévski... mas a verdade é que fiquei jogando PlayStation. Estou ficando bom nos games. É meu segundo filme cheio de maquiagem... fiz O Curioso Caso de Benjamin Button. Ficava jogando com BRAD. Eu e BRAD, sabe? O BRAD? Ahahaha. Eu e meu amigão BRAD. Jogávamos horas...

Ahahaha. O que você e Brad jogavam?

JF: Na época um dos Call of Duty. Não lembro qual. Mas isso me lembra que estou jogando agora Modern Warfare 2. É sensacional. Já acabei uma vez. Enfim, quem tiver mais perguntas sobre Brad, o BRAD, é só me procurar lá fora.

GA: Ele dará a palestra sobre Brad que ele tem preparada. Ahahaha. Obrigada pela entrevista!

Fúria de Titãs estreia em 2-D e 3-D no Brasil em 21 de maio.

Acesse o Especial Fúria de Titãs do Omelete, que será atualizado até o lançamento com entrevistas, críticas e galerias.

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