Filmes

Entrevista

Omelete Entrevista: Shane Acker

Diretor de 9 - A Salvação fala como seu curta-metragem virou um longa

12.10.2009, às 20H00.
Atualizada em 18.11.2016, ÀS 10H01

Shane Acker era um estudante de animação que fez um curta-metragem como sua tese de conclusão de curso. O vídeo ficou tão bom que começou a circular entre os festivais... até chamar a atenção de um cara chamado Tim Burton. A partir deste momento, Shane já não era mais um aspirante a cineasta. Apadrinhado por Burton, seu "trabalho da escola" ganhou a chance de virar um longa-metragem, 9 - A Salvação, com direito a um estrelado elenco de dubladores que inclui Elijah Wood, Jennifer Connely, John C. Reilly, Martin Landau e Christopher Plummer.

Na entrevista abaixo, Jonah, que faz parte da equipe do nosso site parceiro Collider.com, conversou com Acker sobre as dificuldades de transformar um curta em um longa-metragem, suas principais inspirações e os próximos projetos. Assista ao vídeo abaixo (qualidade YouTube) ou na Galeria de Vídeos (requer Quicktime). Ou, se preferir, leia a transcrição feita pela Carina Toledo:

Omelete: Você certamente recebeu muito reconhecimento pelo curta. Quando foi que, durante o circuito de festivais, te ocorreu "isso vai ser um longa. Eu gostaria de fazer disso um longa-metragem"?

Shane: Hmm... então, nunca tinha pensado nisso, até que Jim Lemley, o produtor, veio com a ideia. E aí pareceu muito óbvio pra mim, porque o curta sugere uma narrativa muito mais longa, um mundo muito maior do que aquilo que você vê naqueles 10 minutos. Então foi questão de voltar àquelas ideias que eu usei para ajudar a desenhar o mundo em que se passa aquele pequeno drama e tentar expandi-las para tentar construir um filme a partir delas.

Eu vi que você fala da parte visual, e em todas as entrevistas todos falam que você é um cara visual, que pensa visualmente...

Sou um diretor visionário! [risos]

Óbvio.

É, óbvio.

Você poderia falar como foi trabalhar com a Pamela [Pettler, a co-roteirista] e colocar palavras na parte visual?

Quando eu começo a ter ideias, elas vêm todas de uma vez. Então, quando eu me encontrava com a Pamela, eu ia "cuspindo" todas essas ideias na mesa e ela era muito boa em dizer "Ei, ei, espera aí! Nós precisamos realmente descobrir como será a estrutura narrativa, descobrir o esqueleto onde vamos colocar todas essas peças". Ela foi muito útil em me ajudar a entender tudo isso. Eu nunca tinha contado uma história longa antes. Eu tentava juntar todas as pecinhas, e ela chegou para ajudar a criar a estrutura onde colocaríamos cada uma das peças.

Agora me diz: como você sobreviveria depois do apocalipse?

Ah, cara... eu acho que não haveria muita esperança pra mim... [risos] Não sei. O que eu acho que esse filme sugere é que você deve começar a pegar as pistas sobre o lugar de onde você veio, ter esperança, e saber usar esses dons que nós temos, como a criatividade e compaixão, e tentar construir um outro mundo a partir disso. Acho que esse seria meu objetivo, caso eu conseguisse sobreviver.

Você teve influências do steampunk. E entre as animações, qual seu filme preferido?

Oh, uau, essa é uma ótima pergunta. [longa pausa] Bom, eu adoro o trabalho do Miyazaki. Adoro Akira. E eu sei que Miyazaki não fez Akira. Eu adoro Princesa Mononoke, A Viagem de Chihiro, O Castelo de Cagliostro, que é um dos seus primeiros trabalhos. E também o Terry Guilliam. E Tim Burton! Os dois têm algo que é só deles. Eles vêm da animação e quando fazem seus filmes com atores, você percebe uma sensibilidade diferente. Os personagens e os mundos que eles criam são tão singulares... Acho que eles são muito inspiradores pra mim.

Certo. Você falou sobre os visionários Tim e Terry vindo da animação e indo para o live-action... o que há de planejado para o visionário diretor Shane Acker?

Eu estou trabalhando em dois projetos agora. Um é uma animação que estou apresentando pela cidade e espero que logo ele encontre uma casa. E tem um projeto de live-action que já está acertado e está em desenvolvimento. Mas como nada foi divulgado ainda eu não posso falar muito sobre isso. O filme é sobre construir um mundo... um mundo de fantasia que tem suas próprias regras. É também sobre vasculhar esse mundo e encontrar personagens realmente interessantes que podem existir ali.

Ótimo... e para você, qual foi o momento mais assustador na hora de fazer este filme? Teve um momento em que você pensou "Oh não! Eu tinha 11 minutos geniais. Agora precisamos incluir diálogos e ainda tem esses atores de Hollywood dublando e todas essas expectativas..."?

Olha, a lista é longa demais. Cada dia parecia que tinha algum novo desafio que eu nunca tinha enfrentado antes. Eu não tinha muita experiência, então meu trabalho foi aprendar a me sentir confortável com o desconforto e caminhar rumo ao desconhecido, confiar nos instintos para te guiar e colocar fé nos outros artistas com quem você está trabalhando. Eu acho que o momento mais assustador agora é esperar o filme estrear e ver se ele vai se dar bem. Espero que ele encontre seu público, mas parece que as pessoas têm gostado muito e isso já é empolgante.

Ninguém jogou nada na tela ontem a noite...

Ah, ótimo!

É, acho que você está indo bem. Obrigado pelo seu tempo.

Muito obrigado.

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