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23º Anima Mundi | O Pequeno Príncipe e outras 5 atrações imperdíveis do festival

Conversamos com o diretor e o produtor da nova adaptação do clássico de Antoine de Saint-Exupéry

07.07.2015, às 19H45.

Entre os 483 filmes integrantes do cardápio do 23º Anima Mundi, em exibição a partir desta sexta-feira no Rio (até o dia 15, mudando-se para São Paulo de 17 a 22 de julho), foi reservado espaço nobre para uma sensação do Festival de Cannes, já cotada para o Oscar, em seu diálogo com um clássico da literatura: O Pequeno Príncipe (The Little Prince). Orçada em US$ 81,2 milhões, esta produção ítalo-francesa, falada em inglês por um elenco de dubladores do porte de Jeff Bridges, James Franco, Benicio Del Toro e Rachel McAdams, foi dirigida pelo americano Mark Osborne, realizador de Kung Fu Panda (2008) e de episódios da série Bob Esponja. Aos 44 anos, o cineasta chega ao Brasil na noite deste sábado para uma sessão de gala do longa-metragem em solo carioca, na Cidade das Artes (na Barra da Tijuca), às 20h. O projeto é baseado em um marco da literatura, Le Petit Prince, escrito em 1943 por Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), traduzido para cerca de 250 línguas e dialetos, com uma estimativa de 2 milhões de exemplares vendidos a cada ano.

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Este filme é uma Babel, pois juntou um diretor americano, músico alemão, equipe francesa e talentos do mundo todo buscando falar um mesmo idioma: o do sonho”, definiu (durante a coletiva do filme em Cannes) Aton Soumache, produtor de sucessos como Qual é o Nome do Bebê (2012), responsável por levantar a verba para o projeto. “Imagine a pressão de juntar essas pessoas todas por trás de uma marca forte como O Pequeno Príncipe”.

Soumache lembra que, durante anos, o diretor americano Orson Welles (1915-1985) teve os direitos de adaptação do romance de Saint-Exupéry e chegou a escrever um roteiro com base nele. Porém, o script feito pelo realizador de Cidadão Kane (1941) era literal demais para ser vertido como um filme animado em diferentes técnicas (3D, stop-motion). Na versão de Osborne, escrita por Irena Brignull (de Os BoxTrolls) com base em um argumento do próprio diretor, foi necessária a criação de uma trama paralela no qual uma garotinha em crise afetiva esbarra com um vizinho excêntrico, o Aviador, de quem ouve a história sobre um principezinho morador do asteroide B-612, às voltas com baobás, raposas falantes e rosas melindrosas. 

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Esse projeto levou dez anos para ser executado, em parte porque estávamos em busca de uma perspectiva de maior entretenimento, capaz de se comunicar com jovens plateias que não leram o livro. Durante três anos, corremos atrás de alguém que tivesse uma narrativa mais popular que pudesse dirigir o filme. Foi quando Mark Osborne apareceu”, explica Soumache.  

A releitura produzida por Soumache está prevista para estrear no Brasil no dia 20 de agosto, com Marcos Caruso dublando o Aviador.“Embora seja um livro francês, ele é uma história universal e, por isso, nós trouxemos artistas do mundo todo para trabalhar na animação”, explicou Osborne, durante a coletiva de imprensa do filme em Cannes, onde o longa foi projetado fora de concurso, disputado por distribuidores de diferentes cantos do planeta. “Quando li O Pequeno Príncipe para meus filhos, eu tive a sensação de estar de volta à minha infância. Tem uma poesia nele. É uma história sobre relações partidas”.

Com sinal verde Soumache, Osborne pôde animar seu enredo de formas diferentes, dando uma roupagem mais “artesanal” (pela manipulação de materiais como tecido e madeira) na parte relativa à saga do principezinho na geografia do B-612. 

A mistura de técnicas foi uma forma de realçar a grandeza que a história tem, abordando-a sob diferentes perspectivas plásticas. Optamos pela computação gráfica na parte relativa ao drama da menina com o Aviador e tratamos o coração da trama, que veio do livro de Saint-Exupéry, a partir da animação de objetos quadro a quadro. Fiz essa opção porque o stop-motion me remete a memórias de infância e porque tem uma magia particular”, disse Osborne na coletiva de Cannes.

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Fora o roteiro de Welles, o romance de Saint-Exupéry foi filmado em 1974 por Stanley Donen, com o inglês Steven Warner no papel principal. E entre 1978 e 1979, a TV Asahi do Japão desenvolveu o anime serializado As Aventuras do Pequeno Príncipe, exibida aqui nos anos 1980 pelo SBT. Houve ainda a série animada austríaca Der kleine Prinz, de 1990. No Brasil, a atriz Luana Piovani fez do livro uma peça infantil e a produtora Lara Velho o transformou numa ópera, apresentada no Teatro Municipal do Rio. 

O melhor do Anima Mundi de 2015

Fora a expectativa em torno da primeira exibição nacional de O Pequeno Príncipe, o maior festival de animação da América Latina reserva ainda outras pérolas. Entre os títulos que merecem atenção especial, destacam-se:

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