Filmes

Entrevista

Jogos Vorazes | Omelete entrevista Jennifer Lawrence

Atriz fala sobre sessões de autógrafo, seu treinamento para o filme e protagonistas femininas

22.03.2012, às 16H10.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H40

Jennifer Lawrence é dona de uma carreira jovem, porém respeitável. Depois de ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz por Inverno da Alma e interpretar a Mística em X-Men - Primeira Classe, ela foi contratada para a aguardada adaptação da trilogia literária Jogos Vorazes. Na entrevista com a intéprete de Katniss Everdeen ela discute suas escolhas, os desafios do trabalho, o treinamento, como o livro a ajudou a viver a personagem e mais.

Jogos Vorazes

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Depois de The Poker House, Inverno da Alma e agora Jogos Vorazes; o que te atrai nesses personagens tão oprimidos?

Não sei. Antes de receber um roteiro, eu fico perguntando se a personagem gosta da floresta, se tem irmãos mais novos... Realmente não entendo porque faço isso. Uma vez, Jodie Foster me disse que, daqui a 20 anos, eu olharia para os papéis que interpretei e encontraria um padrão que faria sentido com relação à minha vida. Mas no momento eu simplesmente não entendo.

Qual foi o aspecto mais desafiador para você ao interpretar Katniss?

Que ela já estava presente nas mentes de muitas pessoas. Geralmente, quando você lança um filme, ninguém conhece aquele personagem, nunca o viu antes. Você o apresenta às pessoas. Em Jogos Vorazes, eu interpreto uma personagem que já foi criada de diferentes maneiras nas mentes de cada uma das pessoas que já leu o livro. Isso é bem assustador.

Você tinha algumas ideias de como ela seria?

Sim, mas eu sempre faço isso. O que eu li e como a entendi é o que interpretei no filme.

Como você se sente subitamente tendo que participar de sessões de autógrafos com fãs e sendo cercada de atenção?

Me sinto como acho que Justin Timberlake devia se sentir quando ainda estava no N*SYNC. Foi uma loucura! Uma garota quase desmaiou. Mas nunca é por minha causa. Eu sento no meio dos dois garotos; Liam [Hemsworth] fica de um lado e Josh [Hutcherson] fica do outro. Então elas começam pedindo o autógrafo de Liam, que fala com elas com seu sotaque australiano, aí alguém desmaia. Aí eu mal consigo escrever meu nome no pôster e elas já vão direto para o Josh, chorando. Eu fico pensando "tudo bem, eu nem importo mesmo. Quem sou eu?" Pratiquei minha assinatura por tanto tempo e nem pude usá-la. Tinha um coraçãozinho no meu autógrafo que eu tirei... É bem idiota.

Que tipo de treinamento você teve que fazer para esse papel?

Atletismo, tive que treinar toda minha agilidade, arco e flecha, alpinismo, luta e Ioga. Só isso.

Como estão suas habilidades em escalada de árvore?

Boas, isso se eu estiver usando cabos para proteção.

Sabendo que isso é uma possível franquia, você precisa continuar treinando tudo isso mesmo quando não estiver em produção?

Quando você está em um filme chamado Jogos Vorazes e você não está em produção, você come. Quanto aos exercícios, eu gostaria de me manter em boa forma de qualquer jeito, continuar com o atletismo ou coisa parecida. Isso também é bom para quando eu tiver que voltar aos treinamentos, assim não tenho que começar tudo de novo.

Com a maior parte desse filme sendo contada pela perspectiva de Katniss, quantos dias de descanso você teve entre as filmagens?

Nenhum. Durante um período, eu tinha sábados e domingos para descansar. Depois, tinha só sábados.

Por ser em primeira pessoa, você acha que o livro te ajudou com alguma coisa?

Foi uma ótima ajuda, sim, porque eu podia saber o que ela estava pensando em cada momento.

Você teve que, em algum momento, se desprender do livro e se concentrar apenas no filme?

Sim. Quando você está fazendo um filme, o livro é uma grande ferramenta para a construção do roteiro. Mas quando o roteiro já está pronto, você tem que se focar nele e esquecer do livro. Eu escolhi continuar observando os diálogos interiores de Katniss, mas não usei muito mais do que isso.

Como foi trabalhar com Gary Ross comparado os diretores de seus outros filmes? Como é o estilo dele?

Ele não tem um estilo. Ele consegue se comunicar com cada um dos atores. Ele consegue fazer tudo dar certo. Eu trabalho melhor com os conceitos técnicos; é apenas me dizer o que não gosta que eu mudo. Não me dê exemplos, apenas me diga o que está certo e o que está errado que eu corrijo. Então ele foi extremamente técnico comigo. Mas se alguém precisasse de algum conselho um pouco mais emocional, ele também podia dar suporte. Ele consegue trabalhar com qualquer ator, se comunicar sobre a iluminação e as câmeras. Ele é um gênio, o tipo de diretor que tem uma visão específica de seu filme e não desiste dela por nada. Isso é bem difícil quando se está fazendo um filme de estúdio. Mas, além de ser brilhante, ele também ouve o que todos têm a dizer. Você nunca se sente controlado.

Quando você está lendo possíveis roteiros para trabalhar, você considera quem vai dirigir o filme?

Eu sempre considero o diretor. Tem pessoas com quem sempre quis trabalhar e admiro. Você pode adorar um roteiro, mas se ele não tem um bom diretor, não vai dar certo. Eu adoro ter que me adaptar ao modo como um diretor trabalha. Cada um é tão diferente e isso é incrível.

Você tem alguma cena favorita de Jogos Vorazes?

Sim, a cena que faço com Stanley Tucci, logo antes de ir para o jogos. Foi uma cena hilária. Também é ali que Katniss percebe que aquilo é de fato um jogo e, se ela quer ganhar, tem que aprender a jogar.

Como foi trabalhar com tantas câmeras ao seu redor? Isso afetou sua performance ou você apenas as ignorou?

Você nunca pode deixar que as câmeras afetem sua performance. Isso não é bom para um ator, você precisa confiar no diretor. É exatamente por isso que, quando se lê o roteiro de filme, você precisa encontrar um diretor em quem você confie. Assim, quando você vir algo diferente ou estranho no set de filmagem, você sabe que está tudo bem. Eu sabia que não precisava me preocupar com as câmeras. Eu sabia que ela estava atrás de mim e que isso era estranho, mas não fiquei pensando nisso.

Como foi trabalhar com pessoas como Stanley Tucci, Woody Harrelson e Elizabeth Banks?

Eu sempre tento aprender o máximo possível quando estou trabalhando com atores como eles.

E o que você aprendeu com Woody Harrelson?

Woody é o cara mais legal do mundo. Você sabe que ele vai ser a mesma pessoa, não importa o filme que está fazendo. Ele continua sendo apenas um cara do Texas que consegue começar uma conversa com qualquer pessoa. É bem estranho vê-lo no set de filmagens por ele ser tão relaxado - parece que alguém trouxe um primo legal e, de repente, ele está filmando. Tínhamos uma cena na qual eu tinha que dar uma facada entre os dedos da mão dele. Para fazer isso, nós gravamos toda a cena ao contrário, e depois eles invertem na edição. Então começávamos com a faca na mesa e, bem devagar, eu puxava a faca. Woody disse: "Estou até atuando ao contrário!" Ele soltava várias pérolas desse tipo.

Há 20 anos, Katniss provavelmente seria uma personagem masculina e os dois garotos teriam sido garotas. Como você se sente sobre essa mudança? Em uma forte personagem femina ser o centro da história?

É ótimo! Sinto como nós não apenas chegamos ao ponto no qual temos fortes personagens femininos - como a Lara Croft sendo a versão feminina de James Bond -, mas temos alguém que nem precisa ser a versão feminina de James Bond. Ele é apenas uma jovem que é colocada em uma situação sem saber se sairá de lá viva. Isso já diz tudo.

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