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Crítica

Crítica: Mamma Gogo

Diretor islandês acerta as suas contas com a família e com o que esperava da sua carreira

27.10.2010, às 03H40.
Atualizada em 19.11.2016, ÀS 08H05

A Islândia pode não ser um país conhecido por sua cinematografia, mas se uma pessoa tem espalhado o cinema local para o mundo é Fridrik Thor Fridriksson, um dos diretores (e também ator) mais respeitados em seu país e responsável por Mamma Gogo (2010), vencedor de três prêmios no Icelandic Film and Television Awards, maior premiação local. Selecionado pela Islândia para disputar uma vaga no Oscar 2011, se aprovado será a segunda indicação de Fridriksson ao prêmio. O primeiro foi em 1992, quando o seu Children of Nature foi indicado na categoria de melhor filme estrangeiro.

Mamma Gogo é a triste autobiografia do diretor. Conta a história de Gogo, mãe de Hilmir (alter ego de Fridriksson), e a reação da família quando ela é diagnosticada com Alzheimer. Embora Hilmir tenha duas irmãs, é a ele que sua mãe recorre sempre que precisa, assim como também é a ele que a polícia liga quando ela, já doente, acidentalmente incendeia a casa ou provoca uma inundação no prédio onde mora.

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Fridriksson não fica nos seus assuntos domésticos. Num flerte com a metalinguagem, em Mamma Gogo o diretor Hilmer ainda tem que lidar com o fracasso comercial do seu filme Children of Nature, que consequentemente leva a um problema financeiro que agrava a situação familar.

É interessante observar a maneira como o Fridriksson opta por dramatizar essa fase tão complicada de sua vida, de forma direta e muitas vezes cômica, fazendo de Mamma Gogo um filme fácil de ser visto. Algumas situações criadas pela mãe em razão do Alzheimer são propositalmente engraçadas, como na cena em que ela esquece o neto sozinho na sala de sua casa com uma garrafa de vodca, ou em seu protesto de fuga pela descarga do banheiro, quando já está em uma casa de repouso. A atriz Kristbjörg Kjeld está ótima no papel principal, tanto nas cenas engraçadas quanto nas tocantes, quando Gogo vê o espírito de seu falecido marido, ilusão provocada pela doença degenerativa.

Há também o protesto velado de Fridriksson em relação à má recepção comercial na Islândia de Children of Nature, um filme sobre idosos que precisam sair de sua cidade e morar em uma casa de repouso. O paralelo que o diretor insiste em traçar entre esse filme e Mamma Gogo desvia o roteiro de seu foco principal. A decepção em ver Children of Nature fracassar é minimizada pela esperança do Oscar de 1992, e isso vira uma obsessão desnecessária no filme.

É irônico ver como essa fascinação se transporta para a vida real e se repete, agora que Mamma Gogo também tem uma chance de ser indicado ao prêmio.

Nota do Crítico
Bom
Mamma Gogo
Mamma Gógó
Mamma Gogo
Mamma Gógó

Ano: 2010

País: Islândia/Reino Unido/Noruega/Alemanha/Suécia

Classificação: 12 anos

Duração: 90 min

Direção: Friðrik Þór Friðriksson

Roteiro: Friðrik Þór Friðriksson

Elenco: Kristbjörg Kjeld

Onde assistir:
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