Filmes

Entrevista

Omelete Entrevista: Jason Reitman

Diretor de Amor Sem Escalas fala de aeroportos, games e George Clooney

21.01.2010, às 02H00.
Atualizada em 11.11.2016, ÀS 06H01

O jovem cineasta Jason Reitman, diretor de Juno e Obrigado Por Fumar, está de volta aos cinemas nessa sexta com Amor Sem Escalas (Up In The Air), filme estrelado por George Clooney sobre um executivo contratado para mandar pessoas embora.

O nosso correspondente em Los Angeles, Steve Weintraub, editor do site Collider, representou o Omelete na série de entrevistas sobre o filme. No bate-papo co Reitman, eles conversaram sobre a série The Wire, games, costelas, aeroportos e George Clooney. Confira abaixo, na Galeria de Vídeo (requer Quicktime) ou na transcrição feita por Carina Toledo:

Jason Reitman: Bom, você tem que se lembrar que eu estou bem treinado agora.

Mesmo?

Você tem que ver isso dessa maneira: estou na estrada há - meu Deus - quase três meses já. Então eu estou como o Muhammad Ali, sou um lutador treinado. Quando você entra no ringue, você tem que estar preparado.

Se eu perguntar alguma coisa que outra pessoa já perguntou, ficarei muito decepcionado.

[risos] Ok! Manda ver!

Vamos lá. Primeira pergunta: qual é o critério para escolher o que será exibido na Sala de Cinema Reitman?

Oh, excelente pergunta a sua primeira. O mais importante é que tem que ser um filme que eu nunca vi antes, um clássico que eu deveria ter visto. E toda a ideia é que eu convide amigos. Porque existem todos esses clássicos que nós fingimos que assistimos, mas que na verdade não vimos ainda.

Verdade. Você recentemente ficou louco depois de ter assistido a Scott Pilgrim.

Sim.

Eu gostaria que você fosse um pouco mais longe e dissesse o que fez você ficar tão louco.

Eu gostaria de poder dizer, mas jurei silêncio. Basicamente, meus comentários foram aprovados pelo Edgar [Wright, o diretor] antes de colocá-los online, porque eu queria ter certeza que não estava saindo dos limites ou dizendo alguma a mais... Tudo que eu disse, eu acredito 100%. É um filme espetacular.

Você não viu [a série de TV] The Wire.

Não, eu nunca assisti The Wire.

Por que isso?

Bom, primeiro porque um dia só tem algumas poucas horas.

Não é uma boa desculpa. É uma série ótima.

Os únicos programas de TV que eu realmente acompanho hoje em dia são Mad Men e Family Guy. Mas eu terei que fazer um dia de SCR com The Wire. Já saiu em Blu-ray, né?

The Wire? Sim, acredito que já está em Blu-ray. [Nota do Editor: a série ainda não foi lançada em Blu-ray]

Tem que estar, certo?

É uma série excelente.

É o que todo mundo diz. As pessoas falam sobre isso, dizendo que eu estou perdendo, sabe, o melhor programa de todos os tempos.

Eu acabei de terminar a quinta temporada e é simplesmente incrível.

Ok.

Fat Matt's Rib Shack.

Sim.

Você ama esse lugar.

Sim.

Por quê?

Bom, veja bem, eu tento apreciar a comida típica do local aonde eu vou, inclusive quando estou em turnê com um filme. E o Fat Matt's tem as melhores costelas que eu já comi. Melhor até que as do Salt Lick, em Austin.

Call of Duty 2...

Você sabia que eu na verdade tenho costelas para a vida toda agora, no Fat Matt's.

Você pode ir lá de graça?

Sim.

Ok, qualquer hora que você quiser ir, me avisa.

Eu tenho... [mostra um cartão do Fat Matt''s] Esse é o melhor cartão que eu tenho na minha carteira.

É, ok, estou com um pouco de inveja disso.

Você deveria ter.

Call of Duty 2: Modern Warfare.

Sim.

Você está jogando?

Sim, acabei de começar, mas eu só tenho jogado com amigos, eu não fiz missões sozinho ainda. Então eu ainda tenho muito Call of Duty 2 me esperando. Eu joguei um pouco de Left for Dead 2 e isso tem sido ótimo, por enquanto.

Esse parece ser o jogo que todo mundo que tem seu site está enlouquecendo de jogar.

É um ótimo jogo. Quer dizer, o primeiro Left for Dead já era um ótimo jogo, e a continuação meio que subiu o nível com ótimas armas e tudo mais. É realmente muito bom. E o DJ Hero também é muito bom.

Você já disse em entrevistas que ama o aeroporto de Denver.

Sim.

Por quê? Eu acho que é um bom aeroporto, mas você parece adorá-lo.

Bom, é o aeroporto onde eu sou mais feliz, me sinto mais confortável e mais em casa. São quatro esteiras rolantes e paredes de vidro no fim de cada uma. E tem pequenas plaquinhas vermelhas de destino em cada plataforma que meio que representam vidas alternativas, se você parasse e virasse à esquerda ou direita. Eu gosto do aeroporto de Denver. Tem uma estátua grande de um astronauta bem no meio, é simplesmente... sei lá, por alguma razão eu me identifico com ele.

Você já viajou pelo mundo todo. Qual o seu aeroporto internacional preferido e o que você menos gostou?

Provavelmente o YVR Vancouver, é lindo, o aeroporto é novo, é todo de vidro. Tem um hotel construído tipo dentro dele. Quando você sai do avião você meio que passa por um cenário meio que de criaturas da floresta, com árvores falsas e tipo um riachinho passando no meio. Tem várias coisas estranhas e divertidas lá também. Tem uma loja lá dentro que vende coisas de natal o ano inteiro, o que é um detalhe engraçado e esquisito. O que eu menos gostei, vou escolher Roma.

Eu diria Paris. Eu odeio o aeroporto de Paris.

Paris concorre bem com o de Roma. É, eu não sei qual é a dos europeus. É como se eles não quisessem um aeroporto legal, eles preferem um buraco. É como se estivessem tentando provar que são países de terceiro mundo.

Eu quase perdi meu vôo numa fila de duas horas em Paris. Mas para a minha última pergunta, e é claro essa é a definitiva. Como foi trabalhar com o George Clooney?

[risos] Cai fora daqui!

Estava indo tão bem. [risos] Se você quiser responder, será ótimo. Ou podemos deixar assim mesmo.

George Clooney... Estou tentando pensar em uma resposta original para você. Você pensou em perguntas tão originais que eu sinto que merece uma resposta original. Eu vou te dizer uma coisa que ainda não respondi. E é a verdade. George Clooney faz todas as suas cenas de pés e mãos. E o que eu quero dizer com isso é que se você vê uma unha, um sapato, qualquer coisa, se uma perna passa pelo enquadramento, é o George. Ele não é o tipo de cara que quer sair do set duas horas mais cedo e deixar que outro cara passe pelo enquadramento, ou uma mão pegue um pedaço de papel, ou nesse caso uma mala de rodinhas. Ele adora estar no set, ele ama esse processo todo. Então quando você vir qualquer parte dele no filme, é o George.

Muito obrigado, e boa sorte com o resto das entrevistas.



O filme já está em cartaz no Brasil

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